xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
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inestre <strong>da</strong>s redes ao sigilo. O pesca<strong>do</strong>r era, efectivamente, o grande agente de divulgação<br />
tecnológica.<br />
Os recursos financeiros exigi<strong>do</strong>s pela nova arte <strong>da</strong> xávega foram recruta<strong>do</strong>s em dife-<br />
rentes meios sociais. Nas praias <strong>do</strong> Fura<strong>do</strong>uro (frente a Ovar) os cre<strong>do</strong>res eram padres secula-<br />
res, capitães de ordenança, vende<strong>do</strong>res de cor<strong>da</strong>mes, ou capitalistas como João Pedro Mijoulle.<br />
Este mesmo contratou-se com companhas de pesca de Aveiro, encontran<strong>do</strong> desta forma, desde<br />
1774, o meio de obter a matéria-prima essencial para o seu negócio de salga, à mo<strong>da</strong> catalã<br />
(ver à frente). Nas praias de Esgueira, S. Jacinto e ílhavo os capitais obtinham-se junto <strong>da</strong><br />
oligarquia local, nobreza e ao clero, significativos proprietários de marinhas de sal de Aveiro,<br />
que obtiveram, desta forma, uma aplicação para a sua produção salícola (Amorim, 1998, 174).<br />
4. Indica<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s infraestruturas económico-técnicas<br />
São vários os <strong>do</strong>cumentos que atestam, ao longo <strong>do</strong>s sécs. XV e XVI, a animação <strong>do</strong><br />
nlovimento portuário de Aveiro em torno <strong>do</strong> sal, devi<strong>do</strong> à presença, preferencialmente, de<br />
galegos, mas também flamengos e ingleses (Rau, 1984, 122), articula<strong>do</strong>s com os negócios <strong>do</strong><br />
bacalhau", chegan<strong>do</strong> a provocar dificul<strong>da</strong>des ao abastecimento local (Silva, 1991, 125). Este<br />
movimento traduz o crescimento de produção salícola comum a outras áreas como as <strong>do</strong><br />
Mondego, Tejo e Sa<strong>do</strong> (Rau, 1984,54-5).<br />
Apressão <strong>da</strong> procura era tal que garantia aos de Aveii-o controlarem aprodução, produzin<strong>do</strong><br />
menos sal a fim de manterem alto o seu preço (Silva, 1991, 99). Nos séculos XVI e<br />
XVII, sob a administração filipina e já depois <strong>da</strong> Restauração, o aumento <strong>da</strong> procura por parte<br />
<strong>da</strong> Galiza justificou a intervenção <strong>da</strong> Coroa no senti<strong>do</strong> de obrigar os <strong>do</strong>nos <strong>da</strong>s marinhas de<br />
Aveiro a fabricarem maiores quanti<strong>da</strong>des de sal, começan<strong>do</strong> a safra antes <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta habitual, o<br />
"S.Joao" (Ma<strong>da</strong>hil, 1959,374).<br />
Os primeiros sinais de alarme terão ocorri<strong>do</strong> durante a segun<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>do</strong> séc.XVII1<br />
quan<strong>do</strong> se nota alteração nos circuitos com o norte de Espanba. A ver<strong>da</strong>de é que a Galiza<br />
diminuíra o seu consumo não só porque as suas pescarias tradicionais entraram em crise,<br />
bastan<strong>do</strong> a produção local, mas também porque se acumularam stoques devi<strong>do</strong> ao facto de os<br />
catalães, ao introduzirem a xávega, levarem consigo o sal, agora oriun<strong>do</strong> de Setúbal (Amorim,<br />
1997, cap. 6.1).<br />
Ao longo <strong>do</strong> séc.XVII1 o comércio barra fóra tornou-se irregular. Assinale-se uma<br />
crise em 1709110, outra mais violenta em 1747148. A partir de mea<strong>do</strong>s de XVIII, as oscilações<br />
<strong>da</strong> barra e sua deslocação para sul, terão conduzi<strong>do</strong> as áreas de salga<strong>do</strong> para as proximi<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong> foz, encontran<strong>do</strong>-se referências a "riiaririhas vellzns" e a "mal-iizlzaspei-di<strong>da</strong>~'"~~ Embora os<br />
anos de 1775 e 1776 fossem anos de produção excepcional, a ver<strong>da</strong>de é que os finais <strong>do</strong><br />
séc.XVIII e inícios de XIX pautaram-se por dificul<strong>da</strong>des constantes, causa<strong>da</strong>s pela obstrução<br />
Cntalunhd como se lê em Magalháes, 1988.<br />
"Carta régia de 5/3/1450 e 7/6/1477 garantiam a segursnGn de galegas que viessem a Aveiro (Rnu, 1984, 104 e 120);<br />
- . .<br />
cana <strong>da</strong>s oficiais <strong>da</strong> Câmara de Aveiro, de 1550, sarei, insurgin<strong>do</strong>-se contra o recolber abriealório nocturno ooraue<br />
tanto <strong>da</strong>s costas poituguesas, como du Giiliza de noite e de dia era uni movimento constante a biiscar sal (Ma<strong>da</strong>hil,<br />
1959,255). A presença de nomes repeti<strong>da</strong>mente regista<strong>do</strong>s nos livros de entra<strong>da</strong> de ernborciiçües ( BMA, Livro de<br />
Visitas, 1683-1703) demonstra a presenfadde ingleses como sejam: Simão Colt, Jahn Calle, NemiasTousão, Guilher-<br />
me Esquiner; como se percebe estes nomes foram "apartugucsa<strong>do</strong>s" Amoriin, 1997,836.