que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...
que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...
que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>que</strong> vagueasse pelas arca<strong>da</strong>s do espetáculo, mas <strong>no</strong> caso <strong>da</strong> primeira, pela Londres Vitoriana,<br />
enquanto <strong>que</strong> Clarissa Vaughn por uma Nova York <strong>que</strong> já anunciava o século XXI. O outsider<br />
de uma forma geral vai se constituir numa imagem um tanto profética do sujeito cartesia<strong>no</strong> e<br />
do sujeito sociológico na moderni<strong>da</strong>de tardia.<br />
Hall destaca cinco grandes avanços na segun<strong>da</strong> metade do século XX, ou <strong>no</strong> período<br />
<strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de tardia, ocorridos <strong>no</strong> pensamento <strong>da</strong>s ciências humanas. E antes de enumerá<br />
las destaca o deslocamento do sujeito, mais do <strong>que</strong> sua desagregação e o descentramento do<br />
sujeito cartesia<strong>no</strong>.<br />
O primeiro descentramento, Hall aponta como sendo o pensamento Marxista e a<br />
afirmação de <strong>que</strong> os “homens fazem a história, mas apenas sob as condições <strong>que</strong> lhes são<br />
<strong>da</strong><strong>da</strong>s”. De acordo com Hall, Marx deslocou duas proposiçõeschave <strong>da</strong> filosofia moderna:<br />
<strong>que</strong> há uma essência universal de homem; e <strong>que</strong> essa essência é o atributo de “ca<strong>da</strong> indivíduo<br />
singular” (2005, p. 3435).<br />
O segundo “descentramento” vem <strong>da</strong> descoberta do inconsciente por Freud. Nossos<br />
processos psíquicos e simbólicos funcionam de acordo com uma “ lógica” muito diferente<br />
<strong>da</strong><strong>que</strong>la <strong>da</strong> Razão e de <strong>que</strong> a subjetivi<strong>da</strong>de é o produto de processos psíquicos<br />
inconscientes(2005, p. 3637).<br />
O terceiro descentramento está associado ao trabalho desenvolvido pelo lingüista<br />
Ferdinand de Saussure e a idéia de <strong>que</strong> “[...] nós não somos, em nenhum sentido, os “autores”<br />
<strong>da</strong>s afirmações <strong>que</strong> fazemos ou dos significados <strong>que</strong> expressamos na língua....”e de <strong>que</strong>” ...a<br />
língua preexiste a nós”, e de <strong>que</strong> ain<strong>da</strong> “Tudo <strong>que</strong> dizemos tem um “antes e um “depois” –<br />
uma margem na qual outras pessoas podem escrever” (2005, p.40).<br />
Um quarto descentramento principal <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e do sujeito <strong>que</strong> ocorre <strong>no</strong> trabalho<br />
do filósofo e historiador Michel Foucault e a “genealogia do sujeito moder<strong>no</strong>”, e o <strong>no</strong>vo tipo<br />
de poder, o “poder disciplinar”, com suas idéias de regulação, vigilância, de indivíduo e de<br />
corpo: “[...] quanto mais coletiva e organiza<strong>da</strong> a natureza <strong>da</strong>s instituições <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de<br />
tardia, maior o isolamento, a vigilância e a individualização do sujeito individual” (2005, p.<br />
43).<br />
E o quinto descentramento, com o impacto do Feminismo tanto como crítica teórica<br />
quanto movimento social.<br />
O momento histórico se afirmava entre outras coisas com as dimensões subjetivas,<br />
favoreciam a espontanei<strong>da</strong>de, o <strong>que</strong> de uma certa forma se conjugava com o nascimento<br />
histórico do <strong>que</strong> veio a ser a “política <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de”, ou seja uma identi<strong>da</strong>de para ca<strong>da</strong><br />
movimento: E dentre os movimentos, o Feminismo apelava às mulheres e teve também uma