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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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e divulgação do acervo. Da política de aquisições ao repatriamento de peças, <strong>da</strong> identificação<br />

à interpretação dos documentos, <strong>da</strong> elaboração de instrumentos de pesquisa à<br />

organização de exposições. Preocupou-se também, como assinalou Maria de Lourdes<br />

Viana Lyra, no apurado perfil biográfico <strong>da</strong> autora, com a formação, especialização e<br />

atualização dos funcionários, acompanhando e buscando adquirir publicações que, em<br />

meados do século passado, na Europa e nos Estados Unidos, se revelavam indispensáveis<br />

à formação do corpo técnico e à própria consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> instituição.<br />

Foi como incansável e rigorosa pesquisadora que <strong>Lygia</strong> Cunha mais se notabilizou,<br />

assumindo plenamente a missão, inerente às bibliotecas nacionais, de produzir e<br />

difundir informações sobre o acervo. O resultado desse esforço – que a tornou, à maneira<br />

dos imprescindíveis "homens-memória" <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des sem escrita, uma espécie<br />

de "biblioteca ambulante" – foram algumas dezenas de estudos veiculados em livros, catálogos,<br />

artigos, comunicações, palestras sobre o acervo precioso <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong><br />

e de real importância para o conhecimento do país. Razão mais do que suficiente para<br />

reuni-los, como era, aliás, seu desejo, numa pequena série de volumes.<br />

Este primeiro contém 22 breves estudos sobre o acervo iconográfico publicados<br />

entre 1960 e 2006 em veículos diversos. O primogênito veio à luz na ocasião <strong>da</strong>s<br />

comemorações do V centenário <strong>da</strong> morte do infante português dom Henrique, quando<br />

<strong>Lygia</strong> Cunha organizou a edição fac-similar do álbum Riscos illuminados de figurinhos<br />

de brancos e negros dos uzos do Rio de Janeiro e Serro do Frio, com 43 aquarelas do<br />

oficial português Carlos Julião. O último é de 2006, ano em que publicou nos Anais <strong>da</strong><br />

<strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> a conferência de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Rio<br />

de Janeiro a respeito de um até então desconhecido relato sobre o Rio de Janeiro, que<br />

figura em livro de viagens publicado em Moscou pelo russo Aleksei Vyseslavcov. É talvez<br />

o último de seus textos publicados em vi<strong>da</strong>.<br />

Além de cui<strong>da</strong>dosas introduções e prefácios a edições de álbuns de imagens, este<br />

volume reúne ain<strong>da</strong> apresentações de catálogos sobre desenhistas, aquarelistas e gravadores<br />

nacionais e estrangeiros; estudos publicados em revistas especializa<strong>da</strong>s, jornais<br />

e nos Anais <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>; uma conferência inédita e o estudo introdutório à<br />

edição fac-similar, publica<strong>da</strong> pela <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, de "uma rari<strong>da</strong>de bibliográfica"<br />

impressa, usando-se a técnica de gravação a buril, em Vila Rica, na capitania de Minas<br />

Gerais, em 1806, antes, portanto, <strong>da</strong> permissão real à ativi<strong>da</strong>de impressora no Brasil,<br />

concedi<strong>da</strong> apenas em 13 de maio de 1808.<br />

Na precisa definição de Renata Santos, historiadora especializa<strong>da</strong> em imagens<br />

desenha<strong>da</strong>s e grava<strong>da</strong>s e uma <strong>da</strong>s idealizadoras deste livro, ao lado <strong>da</strong> própria <strong>Lygia</strong><br />

Cunha e de Maria de Lourdes Viana Lyra, trata-se de "pequenas sínteses de micro-história"<br />

sobre a trajetória e a obra de artistas que legaram registros de altíssimo valor histórico<br />

e estético sobre a paisagem, a vi<strong>da</strong> cotidiana e eventos históricos do país, embora<br />

o interesse maior <strong>da</strong> autora tenha sido a iconografia sobre o Rio de Janeiro.<br />

Nove dos estudos, incluindo o já mencionado sobre Carlos Julião, autor de um<br />

dos mais importantes documentos visuais sobre o Brasil no século XVIII, tratam de<br />

artistas viajantes que estiveram no Brasil no século XIX ou de artistas brasileiros filhos<br />

de pais estrangeiros. O desenhista, pintor e gravador austríaco Thomas Ender, que integrou<br />

a comitiva <strong>da</strong> princesa Leopoldina quando de sua vin<strong>da</strong> para o Brasil e de cuja obra<br />

a <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> tem 246 desenhos e aquarelas; o brasileiro Frederico Guilherme

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