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que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

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criativamente entre o ´pertencimento´ (ou identificação) e o estranhamento (ou<br />

desorientação). (2002, p.166­167).<br />

Margareth Rago, <strong>no</strong> seu artigo “Feminismo e subjetivi<strong>da</strong>de em tempos pós­moder<strong>no</strong>s”<br />

(LIMA COSTA, 2004, p.32), fala desse <strong>no</strong>vo sujeito feminista como um sujeito preocupado<br />

com <strong>no</strong>vos padrões de corporei<strong>da</strong>de e beleza e outros cui<strong>da</strong>dos, propondo outros formas de<br />

intervenção <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de as quais de<strong>no</strong>mina de “estéticas feministas <strong>da</strong> existência”, <strong>que</strong><br />

abarca não mais um sujeito único do feminismo, mas feministas preocupa<strong>da</strong>s tanto com o<br />

espírito, como com o corpo, a saúde, a agili<strong>da</strong>de, a elegância , a mo<strong>da</strong>, na construção de uma<br />

<strong>no</strong>va ordem social e sexual” (COSTA LIMA, 2004, p.34). Essa sua <strong>no</strong>va estética vai se<br />

contrapor à<strong>que</strong>le sujeito <strong>da</strong> figura do homem universal como também ao modelo femini<strong>no</strong><br />

universalizante imposto historicamente pelo discurso médico vitoria<strong>no</strong>, pelo Direito, pela<br />

família, Igreja, pelo olhar masculi<strong>no</strong> e pelos estímulos <strong>da</strong> indústria de consumo. Tal ideal de<br />

feminili<strong>da</strong>de <strong>que</strong> (des)sexualizava a mulher e a associava à romantização do femini<strong>no</strong> com o<br />

mundo privado.<br />

A historiadora Tânia Swain, cita<strong>da</strong> por Rago, preocupa<strong>da</strong> com a desconstrução de uma<br />

suposta identi<strong>da</strong>de­essência <strong>feminina</strong>, <strong>que</strong>stiona:<br />

Quem somos nós, assim encerrados em corpos sexuados, construídos enquanto<br />

natureza, passageiros de identi<strong>da</strong>des fictícias, construí<strong>da</strong>s em condutas mais ou me<strong>no</strong>s<br />

ordena<strong>da</strong>s? Quem sou eu, marca<strong>da</strong> pelo femini<strong>no</strong>, representa<strong>da</strong> enquanto mulher,<br />

cujas práticas não cessam de apontar para as falhas, os abismos identitários contidos<br />

na própria dinâmica do ser? (DE LIMA COSTA, 2004, p. 37).<br />

Rago fala ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de se escapar <strong>da</strong> filosofia do sujeito e <strong>da</strong>s armadilhas<br />

<strong>da</strong> afirmação <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des, agindo como uma desconstrução permanente do<br />

falologocentrismos eurocêntrico. Um <strong>no</strong>vo campo epistemológico e político se faz presente,<br />

capaz de formular <strong>no</strong>vas perguntas e respostas, a começar se perguntando “o <strong>que</strong> o feminismo<br />

tem a oferecer ao futuro do pensamento?” (DE LIMA COSTA, p. 38).<br />

No legado do feminismo, Rago ressalta <strong>que</strong> o feminismo trouxe esperança e <strong>no</strong>vas<br />

imagens do pensamento, revelando <strong>que</strong> o mundo poderia ser outro, e <strong>que</strong> “as mulheres não<br />

são apenas sistemas reprodutivos passivos, nem natureza transbor<strong>da</strong>nte e incontrolável”. O<br />

feminismo mostrou ain<strong>da</strong> <strong>que</strong> as feministas são capazes de inventar <strong>no</strong>vos mundos, <strong>no</strong>vas<br />

ciências e <strong>no</strong>vas formas de produção de conhecimento. E não só em benefício <strong>da</strong>s mulheres,<br />

pois atingiu e desestabilizou também a solidez <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de masculina do guerreiro (e ela<br />

exemplifica com Tarzan).

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