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xviii - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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O Forte de S. João Baptista de Vila <strong>do</strong> Conde: um<br />

longo processo de obras<br />

Pedro Brocha<strong>do</strong> de Almei<strong>da</strong><br />

O Fortede S. João Baptista, até ao momento em que iniciámos o seu estu<strong>do</strong> sistemático,<br />

mantinha oculto alguns <strong>do</strong>s seus pormenores históricos ou, em contraparti<strong>da</strong>, induzia em erro<br />

to<strong>do</strong>s os investiga<strong>do</strong>res que, superficialmente, por ele se interessaram. A razão para este<br />

comportamento, que não é diferente <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s estruturas arquitectónicas sem um estu<strong>do</strong><br />

digno desse nome, prendia-se única e exclusivamente com a falta de alguém que procedesse à<br />

concretização <strong>da</strong> sua monografia.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> forte de S. João Baptista de Vila <strong>do</strong> Conde encerrava, à parti<strong>da</strong>, três<br />

problemas de difícil resolução. O primeiro prendia-se com a incapaci<strong>da</strong>de de fornecer-nos<br />

uma <strong>da</strong>ta precisa para o início <strong>da</strong>s obras. Um outro, baseava-se no desconhecimento <strong>do</strong> nome<br />

<strong>do</strong> autor <strong>do</strong>s planos de engenharia militar que deram forma àquele forte abaluarta<strong>do</strong>. Por<br />

último, não éramos capazes de fornecer o nome de quem terá superintendi<strong>do</strong>, na fase inicial,<br />

as obras realiza<strong>da</strong>s.<br />

O esforço desenvolvi<strong>do</strong>, em busca de <strong>do</strong>cumentação histórica, pagou os seus dividen<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> nos foi permitin<strong>do</strong> superar, umas mais <strong>do</strong> que outras, as incógnitas que ensombravam<br />

o nosso propósito. O processo, semembargo, não seencontra completo, mas antes em construção<br />

pelo que os <strong>da</strong><strong>do</strong>s agora apresenta<strong>do</strong>s só poderão ser parciais e nunca finais.<br />

O início <strong>do</strong>s trabalhos de fortificação <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> rio Ave, apesar de ain<strong>da</strong> não ter si<strong>do</strong><br />

completamente esclareci<strong>do</strong>, deverá, ao contrário <strong>do</strong> que é afirma<strong>do</strong> por Rafael Moreira' -<br />

1613-ron<strong>da</strong>rentreos anosde 1570e 1571.<br />

A<strong>do</strong>cumentação histórica conheci<strong>da</strong> sobre o forte de S. João Baptistade Vila <strong>do</strong> Conde,<br />

contu<strong>do</strong>, silencia-se quan<strong>do</strong> se procura definir a <strong>da</strong>ta precisa para o início <strong>da</strong>s obras de<br />

construção.<br />

A primeira referência <strong>do</strong>cumental onde se indica o an<strong>da</strong>mento de obras militares na foz<br />

<strong>do</strong> rio Ave fomos encontrá-la numa deliberação camarária de 13 de Agosto de 1573. Nela a<br />

edili<strong>da</strong>de decidiu pedir ao monarca a isenção <strong>do</strong> pagamento <strong>da</strong> finta que pendia sobre os<br />

mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong> vila, aqual tinhacomo objectivo a reparação <strong>da</strong>s pontes de Fragoso eLagoncinba,<br />

sob o pretexto <strong>da</strong> sobrecarga fiscal <strong>do</strong>s contribuintes. Estes já estavam obriga<strong>do</strong>s a pagar a<br />

pólvora, o chumbo e as armas destina<strong>da</strong>s à defesa <strong>da</strong> vila acrescentan<strong>do</strong>-se ain<strong>da</strong> a contribuição<br />

para a construção <strong>da</strong> fortaleza junto à barra <strong>do</strong> Ave, peça fun<strong>da</strong>mental para a sua defesa2. A<br />

leituradeste <strong>do</strong>cumento deixa bem claro que o forte, àquela<strong>da</strong>ta, já se encontrava em constmção.<br />

Sabemos, por outro la<strong>do</strong>, que a 21 de Abril de 1570, D. Sebastião manifestou a sua<br />

intenção de fortificar, em missiva envia<strong>da</strong> à autarquia, ". . .to<strong>do</strong>s os logares <strong>da</strong> costa de Portugal

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