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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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Não nos deteremos aqui a analisar todos os exemplares arrolados, mas apenas alguns,<br />

que pelo seu ineditismo e rari<strong>da</strong>de merecem notícia mais pormenoriza<strong>da</strong>, sendo as primeiras<br />

que se fazem.<br />

Do século XVII é o mapa Aparência do Rio de Janeiro com todos os baixios e<br />

ilhas, que ocorre na coleção cartográfica organiza<strong>da</strong> por Diogo Barbosa Machado – cópia<br />

de uma <strong>da</strong>s folhas do atlas Livro de to<strong>da</strong> a costa <strong>da</strong> Província de Santa Cruz, feito<br />

por João Teixeira Albernaz, ano 1666, conforme as referências cita<strong>da</strong>s em vários estudos1<br />

. Ilustração de grande simplici<strong>da</strong>de, indica a pequena povoação colonial delimita<strong>da</strong><br />

pelos morros do Castelo e São Bento e anota as principais igrejas; na representação<br />

errônea <strong>da</strong> baía de Guanabara, forma alonga<strong>da</strong> e estreita, está a principal característica<br />

deste documento cartográfico que anota na região fluminense aldeias e acidentes físicos,<br />

enriquecendo a toponímia local.<br />

Situa<strong>da</strong> no último decênio do século XVII, a estampa St. Sebastien, ville episcopale<br />

du Brésil , de Froger, representa a então colônia portuguesa no ano de 1695. Esta<br />

peça, apesar de bastante rara, tem sido exposta em várias oportuni<strong>da</strong>des. Figurou nas<br />

exposições realiza<strong>da</strong>s pela Seção de Iconografia em 1951 e 52, Gravuras do Rio Antigo,<br />

sob o nº 3/4 do catálogo publicado, e O Brasil visto pelos viajantes estrangeiros, sob<br />

o nº 13. Foi recentemente reproduzi<strong>da</strong> no álbum editado pelo Instituto Histórico e Geográfico<br />

Brasileiro, As ci<strong>da</strong>des do Salvador e do Rio de Janeiro no século XVIII, com<br />

texto de Gilberto Ferrez, 1963.<br />

Ilustra a obra do engenheiro voluntário Froger, membro <strong>da</strong> expedição francesa<br />

coman<strong>da</strong><strong>da</strong> por De Gennes, que se propunha fun<strong>da</strong>r uma colônia no estreito de Magalhães.<br />

Suas notícias sobre o Rio e o Brasil são em geral muito precisas, exatas e de<br />

grande interesse; a ci<strong>da</strong>de, tal como é representa<strong>da</strong>, sofreria logo depois grande desenvolvimento,<br />

pois a descoberta <strong>da</strong>s minas de ouro a tornaria o centro de convergência e<br />

trajeto obrigatório dos reinóis que se atiravam em busca do precioso metal, bem como<br />

do escoamento e fiscalização <strong>da</strong>s riquezas envia<strong>da</strong>s à metrópole.<br />

A comparação deste desenvolvimento pode ser feita examinando o Prospecto <strong>da</strong><br />

Ci<strong>da</strong>de de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1775, mais uma <strong>da</strong>s preciosi<strong>da</strong>des que<br />

se ventila, saí<strong>da</strong> dos arcazes <strong>da</strong> Seção de Iconografia. Esta peça, divulga<strong>da</strong> pela primeira<br />

vez na exposição Gravuras do Rio Antigo, sob o nº 8, foi também objeto de estudo<br />

minucioso do sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Gilberto Ferrez, que o<br />

publicou na revista <strong>da</strong>quela instituição cultural (v. 33, out. – dez., 1956) e que os interessados<br />

devem consultar para melhor conhecimento do panorama em questão.<br />

Duas plantas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, inéditas até a presente <strong>da</strong>ta, enriquecem a documentação<br />

referente ao século XVIII. A primeira, desenha<strong>da</strong> a tinta, não é assina<strong>da</strong> nem <strong>da</strong>ta<strong>da</strong>.<br />

Depois do confronto com outras plantas já conheci<strong>da</strong>s, determinamos sua feitura para o<br />

período correspondente a anos de 1751 a 1779. Assinalados, além de outros monumentos,<br />

o Palácio dos Vice-Reis e a Casa <strong>da</strong> Moe<strong>da</strong> funcionando no mesmo edifício, obra<br />

do arquiteto engenheiro brigadeiro Alpoim, em 1743; o Chafariz e Arcos <strong>da</strong> Carioca,<br />

por onde vem canaliza<strong>da</strong> a água, ligando os morros de Santa Teresa e Santo Antônio; o<br />

Quadrilátero <strong>da</strong> Sé Nova, cujas obras, no atual Largo de São Francisco de Paula, então<br />

se processavam; o Arsenal Real <strong>da</strong> Marinha, instalado no sopé do morro de São Bento;<br />

1. ADONIAS, Isa. Mapas e planos manuscritos relativos ao Brasil Colonial conservados no Ministério <strong>da</strong>s Relações Exteriores...,<br />

Rio, 1960

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