18.04.2013 Views

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Foucault, são preenchi<strong>da</strong>s pelos leitores enquanto co­criadores ativos do texto. Hutcheon<br />

conclui <strong>que</strong>: “Para a história, a teoria e a arte pós­moderna, isso significou uma <strong>no</strong>va<br />

consideração sobre o contexto, a textuali<strong>da</strong>de, o poder de totalização e os modelos de história<br />

contínua” (1991, p. 132).<br />

Para Hutcheon as reavaliações do passado são feitas através <strong>da</strong> paródia, <strong>que</strong> para ela é<br />

a forma irônica de intertextuali<strong>da</strong>de, e podemos ter acesso à reali<strong>da</strong>de passa<strong>da</strong> não negando<br />

<strong>que</strong> essa reali<strong>da</strong>de tenha existido, mas <strong>que</strong>stionando “como é <strong>que</strong> hoje em dia podemos<br />

conhecer os ver<strong>da</strong>deiros acontecimentos do passado a não ser por intermédio de seus<br />

vestígios, de seus textos, dos fatos <strong>que</strong> elaboramos e aos quais concedemos um sentido”<br />

(1991, p.283). Hutcheon ain<strong>da</strong> fala em metaficção historiográfica através do qual ela não<br />

pretende reproduzir acontecimentos, mas em vez disso, orientar­<strong>no</strong>s para os fatos, ou para<br />

<strong>no</strong>vas direções a tomar, para <strong>que</strong> pensemos sobre os acontecimentos. E faz a pergunta: “Como<br />

é <strong>que</strong> conhecemos esse mundo? Conhecemo­lo por meio de seus textos.” Ain<strong>da</strong> esclarece:<br />

“[...] até mesmo o acontecimento pessoalmente mais próximo de nós só <strong>no</strong>s pode ser<br />

conhecido depois por meio de seus vestígios: a memória só consegue criar textos. Não existe<br />

na<strong>da</strong> de parecido com a reprodução de acontecimentos sendo realiza<strong>da</strong> pela memória [...]<br />

(1991, p.198).<br />

Para Hutcheon, “a paródia também pode ser vista como uma força ameaçadora,<br />

anárquica até, <strong>que</strong> põe em <strong>que</strong>stão a legitimi<strong>da</strong>de de outros textos. Ela ´desrealiza e destrona<br />

<strong>no</strong>rmas literárias... a apropriação (empréstimo ou plágio) <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de de outrem põe em<br />

<strong>que</strong>stão o status aceite <strong>da</strong> arte como bem individualizado” (1985, p. 96­97).<br />

A paródia <strong>no</strong> entanato, não se constitui pura e simplesmente como repetição. Qual<strong>que</strong>r<br />

imitação traz consigo sempre algum nível de diferença, e a sua legitimação vai depender <strong>da</strong><br />

sua anteriori<strong>da</strong>de para obter o seu status. Por esse motivo, <strong>no</strong>rmalmente as obras parodia<strong>da</strong>s<br />

são obras de sucesso ou status intelectual. Hutcheon esclarece <strong>que</strong> para alguns críticos, a<br />

paródia faz com o trabalho original perca em poder, enquanto para outros a paródia é a forma<br />

superior por<strong>que</strong> faz tudo o <strong>que</strong> o original faz, com acréscimo. No caso específico de As<br />

Horas, esse acréscimo vai estar na dilatação e duplicação personagem/tempo/<strong>espaço</strong>. Mrs.<br />

Dalloway se estenderá em três (a própria Mrs. Woolf, Mrs. Brown e Mrs. Dalloway de<br />

Cunningham). Também a incorporação de um <strong>no</strong>vo eixo partilhado às três histórias, a<br />

referência às calami<strong>da</strong>des <strong>que</strong> perfazem o contexto histórico <strong>da</strong>s três narrativas: a Primeira<br />

Grande Guerra (Mrs. Woolf); a Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial(Mrs. Brown) e a epidemia <strong>da</strong> Aids<br />

(Mrs. Dalloway). Cunningham acrescenta também nas suas Horas, a temática <strong>da</strong>s relações

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!