19.04.2013 Views

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PEDRO BROCHADO DE ALMEIDA<br />

que estüo <strong>da</strong> villa de Cascaes ate a villn de Caminha.. .". Para o efeito enviava um homem <strong>da</strong><br />

sua confiança, João Gomes Silva, o qual inspeccionaria os ditos locais3. Um <strong>do</strong>cumento similar<br />

foi encontra<strong>do</strong> para o <strong>Porto</strong>4.<br />

O nome de João Gomes Silva aparece associa<strong>do</strong> ao cargo deve<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s obras <strong>do</strong> Forte<br />

de S. João <strong>da</strong> Foz que, segun<strong>do</strong> um apontamento de Francisco Dias, terão ti<strong>do</strong> início a 16 de<br />

Agosto de 15705. Este facto associa<strong>do</strong> à referência <strong>do</strong> seu envio, no mesmo ano, a Vila <strong>do</strong><br />

Conde, leva-nos a suspeitar que esta personagem tenha si<strong>do</strong>, de igual mo<strong>do</strong>, o ve<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s obras<br />

militares <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> Ave. Introduz-nos, também, à possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s obras <strong>do</strong> forte de S. João<br />

Baptista de Vila <strong>do</strong> Conde terem ti<strong>do</strong> início entre os finais de 1570 e os inícios de 1571. Uma<br />

<strong>da</strong>tação mais rigorosa, contu<strong>do</strong>, só será consegui<strong>da</strong> caso se possa resgatar algum elemento<br />

<strong>do</strong>cumental, até agora desconheci<strong>do</strong>, que aponte para uma cronologia mais aperta<strong>da</strong>.<br />

Aautoria <strong>do</strong> projecto <strong>da</strong> planta <strong>do</strong> forte de S. João Baptista de Vila <strong>do</strong> Conde, tal como<br />

a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> sua fun<strong>da</strong>ção, encontrava-se envolta num mistério de difícil resolução. Por outras<br />

palavras, desconhecia-se o autor <strong>do</strong> seu desenho arquitectónico, apesar de alguns historia<strong>do</strong>res6<br />

afirmarem, sem terem provas concretas, que Felipe Terzio seria o responsável.<br />

Na reali<strong>da</strong>de aquele arquitecto italiano, que veio até Portugal em 1576 para substituir o<br />

Tommazo Benedetto7, esteve em Vila <strong>do</strong> Conde. Asua visita, em 1592 e a pedi<strong>do</strong> <strong>da</strong> edili<strong>da</strong>de,<br />

ficou a dever-se à perspectiva de <strong>do</strong>tar a foz <strong>do</strong> rio Ave com um molhe que protegesse a<br />

entra<strong>da</strong> <strong>do</strong>s barcos que se dirigiam à alfândega régia.<br />

A sua estadia ficou regista<strong>da</strong> numa deliberação camarária de 22 de Novembro onde se<br />

justifica o gasto de 12 mil reis com a acomo<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> arquitecto e seus acompanhantes. O<br />

<strong>do</strong>cumento é ain<strong>da</strong> mais explícito quan<strong>do</strong> afirma que o arquitecto veio até Vila <strong>do</strong> Conde, na<br />

sequência <strong>do</strong>s trabalhos já inicia<strong>do</strong>s, "...tomar conhecimento <strong>do</strong> sitio e <strong>do</strong> molhe della<br />

Perante a leitura deste <strong>do</strong>cumento somos leva<strong>do</strong>s a pensar que o molhe <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> Ave, à altura<br />

já em execução, seria o motivo pelo qual o arquitecto se dirigiu até Vila <strong>do</strong> Conde. Paralelamente,<br />

não existe nenhum <strong>do</strong>cumento que manifeste a sua participação nas obras de fortificação <strong>da</strong><br />

barra <strong>do</strong> Ave.<br />

A prova cabal que impossibilita a sustentação <strong>da</strong> hipótese de Filipe Terzio ter si<strong>do</strong> o<br />

autor <strong>do</strong>s planos de fortificação <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> rio Ave fomos encontrá-la, depois de termos<br />

consegui<strong>do</strong> determinar com alguma segurança o início <strong>da</strong>s obras, numa simples operação<br />

dedutiva. FilipeTerzio chegou aPortugal, como jáo dissemos, em 1576 mas o forte de S. João<br />

Baptista já se encontrava em execução, no mínimo em 1573'. Deste mo<strong>do</strong>, ele não poderá ser<br />

o cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s planos <strong>da</strong> fortificação <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> Ave porque ain<strong>da</strong> não tinha pisa<strong>do</strong> solo lusitano<br />

'AHVC, N.' 14, Pasta 2,A-73. fl. 1-lv.<br />

Corpus Codicum, Vol. 4, pp. 109-110.<br />

'Barroca, Mária, as fonificaf5ees <strong>do</strong> litoral Panuense, in "colecção Ponucale" Ed. in, Pono, 2001, p. 62.<br />

"M, 3" Divisão, 9" SecGão, Caixa n.' 22. n." 31, ano de 1850: CARDOSO, P.e Luis, Mla <strong>do</strong> Conde, Me,nórios<br />

Pamqiiiaisde 1758, in"Diccionxia Geografico", Vol. 40, n."195, p. 161; DACIANO. Bertino, GUIMARAES, R. S.<br />

FREITAS, Eugénio de Andrea <strong>da</strong> Cunha, Si~bsidiosparo uina i>io,rografia de Wla <strong>do</strong> Conde, IV, O Cosrelo de Wla <strong>do</strong><br />

Coride, <strong>Porto</strong>, 1953, p.23; NEVES, Joaquim Pacheco. Wlo <strong>do</strong> Corzdr, Vila <strong>do</strong> Conde, 1987, p 83.<br />

' VITERBO, Sousa, Dicioiiário hislónco »to~iirozenrnl <strong>do</strong>s orcliirecros, erzgeiiheiros e corislrt

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!