xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O LITORAL POVEIRO<br />
extensas oenedias. alie em muitos sítios avancão mais de um Kuilómetro oelo mar dentro. Nos<br />
intervallos de uns e outros roche<strong>do</strong>s formou a natureza oeauenos canaes. oor onde. nos dias de<br />
bom temoo. saem os bateis de pesca. muitos <strong>do</strong>s aaes nem semore tornam a voltar. se encontram<br />
os temooraes nas erandes lonaitudes a que elles se aventuram".<br />
Em Santo André está a divisória com a freguesia de Aguça<strong>do</strong>ura cria<strong>da</strong> em 1933 por<br />
desanexação <strong>da</strong> antiga paróquia de Navais. O lugar é teofanico. Um pouco abaixo <strong>da</strong> Capela,<br />
em pleno areal, destaca-se um alto pene<strong>do</strong> onde o apóstolo André deixou grava<strong>do</strong>s os seus<br />
pés. É esta a len<strong>da</strong>. O culto <strong>do</strong> santo an<strong>da</strong> envolto em algumas superstições, a maior <strong>da</strong>s quais<br />
diz respeito ao destino eterno <strong>da</strong>s almas. O Santo é representa<strong>do</strong> sobre um barco conduzin<strong>do</strong><br />
as almas, tal Caronte, a bom porto. Aclasse piscatória <strong>da</strong> Póvoa de Varzim dá a esse culto uma<br />
tonali<strong>da</strong>de trágica deslocan<strong>do</strong>-se, em numerosos grupos, na noite <strong>da</strong> vígilia <strong>da</strong> festa, entoan<strong>do</strong><br />
canticos <strong>do</strong>lentes e preces angustiantes até de madruga<strong>da</strong>em re<strong>do</strong>r <strong>da</strong> capela ejunto ao pene<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Santo. As preces visam, sobretu<strong>do</strong>, sufragar as almas <strong>da</strong>queles que morreram no mar e<br />
continuam insepultos.<br />
To<strong>da</strong> a freguesia de Aguça<strong>do</strong>ura assenta sobre areia acumula<strong>da</strong> por cima de um substrato<br />
xistoso, visível na praia. Para norte de Santo André a linha <strong>da</strong> costa é quase rectinínea e<br />
inteiramente arenosa sen<strong>do</strong> as areias muito finas e as praias pouco inclina<strong>da</strong>s. A primeira<br />
praia, depois de Santo André chama-se <strong>da</strong> Pedra Negra al~isão a uma penedia que fica ao largo,<br />
de natureza xistosa. Esta praia é, hoje, uma excelente zona balnear, muito frequenta<strong>da</strong> e com<br />
boas condições de segurança. Seguem-se as praias <strong>da</strong> Caturela, Paimó e Codixeira onde outrora<br />
existia o Facho <strong>da</strong> Atalaia e, hoje está, um pequeno sinal luminoso para as embarcações. Por<br />
último, a praia <strong>da</strong> Barranha que toma o nome de um ribeiro que desce <strong>do</strong> Alto <strong>da</strong>s Póvoas, em<br />
Terroso, atravessa a freguesia de Navais, desaguan<strong>do</strong> nos fieiros de Aguça<strong>do</strong>ura.<br />
Um relatório de 1908 para o Departamento Marítimo <strong>do</strong> Norte informa: " há na uraia<br />
de Azuca<strong>do</strong>ura uin grande número de barracas cobertas de palha destina<strong>da</strong> a euar<strong>da</strong>r<br />
embarcacões, aoarelhos de oesca e sargaco ... estes barracos são feitos de madeira, com pedras<br />
nos âneulos. Como estão construi<strong>do</strong>s a poucos metros <strong>do</strong> mar, durante as marés vivas aleuns<br />
são destrui<strong>do</strong>s ". Menos vocaciona<strong>do</strong>s para a pesca, que os de Aver-o-mar, os aguça<strong>do</strong>urenses<br />
dedicavam-se com o mesmo afã à recolha <strong>do</strong> sargaço para a fertilização <strong>da</strong>s culturas. A apanha<br />
<strong>da</strong>s algas obedece a normas regulamentares, oficiais, carece de licença passa<strong>da</strong> pelos<br />
Departamentos Marítimos e é proibi<strong>da</strong> nos meses de Maio e Junho. A apanha tanto se faz a pé,<br />
como de barco oujanga<strong>da</strong>de cortiça (cortiços). O pila<strong>do</strong> também constituiu um labor aprecia<strong>do</strong><br />
e os de Aguça<strong>do</strong>ura tinham um jeito próprio de o pescar, como relata J. de Azeve<strong>do</strong>: " Saíam<br />
para o mar <strong>do</strong>is barcos juntos, com três homens ca<strong>da</strong>. O mais pequeno chama<strong>do</strong> de caceiolargava<br />
as redes, e o maior chama<strong>do</strong> barco paixão -armazenava o produto a bor<strong>do</strong>. " Estas<br />
activi<strong>da</strong>des, umas desapareceram outras estão em franco declínio.<br />
Como dissemos, to<strong>da</strong> a freguesia de Aguça<strong>do</strong>ura e a parte litoral <strong>da</strong> freguesia <strong>da</strong> Estela<br />
a antiga Vila Men<strong>do</strong> é constiuí<strong>da</strong> por solos arenosos de provecta antigui<strong>da</strong>de fornian<strong>do</strong> dunas,<br />
ao longo <strong>da</strong> costa, e também no interior por acção <strong>do</strong>s ventos fortes que a varrem (dunas<br />
cólicas). Debaixo deste solo, seco e infertil, corre um manto de água <strong>do</strong>ce e foram estes<br />
"aquíferos"que despertaram os naturais para a ingente tarefa de remover as areias até encontrar<br />
a argila negra com vegetais (solão) que serve de plataforma para o novo campo de cultura. O<br />
estu<strong>do</strong> geológico <strong>do</strong> terreno mostrou que " ... com esta ar~ila vem mistura<strong>da</strong>. a oequena