que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...
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No seu artigo “Meu corpo é um útero?”, Tânia Swain, <strong>no</strong> livro Materni<strong>da</strong>de<br />
&Feminismo – diálogos interdisciplinares, se refere ao conceito de Experiência de Teresa de<br />
Lauretis citado anteriormente. Com esse diálogo entre os dois mundos, o de fora e o de<br />
dentro, a autora reafirma a <strong>no</strong>ssa inserção <strong>no</strong> mundo através <strong>da</strong>s <strong>no</strong>ssas experiências, as quais<br />
fazem de nós seres em processo e constante mutação, agindo a partir de um lugar <strong>da</strong> fala e de<br />
um papel social e individual específico (2006, p. 238). E reelabora essa definição, citando<br />
Rosi Braidotti: “Deste lugar de onde falo, deste corpo <strong>que</strong> abriga minha linguagem, do gênero<br />
<strong>que</strong> me é atribuído, traduzindo representações do mundo e autorepresentações em<br />
determinado tempo/<strong>espaço</strong> sou um feixe de experiências <strong>que</strong> fazem de mim um ser <strong>no</strong><br />
presente, porém nunca cristalizado em uma natureza ou uma função” (2006, p. 241).<br />
Joan Scott, <strong>no</strong> seu artigo “Experiência” perfaz a significação desse termo, empregado<br />
na tradição angloamericana e <strong>que</strong> designa conhecimento acumulado de eventos passados,<br />
seja por observação consciente ou por reflexão; um tipo particular de consciência , <strong>que</strong>, em<br />
alguns contextos, pode ser distingui<strong>da</strong> <strong>da</strong> razão ou do conhecimento. Scott também explica<br />
<strong>que</strong> “Experiência” adquiriu uma outra co<strong>no</strong>tação <strong>no</strong> século XX diferente dessas <strong>no</strong>ções de<br />
testemunho subjetivo como imediato, ver<strong>da</strong>deiro e autêntico, e <strong>que</strong> nesse <strong>no</strong>vo uso,<br />
“Experiência” se refere à influências externas aos indivíduos (condições sociais,instituições,<br />
formas de crença ou percepção) – coisas ´reais´ fora deles às quais eles reagem , e não inclui<br />
seus pensamentos ou reflexões (1999, p.30). Quando a Experiência é defini<strong>da</strong> como interna,<br />
tratase de uma expressão do ser ou <strong>da</strong> consciência de um indivíduo; quando externa, é o<br />
material sobre o qual a consciência age. Falar sobre a experiência dessa forma leva<strong>no</strong>s à<br />
certeza <strong>da</strong> existência de indivíduos (experiência é algo <strong>que</strong> as pessoas têm), ao invés de levar<br />
<strong>no</strong>s a <strong>que</strong>stionar como concepções de ´selves´ (de sujeitos e suas identi<strong>da</strong>des) são produzi<strong>da</strong>s<br />
(1999, p.30).<br />
Experiência, portanto seria um processo onde a subjetivi<strong>da</strong>de é construí<strong>da</strong> enquanto<br />
experiência política. Assim como Woolf pioneiramente levantou a importância <strong>da</strong> experiência<br />
<strong>da</strong>s mulheres, a experiência teria imbricado na sua definição de <strong>que</strong> “O pessoal é político”, já<br />
<strong>que</strong> a experiência <strong>da</strong>s mulheres é vista como levando diretamente à resistência, à opressão, ao<br />
feminismo, acreditandose <strong>que</strong> a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> política depende de, e seguese à uma<br />
experiência <strong>feminina</strong> preexistente.<br />
Adriana Piscitelli em seu artigo “Reflexões em tor<strong>no</strong> do gênero e feminismo” fala <strong>que</strong><br />
uma vez <strong>que</strong> as mulheres eram oprimi<strong>da</strong>s e <strong>que</strong> suas experiências eram prova de sua opressão,<br />
concluiuse <strong>que</strong> a opressão <strong>feminina</strong> devia ser mapea<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>espaço</strong> em <strong>que</strong> as mulheres a<br />
viviam, isto é, nas suas vi<strong>da</strong>s cotidianas. E essa idéia do pessoal sendo político foi então