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xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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A EVOLUÇÃO DO LITORAL EM TEMPOS HISTÓRICOS<br />

-.<br />

Por sua vez, o inar aban<strong>do</strong>iia os cordões litorais construí<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o nível <strong>do</strong> inar era inais<br />

alio e eles podem ser retrabalha<strong>do</strong>s sob a forma de d~iiias.<br />

Terá si<strong>do</strong> essa a situação que aconteceu durante a Pequena I<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Gelo, quan<strong>do</strong>,<br />

como viiiios aciiria, o forneciinento de sedi~iientos aos cursos de água podem ter auinenta<strong>do</strong>.<br />

Atenden<strong>do</strong> à ligeira desci<strong>da</strong> <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar então verifica<strong>da</strong>, os cursos de água encaixa~seiam<br />

nos seus vales e arrastariam os respectivos sedimentos para o mar. As fases frias, de nível<br />

<strong>do</strong> inar baixo corresponderiam, assiin, a fases em que os estuários estariain, ein principio,<br />

ineiios eiitulba<strong>do</strong>s.<br />

3 -Alguns elementos sobre a evolugâo <strong>da</strong> linha de costa portuguesa: a importância<br />

<strong>do</strong>s factores antrópicos<br />

Na fig. 3 é visível a situação provável existente por volta de 3000 anos BP. A costa,<br />

iiessa altura, deveria ser bastante recorta<strong>da</strong>. Porém a partir <strong>do</strong> iiioniento em que a transgressão<br />

flaiidriaiia atingiu o seu máxiino e a linha de costa de estabilizou (entre 6000 e 3000BP,<br />

Alveirinho Dias, 1997), ter-se-á inicia<strong>do</strong> o processo <strong>da</strong> soa rectificação. Nessas circunstâncias,<br />

as saliências rochosas têm tendência a ser destroi<strong>da</strong>s e os recõncavos são preenchi<strong>do</strong>s por<br />

sediiiientos.<br />

Durante a I<strong>da</strong>de Média os recortes <strong>da</strong> liiilia de costa não atingiriam os óbvios exageros<br />

apresenta<strong>do</strong>s no mapa de F. Baiideira Ferreira e oportunamente deiiuncia<strong>do</strong>s no artigo de A.<br />

Fernaiides Martins (1947, fig. I). Porém, tu<strong>do</strong> indicaque a sinuosi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> linhade costa seria<br />

superior i actual, até porque a I<strong>da</strong>de Média, corresponden<strong>do</strong> a um perío<strong>do</strong> de relativo<br />

aqiieciiiiento, teria conlieci<strong>do</strong> níveis <strong>do</strong> iiiar relativamente altos. Essa situação corresponderia<br />

a uma invasão inarinha nas partes baixas <strong>do</strong> litoral, o que acentuaria arespectiva sinuosi<strong>da</strong>de,<br />

à iniagein <strong>do</strong> que se passon aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> iiiáximo <strong>da</strong> transgress<strong>do</strong> flaiidriana (cf. Fig.3).<br />

Da<strong>do</strong> o facto <strong>da</strong>s grandes variações eusiáticas globais tereni estabiliza<strong>do</strong> com o final <strong>da</strong><br />

transgressio flandriana, é de esperar que as variaçõeseestáticas na costa portuguesa não teiibain<br />

si<strong>do</strong> de grande aiiiplitude durante os teinpos históricos. Sen<strong>do</strong> assiin, uina vez que os factores<br />

de ordem natural têm uma evolução discl-eta, os factores de tipo antrópico podem passar a ter<br />

uiii papel <strong>do</strong>minante e passar a definir as tendêiicias actuantes ein ca<strong>da</strong> momento e ein ca<strong>da</strong><br />

local ein termos de avançolrecuo <strong>da</strong> linha de costa.<br />

Escas variações podem acontecer iiiesmo que o nível <strong>do</strong> iiiar nno varie significativamente.<br />

A ver<strong>da</strong>de é que o mar é essencialinente uni consuini<strong>do</strong>r e não um produtor de areias e, por<br />

isso, a aliinentação <strong>do</strong> litoral em sediiiientos depende, sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong> forneciiiiento de areias<br />

irazi<strong>da</strong>s pelos rios. O déficit de areias provoca<strong>do</strong>, entre outras coisas, pela retenção de<br />

sediiiienlos nas bai~agens e pelaextracção de ineites na zona costeirae nas bacias liidrogr't" '1 icas,<br />

parece ter muito inais importância no recuo <strong>da</strong> linha de costa <strong>do</strong> que a ligeira variação <strong>do</strong> nível<br />

<strong>do</strong> Iiiar que se tem feito sentir deste o fim <strong>da</strong> pequena i<strong>da</strong>de <strong>do</strong> gelo. Coiii efeito, segun<strong>do</strong> 1. M.<br />

Alveirinho Dias (1997), apenas 10% <strong>do</strong> recuo <strong>da</strong> linlia de costa observa<strong>do</strong> nos últiinos teinpos<br />

se deve à ligeira variação <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar que pode ser observa<strong>da</strong> na fig. 4.<br />

Assiin, uma época de arroteamento de terras, traduzin<strong>do</strong>-se iio auinento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s solos e numa acentua<strong>da</strong> erosão nas vertentes, poderá contribuir para num transporte mais<br />

intenso de sedimentos e pa1-21 incentivar os processos de colmatação <strong>do</strong>s estuários e lagoas

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