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xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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MARGARIDA SOBRAL NETO<br />

e Tentúgal e aci<strong>da</strong>de de Coimbra eram os pólos estrutura<strong>do</strong>res deste espaço. Um rio navegivel<br />

até ao lugar de <strong>Porto</strong> <strong>da</strong> Raiva (Penacova), a montante de Coimbra, que ligava a Beira Interior<br />

ao mar através desta ci<strong>da</strong>de que se constituía também como um cruzamento de eixos viários.<br />

Através <strong>da</strong> via fluvial articula<strong>da</strong> com as terrestres circulavam diversas inerca<strong>do</strong>rias provenientes<br />

de espaços europeus, coloniais, bem como de outros portos marítimos <strong>da</strong> costa portuguesa ou<br />

<strong>da</strong>s regiões <strong>do</strong> interior.<br />

De notar ain<strong>da</strong> que o Mondego articulava a planície e a montanha com um importante<br />

centro consumi<strong>do</strong>r, a ci<strong>da</strong>de de Coimbra'.<br />

Para além de via de transporte, o Mondego fertilizava uma extensa planície que se<br />

prolongava pelas margens <strong>do</strong>s aflnentes <strong>do</strong> Mondego e <strong>da</strong>s lagoas dispersas pela Gân<strong>da</strong>ra.<br />

Nesta planície, cultivou-se desde o século XVI o milho grosso, e mais tarde o arroz e a batata4.<br />

As terras de regadio especializaram-se também em produtos hortícolas e frutícolas. Havia<br />

ain<strong>da</strong> espaços dedica<strong>do</strong>s a tempo integral ou parcial a pastagens de ga<strong>do</strong>, algum transumante.<br />

As tesras de campo complementavam-se com as de monte. Nas zonas de encosta,<br />

abiiga<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s cheias, iniplantaram-se as habitaçóes e praticavam-se as culturas de sequeiro<br />

bem como <strong>da</strong> vinha, <strong>da</strong> oliveira e <strong>do</strong>s citrinos. O monte fornecia também estrumes vegetais<br />

que fertilizavam as teiras de campo bem como áreas de pastagem, utiliza<strong>da</strong>s de mo<strong>do</strong> especial<br />

quan<strong>do</strong> os campos se encontravam com colheitas ou inun<strong>da</strong><strong>do</strong>s. A Gân<strong>da</strong>ra que se prolongava<br />

para Norte ao longo <strong>da</strong> costa litorânea desempenhava fiinções idênticas às terras de monte5.<br />

O Baixo Mondego, zona à parti<strong>da</strong> privilegia<strong>da</strong> pela posição e pelas condições naturais,<br />

não usufmiu, porém, de to<strong>da</strong>s as suas potenciali<strong>da</strong>des devi<strong>do</strong> a probleiiias estruturais decorrentes<br />

<strong>da</strong> irregulari<strong>da</strong>de <strong>do</strong> curso <strong>do</strong> rio e <strong>da</strong> inexistência de um eficaz sistema de drenagem <strong>do</strong>s<br />

campos. As cheias devasta<strong>do</strong>ras que destmíam as colheitas e as vastas zonas de paul constituíram<br />

o drama <strong>do</strong>s camponeses <strong>do</strong> Baixo Mondego ao longo <strong>do</strong> tempo" 0 assoreamento <strong>do</strong> rio<br />

condicionou ain<strong>da</strong> as condições de navegabili<strong>da</strong>de, repercutin<strong>do</strong>-se no porto <strong>da</strong> Figueira, bem<br />

como no esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> ponte de Coimbra7.<br />

As cheias e o assoreamento constituírani-se como problemas que em certas épocas os<br />

monarcas tentaram solucionar. Assim, no contexto <strong>da</strong> política de fomento económico promovi<strong>da</strong><br />

' Cf. Oliveira, Alilónio de -A Vi<strong>da</strong> Ecortúr>ticn e social

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