xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto
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ANTONIO BARROS CARDOSO<br />
este termo ain<strong>da</strong> hoje é empregue com tal significa<strong>do</strong>, a <strong>da</strong>ta referi<strong>da</strong> recua para Novembro de<br />
1713, altura em que um barco vin<strong>do</strong> <strong>do</strong> porto francês de La R~chelle'~, consigna<strong>do</strong> também a<br />
um merca<strong>do</strong>r holandês, Diogo Herants e referi<strong>do</strong> amiúde na <strong>do</strong>cumentação como Diogo Eiró,<br />
que foi grande negociante em vinhos no <strong>Porto</strong>".<br />
Estas garrafas e vidros foram maioritariamente transporta<strong>da</strong>s nos navios com origem<br />
sobretu<strong>do</strong> naci<strong>da</strong>de alemã de Hamburgo, mas tambéin ein grande quanti<strong>da</strong>de de embarcações<br />
vin<strong>da</strong>s <strong>do</strong> poiio inglês de Bristol. Em menor número vieram de Newcastle.<br />
Quanto aos mastros para navios, na sua esmaga<strong>do</strong>ra maioria, foram trazi<strong>do</strong>s por<br />
merca<strong>do</strong>res holandeses e hamburgueses, sen<strong>do</strong> o porto de Amesterdão o principal fornece<strong>do</strong>r<br />
desta merca<strong>do</strong>ria.<br />
O <strong>Porto</strong>, também possuía uma forte tradição de construção naval que remonta ao perío<strong>do</strong><br />
medievo'? Na época que estu<strong>da</strong>mos, esta indústria estava ain<strong>da</strong> activa às portas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
Setecentista. A confirniá-10 o pedi<strong>do</strong> que Manoel Ribeiro Siqueira dirigiu à Câmara <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />
aprecia<strong>do</strong> pelo Sena<strong>do</strong> em 24 de Novembro de 1702, para que fosse autoriza<strong>do</strong> a construir um<br />
navio fora <strong>da</strong> Porta Nova, comprometen<strong>do</strong>-se a não causar <strong>da</strong>no ao estaleiro e cais novo, em<br />
caso contrário comprometia-se a tu<strong>do</strong> reparar". 0 mesmo sucedeu em Agosto de 1714, coin o<br />
carpinteiro de navios José Gonçalves, que assinou um termo em como fazia um patacho no<br />
mesmo local". De resto, em 1747, no própiio cais <strong>da</strong> Ribeira se continuava aai-mar embai-cações<br />
como se depreende <strong>do</strong> termo de fiança assina<strong>do</strong> por Manoel Lopes <strong>da</strong> Costa, mora<strong>do</strong>r a São<br />
Francisco, que se obrigou por sua pessoa e bens, como fia<strong>do</strong>r de Rosa Pinto, viúva e pelo<br />
Capitão Dionísio de Azeve<strong>do</strong>, a concertar o cais, após o lançamento à água de um navio aí<br />
construi<strong>do</strong>, compi-ometen<strong>do</strong>-se a "l>olo <strong>da</strong> nzesiila sol-te que elle se aclzava" 15.<br />
Apesar <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de de construção naval, o merca<strong>do</strong>r inglês Raimun<strong>do</strong><br />
Ritte fez chegar i ci<strong>da</strong>de, em Maio de 1721, o pataxo galego N." S." <strong>do</strong> Rosário com a fcíbrica<br />
de 11mi1 rzavio a bor<strong>do</strong>. E não foi este o único caso que nos apareceu nos registos <strong>da</strong>s Visitas de<br />
Salíde. Em Março de 1741, um outro inerca<strong>do</strong>r britânico, Diogo Archbold, fazia entrar na<br />
barra <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, um navio cujo nome não é indica<strong>do</strong>, em lastro, compra<strong>do</strong> também na vizinha<br />
GaIizal6.<br />
De resto, quer-nos parecer que Portugal neste perío<strong>do</strong>, embora dispon<strong>do</strong> de bons<br />
estaleiros navais, se interessava pela aquisição de navios ao exterior, sobretu<strong>do</strong> tratan<strong>do</strong>-se de<br />
vasos de grande tonelagem e de longo curso já que, ein Junho de 1735, um despacho <strong>do</strong> nosso<br />
" AHMP, L. 444, Vlsiios