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xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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MARIA ROSÁRIO BASTOS/ .i. M. ALVEIRINHO DIAS<br />

11.3. A evolução <strong>da</strong> linha de costa como elemento estruturante <strong>do</strong> hirzterlarzd de<br />

Aveiro<br />

Até que ponto é que a evolução <strong>da</strong> linha de costa, designa<strong>da</strong>mente ao nível <strong>da</strong> formação<br />

<strong>da</strong> laguna de Aveiro, teri condiciona<strong>do</strong> o desenvolvimento económico <strong>da</strong> região? É isso<br />

que passai-emos a analisar de imediato.<br />

"De pouca ou nenhuma importância, pela sua posição na<strong>da</strong> privilegia<strong>da</strong> para a guerra,<br />

sem castelos ou até mesmo muralhas que adefendessem <strong>da</strong>s constantes ail-eineti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s mouros,<br />

[Aveiro] só algumas déca<strong>da</strong>s mais tarde podia vir a florescer, mercê <strong>do</strong> seu coinércio próspero,<br />

<strong>da</strong> sua navegação e <strong>da</strong> sua agricultura. Muitas vezes assistiu e foi vítima <strong>da</strong>s frequentes lutas<br />

entre cristãos e inouros, quan<strong>do</strong> estes ain<strong>da</strong> não tinham si<strong>do</strong> leva<strong>do</strong>s de venci<strong>da</strong> para lá <strong>do</strong>s<br />

campos <strong>do</strong> Mondego. Terra de pesca<strong>do</strong>res e inareantes por excelência, nasci<strong>da</strong> para ser grande<br />

na paz, só começou a sua ver<strong>da</strong>deira vi<strong>da</strong> de grandeza depois <strong>do</strong> século XII, com a toma<strong>da</strong> de<br />

Lisboa em 1147, portanto só a partir desta <strong>da</strong>ta o tráfico marítimo foi intensifica<strong>do</strong>, após o<br />

afastamento <strong>do</strong> perigo de piratas árabes que de Lisboa faziam a base <strong>da</strong>s suas operações" '*.<br />

De facto, temos que correlacionar os factores de ordem geoinorfológica coiii as conjunturas<br />

político-iiiilitai-es para perceberinos a afirmação e decadência económica de Aveiro e <strong>da</strong> sua<br />

área envolvente. No século XIII, "<strong>Porto</strong>ga1 figurava jé entre os principais países exporta<strong>do</strong>res<br />

de peixe e sal, sobretu<strong>do</strong> deste último produto, para os países <strong>do</strong> norte <strong>da</strong> Europa, onde, devi<strong>do</strong><br />

21s baixas teinperaturas, ao excesso de liumi<strong>da</strong>de no ar e à fraca salini<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas marinhas,<br />

não era possível a sua produção. (...) Entre os principais centros produtores de sal deste<br />

perío<strong>do</strong>, estavam as I-egiões <strong>do</strong> Vouga, <strong>do</strong> Tejo, <strong>do</strong> Sa<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Algarve" ?" Profun<strong>da</strong>mente<br />

dependente <strong>do</strong> sal, <strong>da</strong>s pescas e <strong>da</strong> navegação, esta região vai ser simultaneamente reflexo <strong>da</strong><br />

evoluçZio <strong>da</strong> linlia de costa portuguesa e <strong>da</strong> tranquili<strong>da</strong>de resultante <strong>da</strong> estabilização <strong>da</strong> froiiteira<br />

a sul, com a toma<strong>da</strong> de Lisboa, em 1147. Deste mo<strong>do</strong>, n5o obstante alguinas referências<br />

pontuais a salinas anteriores ao séc. XII, é na ver<strong>da</strong>de a partir deste século que se constata uma<br />

exploração intensiva <strong>do</strong> sal de Aveiro ?'. Para este facto terá concorri<strong>do</strong> o declínio <strong>da</strong>s marinhas<br />

<strong>do</strong> Douro, Leça e Ave lu. A produção é tal que, em 1216, D. Pedro Afonso e sua mulher<br />

fazem "Knrtarii rle izoshv sal; que Iiabenios !ri Averio er r1ar~io.s dc eo adSaircriiiii Jolmnneni de<br />

Torviico iiiille iiiorlios iii sirigulis rinnis" *'. Ora como a produção é eleva<strong>da</strong>, os preços baixam<br />

e, com a baixa de preços, fica lesa<strong>do</strong> o rei nos irnpostos (dízima) que cobra sobre a transacção<br />

deste produto. Esta reali<strong>da</strong>de leva D. Afonso IV a confirmar uina postura anterior que<br />

condicionava a produção de sal em Aveiro aos meses de Julho e Agosto "'. Desde a primeira<br />

referência a uma salina, conti<strong>da</strong> na famosa <strong>do</strong>ação que Muma<strong>do</strong>na Dias, em 959, fez ao<br />

OLIVEIROS, Albertitia Valcnlim - Aacim ,lu sicirlo XV, Aveiro, "Boletim Municipal de Aveiio", Ano 11, n" 4,<br />

~ 11984. ~<br />

.r n. 1%<br />

'WARREIROS, Maria Rosa Ferreira - Now Hisrúrio

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