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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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É nessa tumultua<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de colonial, tão isola<strong>da</strong> e distante inclusive para os estrangeiros<br />

em visita, que desembarca James Forbes em junho de 1765. No seu panorama do<br />

Rio de Janeiro [na página anterior], de feitura correta, porém de amador, estão fixados os<br />

principais monumentos locais, que, para facili<strong>da</strong>de de identificação nesse estudo foram<br />

numerados na estampa reproduzi<strong>da</strong> na página anterior.<br />

Os monumentos são os seguintes:<br />

1. Forte de São Tiago, construído por Mem de Sá sobre as ruínas de uma fortificação<br />

francesa. O desenho fixa a aparência anterior ao trabalho de reconstrução<br />

determinado em 1769 pelo marquês do Lavradio.<br />

2. Edifício <strong>da</strong> Casa do Trem, man<strong>da</strong>do construir pelo primeiro vice-rei, conde<br />

<strong>da</strong> Cunha.<br />

3. A Misericórdia e o Hospital – anteriores a 1570; vê-se assinala<strong>da</strong> a primitiva igreja.<br />

4. Quartéis onde, a partir de 1765, se instalaram as tropas do regimento do Moura,<br />

vin<strong>da</strong>s de Portugal – passou-se então a denominá-lo Quartel do Moura;<br />

no espaço fronteiro estão delinea<strong>da</strong>s tropas em exercício.<br />

5. Colégio e igreja dos jesuítas, de onde haviam já sido expulsos em 1759 – somente<br />

em 1769 foi a<strong>da</strong>ptado para Hospital Militar. Conforme o manuscrito<br />

de Forbes, "em tempos passados havia na ci<strong>da</strong>de um colégio de jesuítas" –<br />

bem informado o viajante inglês, pois havia apenas seis anos que a ordem<br />

havia sido expulsa do reino e <strong>da</strong>s colônias portuguesas, e não se havia feito a<br />

a<strong>da</strong>ptação do prédio.<br />

6. Forte de São Sebastião, no qual tremula a bandeira real de Portugal. No morro<br />

do Castelo havia, cerca de trinta anos antes, sofrido restauração.<br />

7. Igreja de São José – vista pelos fundos, com sua torre em cúpula –, as casas<br />

de moradia <strong>da</strong>ndo para a praia.<br />

8. Casa <strong>da</strong> câmara e cadeia, cuja construção <strong>da</strong>ta do século XVII – a Rua <strong>da</strong><br />

Cadeia se prolongava até os limites do centro urbano, nas vizinhanças do<br />

local em que se situava o chafariz <strong>da</strong> Carioca, vizinho ao convento de Santo<br />

Antonio, no Largo <strong>da</strong> Carioca.<br />

9. Palácio do vice-rei, "a mais bela casa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, é elegante, sem ornatos e<br />

na<strong>da</strong> tem de vistoso". A entra<strong>da</strong> principal com esca<strong>da</strong> de pedra em três degraus,<br />

dois an<strong>da</strong>res, perfeitamente reproduzi<strong>da</strong>. Obra do engenheiro militar<br />

José <strong>Fernandes</strong> Pinto Alpoim. Funcionava no an<strong>da</strong>r térreo a Casa <strong>da</strong> Moe<strong>da</strong><br />

do Rio de Janeiro.<br />

10. Largo do Paço – principal logradouro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, ponto de encontro dos moradores<br />

e visitantes. Ladeado por vários prédios em três lados, tinha o último<br />

servindo de local de desembarque. No centro do largo estava localizado um<br />

chafariz de pedra de lioz, que recebia, por um cano, a água <strong>da</strong> Carioca e existia<br />

desde o governo do conde de Bobadela (carta régia de 2 de maio de 1747),<br />

detalhado pelo viajante inglês a forma do monumento, que somente nos fins<br />

do século veio a ser substituído (pelo do mestre Valentim, em 1789). Interessante<br />

confrontar não só com o panorama de 1775 – no qual se indica em obras<br />

aquele monumento, que trocaria de posição na mesma praça, ficando então<br />

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