19.04.2013 Views

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SUBS~D~OS PARA A HISTÓRIA DA BARRA DO DOURO<br />

época (1 590) a nomeação para o <strong>Porto</strong> de Jorge Manuel, como procura<strong>do</strong>r-geral <strong>do</strong> cõnsul <strong>do</strong>s<br />

alemães e Flamengos em Lisboa, João Leonar<strong>do</strong>. Ein 1591, eram pelo menos 14 os merca<strong>do</strong>res<br />

flamengos a despachar merca<strong>do</strong>rias na alfândega <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Declaravam, produtos alimentares,<br />

madeiras, bacalhau, queijos e merca<strong>do</strong>rias diversas3'. Residiam então próximo <strong>da</strong>s muralhas<br />

<strong>da</strong> urbe ou na margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> Rio Douro, em Vila Nova e ce<strong>do</strong> deixaram marcas<br />

de integração fácil na socie<strong>da</strong>de local, quer através <strong>do</strong> casamento, quer legitiman<strong>do</strong> filhos,<br />

atingin<strong>do</strong> mesmo um deles ponto alto na administração municipal, ao conseguir ser eleito<br />

Alm~taçé~~. De resto, o facto de em 1618, o movimento de embarcações flamengas no <strong>Porto</strong><br />

justificar a existência de um número de "lingoas" que se cifra no <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> <strong>da</strong>s outras naçães31,<br />

permite concluir que, por essa altura os negócios com a Flandres teriam um peso e uma importância<br />

que se assemelha à que o <strong>Porto</strong> estabelece com a Inglaterra nas primeiras déca<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />

século XVIII.<br />

Aju<strong>da</strong>ram a fixar laços de comércio entre os principais portos portugueses e flamengos,<br />

os privilégios que D. Afonso V, concedeu aos naturais <strong>da</strong>quela nação que quisessem fixar-se<br />

entre nós. Mais tarde D. Manuel ampliou mesmo tais privilégios, que foram confirma<strong>do</strong>s por<br />

Filipe I1 (1589) face ao auxílio que lhe prestaram na luta contra as investi<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s ingleses3i.<br />

No que diz respeito à ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, <strong>da</strong> comparação entre os privilégios concedi<strong>do</strong>s aos<br />

"cirlrrdãus 00 Pur.to"'"e os que foram atribuí<strong>do</strong>s aos Flameiigos residentes na ci<strong>da</strong>de, resulta<br />

claro que estes estrangeiros detinham prerrogativas inais extensas, estatuto que Ihes granjeou<br />

natural inveja por parte quer de grandes merca<strong>do</strong>res portuenses, quer <strong>do</strong>s seus pares ingleses''.<br />

De resto, o pre<strong>do</strong>mínio britânico nas relações comerciais externas de Portugal, só começou<br />

em 1654, após a assinatura <strong>do</strong> primeiro trata<strong>do</strong> de comércio e navegação depois <strong>da</strong> Restauraçã~'~.<br />

Até aí a presença <strong>do</strong>s flamengos no comércio externo parece ter si<strong>do</strong> mais significativa.<br />

No perío<strong>do</strong> que estu<strong>da</strong>mos, <strong>do</strong>s navios flamengos, destacam-se em número os que<br />

vieram <strong>do</strong> porto de Amesterdão, que representaram 84,6% <strong>do</strong> total <strong>da</strong>s embarcações que <strong>da</strong><br />

Holan<strong>da</strong> rumaram ao <strong>Porto</strong>. Roterdão, ocupa o segun<strong>do</strong> lugar mas muito distancia<strong>do</strong>, <strong>da</strong>í<br />

vieram 15,3% <strong>do</strong>s navios. No seu conjunto, os navios procedentes <strong>do</strong>s portos holandeses,<br />

visita<strong>do</strong>s na barra <strong>do</strong> Douro, representam 5,l% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>s barcos que chegaram à ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> no perío<strong>do</strong> abrangi<strong>do</strong>.<br />

A avaliar pelo número de vezes que as merca<strong>do</strong>rias são me~iciona<strong>da</strong>s nos navios oriun<strong>do</strong>s<br />

de Amesterdão, a ci<strong>da</strong>de Holandesa fornecia ao <strong>Porto</strong>, sobretu<strong>do</strong> ferro, aduela e naturalmente<br />

o queijo flamengo, muito consumi<strong>do</strong> no <strong>Porto</strong>.<br />

" SILVA, Froijcisco Ril~riir~ (10, O <strong>Porto</strong> I. o sal lerirto - 0,s Hoiite,i.s ar Iiisritiriç

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!