xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O ORDENAMENTO DE RECURSOS NASÁREAS LITORÂNEAS E FLUVIAIS<br />
<strong>do</strong> pagamento de um alqueire de milho por geira de terra que semeassem bem como a<br />
participarem nas obras um dia por anoIs.<br />
Aforte pressão senhorial deu origem ao longo <strong>do</strong> Antigo Regime a diversas formas de<br />
protesto que culminaram nas representações às cortes liberais feitas pelas vereações e por<br />
grupos de lavra<strong>do</strong>res, assumin<strong>do</strong>-se como representativas <strong>do</strong> povo e <strong>do</strong>s burgueses com<br />
interesses nesta região'".<br />
Constituíram motivos de queixa o peso excessivo <strong>da</strong> tributação, em especial <strong>da</strong> cobra<strong>da</strong><br />
pelas enti<strong>da</strong>des senhoriais; as arbitrarie<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s cobra<strong>do</strong>res de ren<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> justiça senhorial,<br />
mas também a existência de muitas zonas alaga<strong>da</strong>s, responsabilizan<strong>do</strong>-se as enti<strong>da</strong>des senhoriais<br />
a quem competia a manutenção de valas e marachões, como era o caso <strong>do</strong> duque de Ca<strong>da</strong>val<br />
ou <strong>do</strong> mosteiro de Santa Cruz, por não procederem às reparações necessárias".<br />
Dos campos de Coimbrachegou também a denúncia <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong>de de os enfiteutas<br />
<strong>da</strong> região beneficiarem <strong>da</strong> legislação régia que estimulava o investimento de capitais na terra<br />
através <strong>do</strong> desbravameiito de terras incultas e secagem de pauis. Estavam neste caso <strong>do</strong>is<br />
negociantes que desbravaram terras e secaram pauis com a expectativa de beneficiar <strong>do</strong> alvará<br />
de 11 de Abril de 1815 que isentava de "direitos, imposições e dízimos" durante dez anos a<br />
quem desbravasse terras ou durante vinte a quem enxugasse pauis. Estes <strong>do</strong>is negociantes<br />
viram-se impossibilita<strong>do</strong>s de usufruir destas isenções devi<strong>do</strong> ao facto de o Cabi<strong>do</strong> e Santa<br />
Cruz, enti<strong>da</strong>des que senhoreavam nas terras beneficia<strong>da</strong>s, terem exigi<strong>do</strong> o pagamento de to<strong>do</strong>s<br />
os direitos que se costumavam pagar naquela área. Este caso constitui-se como uma evidência<br />
clara <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong>de de remover obstáculos ao desenvolvimento <strong>da</strong> agricultura no contexto<br />
<strong>do</strong> regime senhorial em vigor. O sistema senhorial vigente inviabilizava a própria política<br />
régia de fomento <strong>da</strong> agricultura".<br />
Fernand Braudel na partequededica is planícies na sua obra "O Mediterrâneo" escreve:<br />
"O Homem <strong>do</strong> Mediterrâneo sempi-e esteve em luta contra os baixios: uma batalha mais difícil<br />
" Cf Regimento de 1606, cit.<br />
'Wetet Margari<strong>da</strong> Sobral - Tei.ro e Coflflilo. Regi&> de Coi!>,b,n: Silbert, Albert - Lc Pioi>lè>ric ~rgruii-e ;>oirrigois<br />
s Oes i»i.rnières Cr,rrès lii>ér