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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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der viagens de cunho científico a França, Holan<strong>da</strong> e Japão. Foi professor na Facul<strong>da</strong>de<br />

<strong>Nacional</strong> de Medicina, diretor do Instituto Oswaldo Cruz e primeiro diretor do Instituto<br />

<strong>Nacional</strong> de Pesquisa <strong>da</strong> Amazônia (INPA). Em 1952, recebeu o título de doutor honoris<br />

causa pela Universi<strong>da</strong>de de Paris e, em 1977, pouco antes de falecer, seria eleito sócio<br />

honorário do IHGB.<br />

A partir do último ano do curso secundário, em virtude de longa esta<strong>da</strong> <strong>da</strong> família<br />

fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, acompanhando o pai em viagem de trabalho, <strong>Lygia</strong> ficou no Rio de Janeiro,<br />

e foi morar na casa do tio Olympio, a quem era muito afeiçoa<strong>da</strong>. No início dessa<br />

tempora<strong>da</strong>, em Copacabana num casarão na Aveni<strong>da</strong> Atlântica e, depois, num outro casarão<br />

na Rua Marquês de Olin<strong>da</strong>, em Botafogo. Dessa época <strong>Lygia</strong> guardou lembranças<br />

afetuosas <strong>da</strong> convivência familiar e do estilo de vi<strong>da</strong> social refinado que ali desfrutou. Algumas<br />

vezes recordou-se, com discreta satisfação, <strong>da</strong>s recepções festivas, dos bailes de<br />

gala, <strong>da</strong>s audições e dos concertos musicais. Nesse tempo, ela estudou música e aprendeu<br />

a tocar violino para acompanhar a tia Adélia em duetos ain<strong>da</strong> hoje memoráveis aos<br />

familiares – o que atesta a forte influência cultural recebi<strong>da</strong> do ambiente de estudos e<br />

pesquisa ali reinante. Ao concluir o secundário, <strong>Lygia</strong> foi aconselha<strong>da</strong> pelo tio cientista<br />

a se inscrever no primeiro curso de biblioteconomia do Brasil, que a <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong><br />

estava oferecendo com o objetivo de formar quadros especializados para exercer as funções<br />

próprias <strong>da</strong> instituição. Seria uma boa oportuni<strong>da</strong>de profissional, como apontou o<br />

tio Olympio, por permitir-lhe "viver no meio dos livros que você tanto ama". Iniciado<br />

em abril de 1939, o curso foi concluído no final do ano seguinte, sendo <strong>Lygia</strong> classifica<strong>da</strong><br />

em 6º lugar e "logo a seguir, nomea<strong>da</strong> Bibliotecária - Auxiliar, por decreto assinado pelo<br />

presidente Getúlio Vargas e designa<strong>da</strong> para trabalhar na <strong>Biblioteca</strong> do Museu <strong>Nacional</strong>,<br />

em março de 1941".<br />

No ano seguinte, concursa<strong>da</strong> pelo Departamento de Administração do Serviço<br />

Público (DASP), foi efetiva<strong>da</strong> no cargo e em segui<strong>da</strong> promovi<strong>da</strong>, sendo designa<strong>da</strong> para<br />

exercer a função de chefe <strong>da</strong> Seção de Contribuição Legal <strong>da</strong> Divisão de Aquisição, <strong>da</strong><br />

<strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, no início de 1946. Poucos anos depois, em meados de 1950, assumiu,<br />

como substituta, a função de chefe <strong>da</strong> Seção de Iconografia <strong>da</strong> Divisão de Obras<br />

Raras e Publicações <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, passando a titular no ano seguinte. A partir<br />

de então a jovem bibliotecária não mais parou de ler, estu<strong>da</strong>r e pesquisar, buscando<br />

melhor conhecer as técnicas correlatas à organização e à conservação dos livros raros e<br />

<strong>da</strong> documentação iconográfica guar<strong>da</strong>dos em acervos institucionais, sobretudo o <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong><br />

<strong>Nacional</strong>. Interessa<strong>da</strong> em ampliar seu campo de conhecimento, <strong>Lygia</strong> Cunha se<br />

matriculou, em 1955, no Curso de museus do Museu Histórico <strong>Nacional</strong>, concluindo-o<br />

com louvor dois anos depois.<br />

A listagem dos cursos de especialização realizados no Brasil e no exterior é significativa.<br />

Em instituições brasileiras, ressaltamos apenas os mais significativos: Restauração<br />

de livros, estampas e documentos (1952); Seção museus históricos e artísticos<br />

(1957); Informações e conhecimentos sobre cartografia (1968); Panorama <strong>da</strong> moderna<br />

biblioteconomia (1973); Métodos e técnicas de pesquisa histórica (1975); Metodologia<br />

<strong>da</strong> pesquisa histórica (1987); Identificação do livro raro (1985); Arte do fogo<br />

(1991). No exterior – com bolsa de estudos concedi<strong>da</strong> pelo Institut Français des Hautes<br />

Études <strong>da</strong> França – <strong>Lygia</strong> Cunha fez em Paris os cursos de História geral <strong>da</strong> arte e<br />

História <strong>da</strong> gravura no século XVIII, na Bibliothèque Nationale e no Musée du Lou-

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