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xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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NICOLE DEVY-VARETA<br />

I1 -As paisagens vegetais na Época moderna<br />

A evolução <strong>da</strong>s paisagens vegetais na Época moderna processa-se num meio natural já<br />

fortemente antropiza<strong>do</strong>. A Baixa I<strong>da</strong>de Média, perío<strong>do</strong> de organização <strong>do</strong>s espaços<br />

agro-silvo-pastoris, é globalmente interpreta<strong>do</strong> como fulcral na evolução <strong>do</strong> ambiente de to<strong>da</strong><br />

a Europa <strong>do</strong> Sul, que sofre então uma ruptura irreversível. O ambiente deixa de ser "natural",<br />

no senti<strong>do</strong> de "imutável" em que geralmente se entende.<br />

No Noroeste <strong>do</strong> país, podemos considerar, para além <strong>da</strong>contracção definitiva <strong>da</strong>s massas<br />

arbóreas provoca<strong>da</strong> pelos arroteamentos, três conjuntos de processos coevos, que vão<br />

condicionar a história <strong>do</strong> ambiente <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s subsequentes:<br />

(L) a integração e transformação <strong>da</strong> floresta - matas e soutos (com pinheiros?) - nos<br />

agrossistemas regionais, nomea<strong>da</strong>mente na área <strong>da</strong>s colinas, vales e planícies, lugares de maior<br />

concentração demográfica no país e com povoamento disperso, que se prolongaria a sul <strong>do</strong><br />

Douro até ao Vouga;<br />

(2) a substituição irreversível <strong>da</strong> vegetação arbórea por formações arbustivas<br />

intensamente explora<strong>da</strong>s, de que o "monte", com charnecas e matos atlânticos, é o exeinplo<br />

mais significativo;<br />

(3) as alterações na estrutura de qualquer vegetação pelo fogo até ao desencndeamento<br />

de processos erosivos, que em parte explicaiii o acentuar <strong>do</strong> assoreamento no litoral.<br />

Qual então a fisionomia <strong>da</strong>s paisagens florestais nas regiões <strong>do</strong> litoral"? No século<br />

XVI, a informação sobre as "mattas e pinhaes" não é muito abun<strong>da</strong>nte na <strong>do</strong>cumentação<br />

impressa, para além de mal diferenciar as espécies arbóreas, sobretu<strong>do</strong> os pinheiros bravo e<br />

manso. Em nossa opinião, a desflorestação <strong>da</strong> silvn <strong>da</strong> Alta I<strong>da</strong>de Média assumiria níveis já<br />

eleva<strong>do</strong>s. A silvn residual, de livre exploração para os mora<strong>do</strong>res, era integra<strong>da</strong> nos montes<br />

<strong>do</strong>s agrossistemas; a floresta jardina<strong>da</strong>, com direitos condiciona<strong>do</strong>s, encontrava-se dispersa<br />

no espaço cultiva<strong>do</strong>. O aumento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des em "madeira grossa" torna-se preocupante<br />

para os poderes institui<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s finais <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de Média.<br />

Da linha de costa aos alinhamentos montanhosos <strong>da</strong> Pene<strong>da</strong>-Caramulo, distinguem-se<br />

várias situações territoriais e fortes contrastes na cobertura florestal:<br />

- as regiões costeiras, com baixas densi<strong>da</strong>des demográficas fora <strong>do</strong>s núcleos portuários,<br />

são iiiodifica<strong>da</strong>s por acumulações significativas de areais nesta época. São ambientes instáveis<br />

e pouco arboriza<strong>do</strong>s, mas processa-se uma colonização progressiva e espontânea de pinheiros<br />

bravos nos solos mais estabiliza<strong>do</strong>s e nas áreas protegi<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s ventos <strong>do</strong>minantes.<br />

- na área compartimenta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s planícies e colinas, a organização <strong>do</strong>s agrossistemas<br />

representa um modelo seinpre referencia<strong>do</strong> até ao liberalismo: muitas árvores dispersas na<br />

áreas cultiva<strong>da</strong>s; mosaico vigia<strong>do</strong> e fomenta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s bouças, com sobreiros e pinheiros, e soutos<br />

até base <strong>da</strong>s colinas ou cobrin<strong>do</strong> algumas vertentes; montes desfioresta<strong>do</strong>s, i-esei-va<strong>do</strong>s aos<br />

" "Le paysnge esr une expressioii coiiibinée dc phénoinènes naturels, rccliniques et culturels et, en i~iézne<br />

remps, le<br />

tissu des représentatialis que s'en font individus e1 groroupes saciaun"(G. ROUGERIE BEROUTCHACHVILI, I99 I).<br />

A rcconstnicáa <strong>da</strong>s oaisiieens <strong>do</strong> oassa<strong>da</strong> oõe orobleinas meta<strong>do</strong>lóoicos aue inelhor seNa triitn<strong>do</strong>s numa oersoectiva

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