02.08.2013 Views

Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

54<br />

Destacam-se entre as mais belas litografias Chácara <strong>da</strong>s Mangueiras (residência que<br />

o artista ocupou, quando veio servir no Rio de Janeiro, em 1828, como secretário de<br />

legação, e posteriormente, em 1839 até 1842 como encarregado de negócios) e a belíssima<br />

Botafogo Bay, nos subúrbios do Rio de Janeiro.<br />

***<br />

De J. Alfred Martinet esperam-se maiores e mais completas notícias biográficas<br />

e também mais artísticas litografias do Rio por volta de 1845. Conhecemos de sua lavra<br />

cerca de 15 originais litográficos pertencentes às coleções <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>.<br />

Originário de uma família de litógrafos franceses, famosos pela oficina que possuíam<br />

em Paris, deve ter chegado ao Rio em <strong>da</strong>ta anterior a 1845, pois já nesse ano<br />

é editado pela firma Litographia Imperial de Rensburg, o Álbum pitoresco, histórico<br />

e monumental. Trabalhou para as firmas Leuzinger e Heaton e Rensburg, estabeleci<strong>da</strong>s<br />

no Rio, e, a partir <strong>da</strong>quele ano, além do álbum já citado, que seria publicado em<br />

fascículos de quatro estampas e texto descritivo, estampou pranchas avulsas de vistas<br />

e panoramas parciais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Constam também <strong>da</strong> coleção <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong><br />

registros de santos, cuja perfeição litográfica, em confronto com a perfeição <strong>da</strong>s vistas<br />

e costumes, deixa muito a desejar, lembrando até outro litógrafo menos capaz. As<br />

raras e belas litografias se dispõem num álbum completo de quatro peças, a saber: 1)<br />

Panorama <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de tirado <strong>da</strong> ilha <strong>da</strong>s Cobras; 2) Vista <strong>da</strong> Glória; 3) Passeio Público<br />

e 4) Cemitério inglês <strong>da</strong> Gamboa, to<strong>da</strong>s acompanha<strong>da</strong>s de texto bilíngue (português e<br />

inglês), especialmente escrito por E. Ghenton. Das estampas que corresponderiam ao<br />

segundo fascículo, que enriquecem o acervo <strong>da</strong> Seção de Iconografia, não conhecemos<br />

nem o texto, nem a folha de rosto correspondente. Acreditamos que não tivessem chegado<br />

a completar a edição.<br />

***<br />

Dois artistas de grande valor se reúnem para apresentar um dos mais apreciados<br />

conjuntos de vistas e costumes do Rio, Niterói e arrabaldes. Referimo-nos a Louis Auguste<br />

Moreau e a Louis Abraham Buvelot, o primeiro francês e o segundo suíço.<br />

Louis Auguste Moreau, bem como seu irmão François, radicaram-se no Brasil. O<br />

primeiro dos dois, além de pintor consagrado, tendo figurado nas Exposições <strong>da</strong> Academia<br />

Imperial de Belas Artes, dedicou-se intensamente ao desenho. De seus trabalhos a<br />

lápis e aquarela há vários originais guar<strong>da</strong>dos na Seção de Iconografia e neles se pode<br />

apreciar sua inclinação para o estudo <strong>da</strong> figura humana, em especial nos retratos cuja<br />

personali<strong>da</strong>de o retratista consegue transferir para a tela. Outra nota dominante na sua<br />

obra é a paisagem.<br />

De Louis Buvelot, que entre nós permaneceu durante 15 anos, aqui se casando, há<br />

notícias recentes, graças aos estudos que vêm sendo realizados por especialista de história<br />

<strong>da</strong> arte na Austrália, onde Buvelot, depois de voltar ao Brasil em 1864, se radicou<br />

e faleceu em 1883.<br />

O álbum em que os dois artistas trabalharam em colaboração é o Rio de Janeiro<br />

pitoresco, por L. Buvelot e Aug. Moreau (Litographia de Heaton e Rensburg, Rio de<br />

Janeiro, 1845). São interessantíssimas páginas, onde se sucedem vistas do centro <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de, cenas movimenta<strong>da</strong>s em torno dos chafarizes, os logradouros mais conhecidos,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!