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que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

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mulher, de femini<strong>no</strong>, o caminho é irreversível. Já não estamos mais “In search of our mother´s<br />

garden”, mas ain<strong>da</strong> estamos na busca de legitimar <strong>no</strong>sso eu­profundo, <strong>no</strong>sso lugar em casa, <strong>no</strong><br />

público, <strong>no</strong> privado. Talvez esse lugar seja também um “entre lugar” de Homi Bhabha (2001,<br />

p.20), ou uma fronteira, mas com certeza uma fronteira como definiu Myra Jehler, “uma<br />

grande fronteira, a independência para as mulheres: não um país separado, mas um acesso<br />

aberto para o mar” (apud SHOWALTER, 1994, p.50).<br />

De acordo com Kathryn Woodward, <strong>no</strong> seu livro Identi<strong>da</strong>de e diferença, Subjetivi<strong>da</strong>de<br />

inclui a <strong>no</strong>ssa idéia de self; envolve também pensamentos e emoções do consciente e<br />

inconsciente os quais constituem o sentido de <strong>que</strong>m somos e os sentimentos <strong>que</strong> são trazidos<br />

para posições diferentes dentro <strong>da</strong> cultura, e por englobar <strong>no</strong>ssos sentimentos e pensamentos<br />

mais pessoais, implica também em contradição e mu<strong>da</strong>nça, como também pode se <strong>da</strong>r de<br />

forma racional e irracional (2001, p.39).<br />

Chris Weedon fala <strong>que</strong> a Subjetivi<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> forma <strong>que</strong> ocorre na teoria feminista,<br />

geralmente se refere aos pensamentos relativos ao inconsciente, e sentimentos do indivíduo,<br />

assim também como o seu sentimento de self, e num contexto psicoanalítico e pós­<br />

estruturalista, o conceito também inclui significados inconscientes e desejos (EAGLETON,<br />

2003, p.112).<br />

A subjetivi<strong>da</strong>de como categoria epistemológica, aparece de forma clara <strong>no</strong> diálogo <strong>que</strong><br />

a escritora Rose Marie Muraro teve com a editora Betty Mindlin quando enviou os primeiros<br />

rascunhos do seu livro Memórias de uma mulher impossível . Betty reagiu com a seguinte<br />

frase: “[...] <strong>que</strong>ro a sua subjetivi<strong>da</strong>de. Sua subjetivi<strong>da</strong>de liga<strong>da</strong> ao processo de sua obra [...] E<br />

Rose respondeu surpresa: “Parecia <strong>que</strong> ela havia descoberto meu crime. Eu só contava o <strong>que</strong><br />

havia feito, e não o <strong>que</strong> havia vivido. Agira como um homem. Falar de mim me <strong>da</strong>va um<br />

medo horrível” (1999, p.32).<br />

Para minha surpresa, lendo recentemente a biografia de Simone de Beauvoir e Jean­<br />

Paul Sartre Tête­à­Tête, descobri <strong>que</strong> a idéia de escrever o Segundo Sexo, foi originalmente de<br />

Sartre, quando motivava Simone a transformar sua vi<strong>da</strong> em narrativa. Pregava Sartre <strong>que</strong>,<br />

para <strong>que</strong> o acontecimento banal virasse aventura, era preciso contá­lo. E ain<strong>da</strong> mais,<br />

instigava­a com uma pergunta como a <strong>que</strong> fora feita à Muraro: Por <strong>que</strong> não se colocava na<br />

escrita? (2005, p.46 ­109).<br />

Simone teve como <strong>que</strong> uma revelação, quando na biblioteca, pesquisou sobre mitos<br />

femini<strong>no</strong>s, a condição <strong>da</strong> mulher, e principalmente o significado emblemático do “SER<br />

MULHER”. A mesma revelação teve Woolf, quando <strong>da</strong> sua pesquisa para Um teto todo seu se<br />

deparou com <strong>que</strong>stões tais como: “Por <strong>que</strong> os homens bebiam vinho e as mulheres, água? Por

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