18.04.2013 Views

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

local dessa dúvi<strong>da</strong> enquanto lugar do nascimento do sujeito moder<strong>no</strong>). (STUART HALL,<br />

2005, p. 26). Conforme Foucault também afirmava, o poder não se constitui como algo<br />

unitário e <strong>que</strong> existe fora de nós (1991, p.118). E por fim Hutcheon conclui: “Talvez o lema<br />

do pós­moder<strong>no</strong> deva ser: ´Vivam as Margens!” (1991, p.103).<br />

E através <strong>da</strong>s margens, de uma <strong>no</strong>va identi<strong>da</strong>de fora do centro, e ilumina<strong>da</strong> por uma<br />

subjetivi<strong>da</strong>de <strong>que</strong> realmente desafia a tradicional <strong>no</strong>ção de uni<strong>da</strong>de, universalização e<br />

totali<strong>da</strong>de, temos em As Horas, a representação de uma mulher diluí<strong>da</strong>/ fragmenta<strong>da</strong> através<br />

de três personagens, três déca<strong>da</strong>s, onde as teias vão se tecendo, e as estórias sendo conta<strong>da</strong>s,<br />

entrelaça<strong>da</strong>s pela história, e pela intertextuali<strong>da</strong>de dos textos escritos e vividos. Hutcheon<br />

acredita <strong>que</strong> a paródia é um modo de se aproximar dos textos do passado; mas esse acordo<br />

implica continui<strong>da</strong>de e reorganização do passado. O texto de Virginia Woolf (<strong>que</strong> sempre teve<br />

como preocupação esse <strong>que</strong>stionamento ao sujeito u<strong>no</strong> e universal), <strong>que</strong> parodiado,<br />

apropriado, re­escrito e repetido por Cunningham, não só adensa e elastece as angústias<br />

presentes em Mrs. Dalloway, como também abre <strong>no</strong>vas configurações de uma <strong>no</strong>va vi<strong>da</strong> de<br />

um texto repercutindo em um outro, numa via de mão dupla: Mrs. Dalloway e As Horas, o<br />

passado e o presente. Como conclui Hutcheon: “Repetir, mesmo com diferença crítica, é fazer<br />

parte do desafio pós­estruturalista contemporâneo à <strong>no</strong>ção do sujeito como fonte individual de<br />

sentido” (1985, p.137).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!