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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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bater ideias no círculo fechado de seus pares e, sim, como um indivíduo<br />

chamado a participar e servir nos acontecimentos, a desenvolver<br />

uma intensa ativi<strong>da</strong>de pe<strong>da</strong>gógica e civilizatória.<br />

A ativi<strong>da</strong>de mental e uma curiosi<strong>da</strong>de universalista orientavam as pesquisas e<br />

reflexões. Todos os setores <strong>da</strong> natureza começaram a ser investigados e a reforma de<br />

ensino <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des influiu na formação de elites e na criação de instituições paralelas,<br />

volta<strong>da</strong>s para os trabalhos práticos, tais como museus de história natural, jardins<br />

botânicos, laboratórios de química, observatórios astronômicos, farmácias, teatros anatômicos,<br />

hospitais, deixando a estreiteza <strong>da</strong>s bibliotecas e claustros conventuais.<br />

Segundo Newton, temos três meios para chegar a resultados: a observação <strong>da</strong><br />

natureza, a reflexão e a experiência. A observação recolhe os fatos, a reflexão os combina<br />

e a experiência verifica o resultado <strong>da</strong> combinação. Basea<strong>da</strong>s nestas três premissas é<br />

que se desenvolvem as ideias iluministas em todos os ramos do conhecimento humano.<br />

Este movimento, iniciado na França, logo chega à Inglaterra e à Alemanha, irradiando-se<br />

pelos outros países <strong>da</strong> Europa. O poder público patrocina dispendiosos experimentos<br />

científicos; multiplicam-se as academias de ciências, ao mesmo tempo em que<br />

se produzem avanços tecnológicos.<br />

No momento em que a elite cultural europeia desperta para in<strong>da</strong>gação sobre<br />

a natureza, seus espécimes, observa os fenômenos buscando explicá-los, constata-se<br />

que as regiões do Novo Mundo permaneciam ain<strong>da</strong> desconheci<strong>da</strong>s cientificamente.<br />

É quando os governos determinam expedições para coleta de materiais que irão enriquecer<br />

as instituições científicas paralelas à universi<strong>da</strong>de. É neste momento que<br />

sábios e aju<strong>da</strong>ntes se deslocam para o novo continente, que lhes abre perspectivas<br />

imensas de descobertas incríveis.<br />

Ain<strong>da</strong> hoje, graças ao impulso <strong>da</strong>do a essa postura filosófica que é o estudo <strong>da</strong><br />

ciência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, repercute o eco de suas vozes no mundo intelectual e pensante.<br />

As inúmeras explorações do globo terrestre, que se sucedem desde o século XVIII,<br />

foram realiza<strong>da</strong>s com objetivo de observar, pesquisar e divulgar. Na sua maioria registram<br />

fatos científicos, com caráter de pesquisa, e quase sempre são acompanha<strong>da</strong>s de<br />

ilustrações, as mais diversas, que se tornaram pela importância, ineditismo e rari<strong>da</strong>de,<br />

ver<strong>da</strong>deiros tesouros.<br />

Um dos grandes desafios <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s explorações foi a descoberta e desbravamento<br />

do interior <strong>da</strong> América do Sul por espanhóis e portugueses, o que exigiu uma forte<br />

dose de audácia, resistência e sacrifícios físicos e morais. Em nenhum outro momento<br />

o ser humano teve seu valor tão diminuído e menosprezado pela destruição implacável<br />

e pela opressão a que foram submetidos os povos e civilizações primitivas encontrados<br />

nas plagas americanas. Ao mesmo tempo em que tantos sacrifícios eram exigidos dos<br />

naturais <strong>da</strong> terra, seus exploradores, se beneficiando de nossos conhecimentos, transferiram<br />

para a Europa o conhecimento e uso <strong>da</strong>s riquezas naturais: milho, batata, tabaco,<br />

prata, madeiras preciosas. Ao mesmo tempo, supriam o novo continente com os avanços<br />

e progressos tecnológicos e agrícolas, tais como o ferro, a indústria açucareira, gado,<br />

arroz, trigo e muitas varie<strong>da</strong>des de frutas.<br />

Como vimos, durante os séculos XVI e XVII, o avanço no conhecimento <strong>da</strong>s<br />

potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> América foi relativamente pequeno, pois ain<strong>da</strong> não surgira a revo-

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