xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O ORDENAMENTO DE RECURSOS NASÁREAS LITORÂNEAS E FLUVIAIS<br />
pelos monarcas filipinos nas primeiras déca<strong>da</strong>s <strong>do</strong> século XVII, foi atribuí<strong>do</strong>, em 1606, aos<br />
campos de Mondego um novo Regimento que tinha como objectivo regulamentar o sistema<br />
de manutenção <strong>do</strong>s marachõesY.<br />
Já nos finais <strong>do</strong> século XVIII, o reina<strong>do</strong> de D. Maria I destacou-se na tentativa de<br />
regularizar o curso <strong>do</strong> Mondego, inserin<strong>do</strong>-se esta política num plano mais vasto de melhoria<br />
<strong>da</strong>s comunicações terrestres e fluviais <strong>do</strong> país? Neste perío<strong>do</strong> foram elabora<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s por<br />
Vandelli e Estevão Cabral que estiveram na base <strong>da</strong>s obras então realiza<strong>da</strong>s"'.<br />
A impossibili<strong>da</strong>de de fazer face ao assoreainento <strong>do</strong> rio, bem como a de criar e manter<br />
um sistema de drenagem eficaz inviabilizou assim o aproveitamento intensivo <strong>da</strong>s<br />
potenciali<strong>da</strong>des de uma região litorânea, acresci<strong>da</strong> <strong>do</strong> facto de ser atravessa<strong>da</strong> por um rio<br />
navegável".<br />
As planícies que apresentam uma história de sucesso, caso <strong>da</strong> Lombardia, Baixo<br />
Langue<strong>do</strong>c ou An<strong>da</strong>lusia, forain aquelas em que foi possível implantar e manter infraestruturas<br />
de drenagem <strong>do</strong>s campos graças a um investimento contínuo decapitais". Ora o BaixoMondego<br />
nunca foi um campo de aplicação de capitais, mas um espaço de captação de ren<strong>da</strong>s e tributos<br />
vários, que alimentaram diversas casas senhoriais, muitas delas sedea<strong>da</strong>s em Coimbra, e várias<br />
instituições como câmaras municipais, confrarias e misericórdias, bem como a activi<strong>da</strong>de de<br />
contrata<strong>do</strong>res de ren<strong>da</strong>s.<br />
Os problemas estiuturais desta área litorânea e fluvial radicam assim no sistema senhorial<br />
implanta<strong>do</strong> na zona e ein especial no regime de proprie<strong>da</strong>de e de tributação em vigor neste<br />
espaço desde a I<strong>da</strong>de Médiaaté ao século XIX". "Nenhuma temou curso de água sem senhor",<br />
era uma máxima que pode ser aplica<strong>da</strong>, com to<strong>do</strong> o rigor, no Baixo Mondego, bem como nas<br />
zonas confinantes <strong>da</strong> Gân<strong>da</strong>ra e <strong>da</strong> Bairra<strong>da</strong>. Com efeito, neste espaço não existia proprie<strong>da</strong>de<br />
alodial. Por sua vez, a comunitária foi-se restringin<strong>do</strong> com o aumento de procura <strong>da</strong> terra<br />
decorrente <strong>do</strong> aumento demográfico ou <strong>da</strong> vontade de constituição de ren<strong>da</strong>s de origem<br />
fundiária.<br />
Silva, José Justino de Andrude e - Collec~õo Cltio>,ologicn