18.04.2013 Views

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

que mergulho! o espaço vertiginoso da subjetividade feminina no ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

to<strong>da</strong>s as outras obras, como <strong>no</strong> vídeo “wounds and absent objects”. Enquanto me diluía junto<br />

com a fumaça e com o sentido fugidio <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, lembrei­me dessa subjetivi<strong>da</strong>de líqui<strong>da</strong> 16 de<br />

<strong>que</strong> fala Bauman, como também de Virginia Woolf, <strong>que</strong> sem necessariamente utilizar esse<br />

termo, já mergulhava na <strong>que</strong>stão do instante, nessa “Ascensão” e <strong>no</strong>s significados do sopro <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong>. Com tais <strong>mergulho</strong>s, Virginia Woolf instaurava características <strong>da</strong> ficção moderna e já<br />

se antecipava à muitas <strong>da</strong>s concepções e teorias <strong>que</strong> o pós­modernismo viria acolher como<br />

também transgredir.<br />

Mais recentemente, março 2008, uma outra exposição de arte intitula<strong>da</strong> “Quase<br />

Líquido” onde 22 obras de 14 artistas <strong>da</strong> obra Experiência de Cinema <strong>da</strong> artista<br />

pernambucana Rosangela Rennó, buscou referência na base do conceito do livro<br />

Moderni<strong>da</strong>de Líqui<strong>da</strong>, também de Bauman, e projetou imagens fotográficas também numa<br />

cortina de fumaça: “Dessa maneira, em segundos, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s imagens <strong>da</strong> seqüência<br />

seleciona<strong>da</strong> pela artista se torna fugidia e se esvai sobre o vapor – podemos apreendê­la por<br />

tão pouco tempo e por pouco a fotografia não se torna sóli<strong>da</strong>...” (MOLINA, 2008, p. D12). A<br />

mostra tratou de idéias tão presentes na simbologia do estado líquido, pressupondo a<br />

inconstância, a mobili<strong>da</strong>de e a fluidez, trabalhando assim a passagem do tempo, os conceitos<br />

de Heráclito de <strong>que</strong> tudo flui como um rio, ou a de Platão de <strong>que</strong> to<strong>da</strong>s as coisas passam e<br />

na<strong>da</strong> permanece, ou ain<strong>da</strong> a imagem de Rennó, <strong>que</strong> para ela é efêmera e vertigi<strong>no</strong>sa (2008, p.<br />

D12).<br />

Tais exposições só ilustram a fragmentação por <strong>que</strong> passa esse sujeito <strong>da</strong><br />

contemporanei<strong>da</strong>de, bem como suas crises de identi<strong>da</strong>des de <strong>que</strong> fala Hall:<br />

Um tipo diferente de mu<strong>da</strong>nça estrutural está transformando as socie<strong>da</strong>des modernas<br />

<strong>no</strong> final do século XX. Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe,<br />

gênero, sexuali<strong>da</strong>de, etnia, raça e nacionali<strong>da</strong>de, <strong>que</strong>, <strong>no</strong> passado, <strong>no</strong>s tinham<br />

fornecido sóli<strong>da</strong>s localizações como indivíduos sociais. Estas transformações estão<br />

também mu<strong>da</strong>ndo <strong>no</strong>ssas identi<strong>da</strong>des pessoais, abalando a idéia <strong>que</strong> temos de nós<br />

próprios como sujeitos integrados. Esta per<strong>da</strong> de um “sentido de si” estável é<br />

chama<strong>da</strong>, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito (2005, p. 9).<br />

Esses deslocamentos, para Hall, constitui para o indivíduo uma “crise de<br />

identi<strong>da</strong>de, uma vez <strong>que</strong> desde o Iluminismo, o sujeito estava baseado numa concepção de<br />

pessoa humana como um indivíduo centrado, unificado, dotado de razão, consciência e de<br />

16 Bauman usa o termo líquido para escrever seus livros Moderni<strong>da</strong>de Líqui<strong>da</strong>, Amor Líquido, Medo Líquido,<br />

onde fala de uma vivência imersa em uma Moderni<strong>da</strong>de Líqui<strong>da</strong> a qual coloca a identi<strong>da</strong>de em processo de<br />

transformação como também traz consigo uma misteriosa fragili<strong>da</strong>de dos laços huma<strong>no</strong>s. 2004

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!