xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
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O PORTO DE VILA DO CONDE NO SÉCULO XVI<br />
cartográficas, o panorama <strong>do</strong>s portos desde Aveiro a Viana afigura-se muito mais limita<strong>do</strong><br />
quanto a condições de aportagem e de navegabili<strong>da</strong>de. Apenas como marco referencial<br />
apontemos as profundi<strong>da</strong>des atribuí<strong>da</strong>s ao Tejo no seu curso final: de 12 a 30 braças na edição<br />
de Lucas Waghenaer de 1583, e de 15 a 30 na edição <strong>do</strong> mesmo autor de 1592z4.<br />
Em conclusão, o quadro que até agora procuramos delinear deixa muitas reservas a um<br />
desejável rigor no que se refere a condições gerais de navegabili<strong>da</strong>de, a dificul<strong>da</strong>des de<br />
aportagem e a limitações técnicas e físicas <strong>do</strong> porto devila <strong>do</strong> Conde. To<strong>da</strong>via, os depoimentos<br />
escritos acentuam com dramatismo, e as representações cartográficas parecem confirmar, a<br />
existênciade sdrias limitações de acesso ao porto devila <strong>do</strong> Conde, em particular nummomento<br />
de tendencial aumento <strong>do</strong> cala<strong>do</strong> <strong>da</strong>s embarcações que aí se construíam ou se propunham<br />
entrar.<br />
As causas explícitas radicam tanto em perfis topográficos (os obstáculos na entra<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
barra), quanto em dinâmicas geográficas e históricas: as secas <strong>do</strong>s anos anteriores(explicação<br />
de uma <strong>da</strong>s partes <strong>da</strong> conten<strong>da</strong>) e a construção <strong>do</strong>s açudes (explicação <strong>da</strong> outra). Numerosos<br />
testemunhos patentes no processo, <strong>da</strong><strong>do</strong>s por vizinhos <strong>da</strong> vila e técnicos de navegação, incluín<strong>do</strong><br />
pilotos de Azurara e Póvoa <strong>do</strong> Varzim, subscrevem os bloqueios ao fluxo <strong>da</strong>s águas como tese<br />
explicativa. To<strong>da</strong>via, não poderemos também esquecer a contra-argumentação, de igual mo<strong>do</strong><br />
suporta<strong>da</strong> por testemunhos de pessoas notáveis na terra, ain<strong>da</strong>que em menor número, incluín<strong>do</strong><br />
um prestigia<strong>do</strong> piloto, mora<strong>do</strong>r na Póvoa <strong>do</strong> Varzim, João Martins Gaio. Diz ele:<br />
"... aguom fnzeiiz nqiiinnos e nnvyos de <strong>do</strong>zepallinos napryiizeyrn cuberta e na houtra<br />
sete e iiieio e v11111 por este iyo nbnyxo corno soliyaiii a ir. e seguiiz<strong>do</strong> deus itiiiilin coiiiçyeniçia<br />
e iizeu pnreçer riaili coreiii rysq11o seii6o apedra <strong>do</strong> iinçeiro tiomde seiiipre lios navios gi-amdes<br />
c pequenos nguardnvaiiz as nuglins vyvns pera pasai- e iizeu pai-eçei- lze que Inrgiieiiz quniita<br />
auguoa ouver iio inun<strong>do</strong> iiiriiiqun sem rimas alltn a pediu se lza i160 quebruiiz ou coregern".<br />
Com efeito, esta opinião tem um valor quase premonitório, se atentarmos na evoluçáo futura<br />
<strong>do</strong>s acontecimentos.<br />
Depois de níti<strong>da</strong>s hesitações e renitências, a decisão régia foi no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> demolição<br />
<strong>do</strong>s açudes, a qual terá ocorri<strong>do</strong> após 6 de Novembro de 1542, <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> alvará régio que a<br />
autoriza25 .To<strong>da</strong>via, 15 anos volvi<strong>do</strong>s após o derrube parcial <strong>do</strong>s açudes, estes serão reedifica<strong>do</strong>s,<br />
nas mesmas bases em que se encontravam aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu derrube. Esta decisão baseia-se em<br />
informações segun<strong>do</strong> as quais o derrube efectua<strong>do</strong> não só não beneficiara, antes prejudicara a<br />
navegação <strong>do</strong> rio 26. Isto é, teria ocorri<strong>do</strong> um maior assoreamento <strong>da</strong> barra provoca<strong>do</strong> pelo<br />
afluxo e deposição de sedimentos e entulhos provenientes <strong>da</strong>s enxurra<strong>da</strong>s ocorri<strong>da</strong>s com as<br />
cheias <strong>do</strong>s anos precedentes, os quais anteriormente ficavam reti<strong>do</strong>s nos açudes, em na<strong>da</strong> se<br />
3 a 8 vaias.<br />
"ALEGRIA, M. Fernan<strong>da</strong> - 011. cit., fiç. I<br />
Os reçistos <strong>da</strong>s actas de vcrea@o permilem-nos cnlendurizur com maior pormenor n execufZo dessa deliberação.<br />
Em sessão de 20 de Outubro de 1543 determina-se que de ca<strong>da</strong> casa <strong>da</strong> vila saiu uina pessoa de 16 ou mais anos para<br />
ir dembar os ditos qudes (A.M.V.C. - Lv. 17, fl. 5IOv.-51 Iv.). Em Dezembro desse mesma anodelibera-se que no<br />
Verso. ouan<strong>do</strong> os ucudes se encontrarem s descoberto. reia , reoueridu . ao correze<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> a sua vin<strong>da</strong> a Vila <strong>do</strong><br />
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