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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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os conventos <strong>da</strong>s religiosas <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong>, no Largo <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong>, e o <strong>da</strong>s Carmelitas de Santa<br />

Teresa, no morro que lhes tomou o nome (antes do Desterro), onde se instalam e professam<br />

em 1751, tendo porém a clausura e segregação do mundo se realizado somente<br />

trinta anos mais tarde. Delineado o contorno <strong>da</strong> Lagoa do Boqueirão, cujo aterro para a<br />

construção do Passeio Público só viria a se concretizar a partir de 1779; e ain<strong>da</strong> a lápis,<br />

fazendo crer não ter sido termina<strong>da</strong> a planta, parte <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de que se segue aos terrenos<br />

baldios <strong>da</strong> Rua do Alecrim (hoje Buenos Aires) e a Sé Nova, com o mais interessante dos<br />

testemunhos que o mapa registra: a polé e a forca. Com a revelação que nos proporciona<br />

este documento, ficaria definitivamente estabeleci<strong>da</strong> e encerra<strong>da</strong> a questão do local em<br />

que foi enforcado Tiradentes.<br />

O outro mapa a registrar, de 1791, pertence, como o primeiro citado, desde o século<br />

XIX, à Seção de Iconografia, mas só recentemente, com os levantamentos que estamos<br />

processando para a recatalogação do acervo, é que ele foi encontrado entre muitas<br />

peças. Intitula-se: Plano <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro, elevado em 1791. Offerecido ao<br />

Ilmo. Senhor Concelheiro Luis Beltrão de Gouveia e Almei<strong>da</strong>, Chanceller <strong>da</strong> Relação<br />

desta Ci<strong>da</strong>de. Fielmente copiado por Francisco Antonio <strong>da</strong> Silva Betancourt, Capitão<br />

do 1º Regimento de Infantaria de Linha <strong>da</strong> Guarnição desta Ci<strong>da</strong>de, em 1803.<br />

Abrange o trecho litorâneo compreendido entre a praia do Flamengo até o saco<br />

de São Diogo – minuciosamente desenhado – assinalando igrejas, edifícios públicos, caminhos,<br />

trapiches, largos, a Estra<strong>da</strong> Real para São Paulo, começando a partir <strong>da</strong> Igreja<br />

do Divino Espírito Santo, em Mata Porcos. Divide os terrenos no perímetro urbano, determinando<br />

a separação dos lotes, ou com cercas de madeiras, ou com cercas de arbustos<br />

ou muros de alvenaria, tal como eram. To<strong>da</strong>s as testa<strong>da</strong>s são desenha<strong>da</strong>s indicando<br />

as que possuíam jardins. Documento importantíssimo, cópia de 1803, que acreditamos<br />

único, em vista de não ter sido até a presente <strong>da</strong>ta identificado o original.<br />

Estes dois exemplares serão, muito em breve, divulgados no Álbum cartográfico<br />

do Rio de Janeiro, comemorativo do quarto centenário <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

– edição <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> – e assim estarão ao alcance de tantos estudiosos de<br />

assuntos cariocas.<br />

Ain<strong>da</strong> do século XVIII, ou mais precisamente, do ano de 1796, é a vista <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

toma<strong>da</strong> do mar nas imediações <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s Cobras para o Mosteiro de São Bento: a maciça<br />

construção arquitetônica se destaca na colina, contrastando com a várzea, onde a<br />

ausência de detalhes marcantes não nos deixa identificar outros monumentos, enquanto<br />

no mar o navio Duff deixa ver hastea<strong>da</strong> a bandeira inglesa. (gravura de Vinkeles, que<br />

ilustra o artigo presente)<br />

O desenho original que serviu a esta peça é de autoria de W. Wilson, copiado<br />

pelo artista batavo M. de Roecker, reproduzido a seguir por R. Vinkeles em gravura<br />

a água-forte. Faz parte <strong>da</strong> edição holandesa do livro de James Wilson: Zendelings-<br />

Reis naar den Stillen Ocean onder het bevel van James Wilson...., Amster<strong>da</strong>m, 1801.<br />

Como se sabe, constando <strong>da</strong>s clássicas obras de referência bibliográfica sobre o Brasil,<br />

a obra de J. Wilson é a descrição <strong>da</strong> primeira viagem dos membros <strong>da</strong> London Missionary<br />

Society, que pretendiam estabelecer em Taiti uma missão religiosa, tendo de<br />

passagem aportado ao Rio entre 11 e 20 de novembro de 1796. Se a estampa tem a perder<br />

em relação à fideli<strong>da</strong>de iconográfica, torna-se peça raríssima por não ser a edição<br />

holandesa conheci<strong>da</strong> entre nós.<br />

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