19.04.2013 Views

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sabe-se terem si<strong>do</strong> também precoces as ligações <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> com os portos <strong>do</strong> Mediterrâneo<br />

Ocidental. Na primeira metade <strong>do</strong> século XVIII Génova foi o porto italiano com o qual a<br />

ci<strong>da</strong>de manteve contacto mais frequente, ain<strong>da</strong> assim, não muito expressivo e, i semelhança<br />

<strong>do</strong> que sucedeu com os portos <strong>do</strong> Sul <strong>da</strong> Espanha, muito graças à acção <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>res ingleses.<br />

De facto, coube-lhes 52,1% <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s barcos oriun<strong>do</strong>s desta praça italiana. Os<br />

holandeses, receberam 43,470 <strong>da</strong>s merca<strong>do</strong>rias <strong>da</strong>í originárias e apenas registamos um único<br />

navio consigna<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong>r portuense João de Melo. Trata-se <strong>do</strong> barco VL.1 Fragate, visita<strong>do</strong><br />

em 29 de Agosto de 1727, que transportou carga de arroz, papel, cnxof-e, leti-ic~ e feijões3'.<br />

De facto, os ingleses e holandeses <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> traziam dessas paragens sobretu<strong>do</strong> o arroz4", massas,<br />

corantes4' e algum algodão".<br />

De portos italianos registamos ain<strong>da</strong> a entra<strong>da</strong> de 3 navios. O Bcnzjan~irz, oriun<strong>do</strong> de<br />

Veneza, com carga de milho consigna<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong>r holandês Diogo Herants", em 15 de<br />

Maio de 1722 e o Maria dirigi<strong>do</strong> a George Clarck & C.", em 26 de Julho de 1727'". Com<br />

origem em Nápoles, consigna<strong>do</strong> a John Stevenson, entrou a barra <strong>do</strong> Douro em 2 de Abril de<br />

1719, o Coroa$fio, cuja merca<strong>do</strong>ria a fonte não nos indicouds.<br />

Os portos portugueses<br />

A cabeça <strong>do</strong> comércio <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> com os portos nacionais esteve naturalmente o porto de<br />

Lisboa. No perío<strong>do</strong> em análise foi <strong>da</strong>í que vieram 64,5% <strong>do</strong>s navios com origem em portos<br />

portugueses, incluin<strong>do</strong> os <strong>da</strong>s colónias.<br />

De facto, Lisboa funcionava como o centro mercantil nacional. Aí se reuniam muitas<br />

merca<strong>do</strong>rias originárias <strong>do</strong> Mediterrâneo, outras vin<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s portos <strong>do</strong> Oriente, parte substan-<br />

cial <strong>da</strong>s merca<strong>do</strong>rias <strong>do</strong> Brasil, como o tabaco, o ouro e as pedras preciosas brasileiras, que só<br />

podiam ser trazi<strong>da</strong>s ao <strong>Porto</strong> depois de descarrega<strong>da</strong>s e sujeitas a registo obrigatório em Lis-<br />

boa, mas também <strong>da</strong>í vinha algum açúcar que não chegava ao <strong>Porto</strong> directamente <strong>da</strong> antiga<br />

colónia. Por isso, as primeiras merca<strong>do</strong>rias brasileiras não aparecem nos navios que faziam<br />

ligação directa ao <strong>Porto</strong>. Estes transportavam, por regra, açúcar, madeiras e couros.<br />

Quem foram os principais protagonistas <strong>do</strong> trato entre a ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e a Capital?<br />

Como se pode adivinhar pela já constata<strong>da</strong> preponderância <strong>do</strong>s britânicos na vi<strong>da</strong> económica<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, foram os ingleses que também aqui <strong>do</strong>minaram: 75,9% <strong>da</strong>s embarcações visita<strong>da</strong>s<br />

no porto <strong>do</strong> Douro no perío<strong>do</strong> em apreço, vieram dirigi<strong>da</strong>s a merca<strong>do</strong>res ingleses <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Carregavam sobretu<strong>do</strong> produtos coloniais, vinhos e aguardentes.<br />

Se exceptuarmos os barcos <strong>do</strong> sal, os merca<strong>do</strong>res portugueses detinham apenas 18%<br />

<strong>do</strong> trato com Lisboa, foi essa a percentagem de navios oriun<strong>do</strong>s <strong>da</strong> capital com merca<strong>do</strong>rias<br />

consigna<strong>da</strong>s a nacionais. Menos significativa foi a fatia que coube aos hamburgueses <strong>do</strong> Por-<br />

" AHMP, L. 448, Viriros de S

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!