18.04.2013 Views

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

exclamei: What a plunge! What a lark! Em busca <strong>da</strong> minha própria manhã de junho em João<br />

Pessoa... Como cronista, até escrevi crônica sobre As Horas, o filme – “As Horas de Virginia,<br />

Laura e Clarissa”, publica<strong>da</strong>s em um site local (PEIXOTO, 2003) 3 .<br />

E depois de rabiscar milhares de outlines, de desdobramentos, fichamentos, citações,<br />

colagens, e fazer disso tudo o meu próprio pastiche, também me senti uma “leitora<br />

desampara<strong>da</strong>”, “Uma mulher à beira de um ata<strong>que</strong> de nervos”, uma “fa<strong>da</strong> do lar”, mergulha<strong>da</strong><br />

nas profundezas do mar sem fim, e de cavernas subterrâneas. Ouvia o Big Ben literalmente<br />

(pois viajei para Londres durante a pesquisa); tive meus dias de passeios por várias manhãs<br />

em dias ensolarados do verão londri<strong>no</strong>; ouvi o piado <strong>da</strong>s gaivotas na Cornuália, passeei em<br />

Bloomsbury, Tavistock Square (endereço de Virginia); sentei pensativa <strong>no</strong>s par<strong>que</strong>s – St.<br />

James, a procura de um caracol <strong>que</strong> me desenrolasse os conflitos literários e ouvi Phillip<br />

Glass incessantemente. Também assisti a uma peça chama<strong>da</strong> Virginia (inspira<strong>da</strong> em “Killing<br />

the Angel of the House”). Fi<strong>que</strong>i triste e melancólica. Exultante e feliz. A ca<strong>da</strong> página li<strong>da</strong>, a<br />

ca<strong>da</strong> cena re­vista, tudo em Virginia Woolf e em As Horas, era motivo para os meus próprios<br />

prantos. Cheguei a <strong>da</strong>r uma palestra sobre o filme, e descobri <strong>que</strong> tinha um vestido igualzinho<br />

ao de Mrs. Woolf <strong>no</strong> filme As Horas. Transfigurei­me também de Mrs. Woolf, para sentir<br />

metaforicamente o gosto do seu chá de gengibre, ou as suas angústias de um final para sua<br />

heroína: Mrs. Dalloway não morrerá!<br />

Assim como Laura Brown, <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria muito fazer “um bolo de sonho, em forma de<br />

bolo ver<strong>da</strong>deiro [...] e um bolo <strong>que</strong> varresse as dores do mundo, ain<strong>da</strong> <strong>que</strong> só por uns<br />

tempos.”, espero <strong>que</strong> o meu fazer deste trabalho consiga ser um fazer também “ver<strong>da</strong>deiro”,<br />

<strong>que</strong> conjugue ambição e realização. Será portanto, com essas idéias aqui circunscritas, <strong>que</strong><br />

pretendo dirigir e repousar um olhar crítico, teórico e criativo <strong>que</strong> a pesquisa instiga.<br />

Neste início de século XXI, foi igualmente importante re­visitar o século passado, os<br />

ganhos e entraves <strong>da</strong>s conquistas <strong>feminina</strong>s. A <strong>que</strong>stão de um “<strong>no</strong>vo” feminismo, <strong>da</strong>s<br />

dificul<strong>da</strong>des, <strong>da</strong>s ausências continuadoras, dos deslocamentos, tudo foi pertinente nas re­<br />

avaliações dos <strong>no</strong>vos paradigmas <strong>que</strong> se instauraram. Referen<strong>da</strong>r a crítica feminista e os<br />

impasses <strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas teorias e abor<strong>da</strong>gens foi igualmente pulsante quando se tratava <strong>da</strong><br />

temática <strong>da</strong> condição <strong>feminina</strong>.<br />

3 Escrevo crônicas semanalmente na site www.wscom.com.br há 7 a<strong>no</strong>s. Dentre tantos temas, com certeza mais<br />

assuntos sobre a vi<strong>da</strong> e o cotidia<strong>no</strong> <strong>da</strong>s mulheres; a cc. uma outra crônica, “Totodiatodo” onde tem um trecho<br />

<strong>que</strong> diz: “Acordou pulou <strong>da</strong> cama botou chaleira <strong>no</strong> fogo fez café um cuzcuz ao ponto nem seco nem molhado<br />

tudo a seu tempo se não fica pe<strong>que</strong>nto Bota mesa tira mesa lava a louça enxuga guar<strong>da</strong> tudo...Lava roupa miú<strong>da</strong><br />

estende passa assopra põe ungüento tudo passa....Uma rede uma casa uma cama uma mulher – Acontece.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!