18.04.2013 Views

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Particularmente, tive uma visão de <strong>que</strong> a<strong>que</strong>la parafernália <strong>da</strong>s compras e <strong>da</strong>s grifes, poderia<br />

ser vista como uma crítica a esse mundo Louis Vuitton, através do qual muitas mulheres ain<strong>da</strong><br />

correm atrás para preencher seus vazios. Nenhuma angústia <strong>que</strong> uma bela ja<strong>que</strong>ta de toule<br />

bege com aplicações de rosas <strong>que</strong> a personagem Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) usou<br />

<strong>no</strong> final do filme, ou ain<strong>da</strong> um lindo vestido de <strong>no</strong>iva de Vivianne Westwood não pudessem<br />

curar.... mesmo <strong>que</strong> pelos poucos minutos dos contos de cinderela.<br />

Os assuntos­clichês do filme (a parafernália <strong>da</strong> festa de casamento; a personagem <strong>que</strong><br />

teve câncer e vive de olhos virados para os corpos masculi<strong>no</strong>s; a <strong>que</strong> se sente rabugenta e não<br />

gosta mais de transar com o marido e faz disso uma obrigação ou ain<strong>da</strong>, a<strong>que</strong>la mais<br />

conforma<strong>da</strong> ao modelo conservador de esposa, com filho adotado e filho parido), são<br />

organizados de forma exagera<strong>da</strong> e aparentemente fútil. Resta saber se essa futili<strong>da</strong>de não se<br />

constitui como uma reali<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez mais assombrosa na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s mulheres <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des<br />

grandes. Carrie é agora uma mulher com e<strong>no</strong>rme satisfação amorosa com o seu Mrs. Big.<br />

Profissionalmente virou uma mulher mais bem sucedi<strong>da</strong>, escreveu três livros e se prepara para<br />

um quarto. Continua também com uma relação de amor com a ci<strong>da</strong>de e venera suas amigas.<br />

Interessante <strong>que</strong> sendo entrevista<strong>da</strong>, e pergunta<strong>da</strong> se virou um ícone fashion, a atriz<br />

Sarah Jessica Parker, ressalta <strong>que</strong>, <strong>no</strong> seu dia­a­dia ela está mais preocupa<strong>da</strong> em acor<strong>da</strong>r o seu<br />

filho de 6 a<strong>no</strong>s, tocá­lo, preparar o café, organizar sua meren<strong>da</strong> e se certificar <strong>que</strong> ele não vai<br />

chegar atrasado na escola. Termina<strong>da</strong>s as tarefas de mãe, ela então se preocupa com outras<br />

coisas: exercícios e compras de supermercado. Fi<strong>que</strong>i surpresa de ver <strong>que</strong> mesmo um “ícone<br />

fashion”, ain<strong>da</strong> tem nas suas tarefas primeiras, as de uma dona de casa comum, quase como<br />

uma Mrs. Brown. Mas a grande diferença de uma Sarah para uma Mrs. Brown, talvez esteja<br />

<strong>no</strong> fato de <strong>que</strong> ela faça isso por escolha, e o faz de forma leve e feliz, sem mais os tormentos<br />

<strong>da</strong> angústia ron<strong>da</strong>ndo suas ansie<strong>da</strong>des e culpas. Claro <strong>que</strong> estamos falando de uma atriz<br />

famosa, <strong>que</strong> pode transitar pelas cama<strong>da</strong>s e esferas <strong>que</strong> bem entender, mas pelo me<strong>no</strong>s na<br />

entrevista, me deu a impressão de estar apazigua<strong>da</strong> e certa <strong>da</strong>s suas encruzilha<strong>da</strong>s.<br />

Sex and the city nem de longe chega à sagaci<strong>da</strong>de e à fina ironia de um Woody Allen<br />

ou às cores profun<strong>da</strong>s e arrebatadoras de um Almodóvar quanto trata <strong>da</strong>s mulheres, <strong>da</strong>s mães,<br />

e de to<strong>da</strong>s as carnes trêmulas . Almodóvar sabe falar com elas e delas!<br />

Com certeza já não estamos/sentimos mais <strong>no</strong>s comportando como Fa<strong>da</strong>s do Lar, a<br />

ouvir as saias de se<strong>da</strong> <strong>da</strong> auto­censura quando mergulharmos <strong>no</strong>s caminhos <strong>da</strong> crítica. Hoje,<br />

estamos mais para “Guerrilla Girls”, exigindo o direito a trabalhar sem as pressões do<br />

sucesso, e reafirmando a recusa do rótulo de “femini<strong>no</strong>”, não importa qual arte você faça. As<br />

“Guerrilla Girls” não se acomo<strong>da</strong>m mais à posição terna de uma professora, nem aceitam

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!