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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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Entre os antigos viajantes, o mais famoso é, sem dúvi<strong>da</strong>, o veneziano Marco Polo,<br />

que no século XIII atravessou a Ásia. Na China, então sob domínio mongol, ficou, por 16<br />

anos, a serviço de Kublai Khan, voltando à Europa por Sumatra. Seus relatos orais causaram<br />

enorme impacto no Ocidente, a ponto de terem sido registrados em manuscritos<br />

por contemporâneos, ain<strong>da</strong> antes <strong>da</strong> descoberta <strong>da</strong> imprensa pelos europeus no século<br />

XV. A partir <strong>da</strong>í, eles teriam inúmeras edições impressas.<br />

As descobertas do caminho marítimo para as Índias, entre 1487 e 1498, e do Novo<br />

Mundo, em 1492, abrem espaço na bibliografia para um sem-número de testemunhos<br />

sobre as novas terras, seus habitantes e potenciali<strong>da</strong>des.<br />

Como resultado dessas explorações, o conhecimento geográfico foi enormemente<br />

ampliado e, em consequência, foram abertas oportuni<strong>da</strong>des de conquistas comerciais e<br />

de novas terras.<br />

A viagem de circunavegação de Fernão de Magalhães, que do Atlântico ao Pacífico<br />

contorna o globo terrestre, através do estreito que tomou seu nome, e chega a Sevilha<br />

em 16 de setembro de 1522, constata a esferici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Terra.<br />

Entretanto seu coman<strong>da</strong>nte, vítima de aborígines, ficara enterrado nas ilhas do<br />

Pacífico, cabendo a Sebastião El Cano completar a viagem.<br />

Encerrado o primeiro périplo, torna-se patente a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s interligações<br />

entre as diversas partes do globo, sucedendo-se <strong>da</strong>í por diante inúmeras circunavegações.<br />

Ain<strong>da</strong> no século XVI, Ramusio publica sua coletânea de viagens de outros autores,<br />

tal era já o número de publicações sobre o assunto.<br />

É a partir do século XVI, com os conceitos que o Renascimento traz ao desenvolvimento<br />

do intelecto, que vão se sucedendo, agora numa quanti<strong>da</strong>de crescente de obras<br />

impressas, inúmeras informações registra<strong>da</strong>s na literatura de viagens e também nas<br />

publicações sobre os estudos dos fenômenos do mundo natural.<br />

Coube a Bacon, filósofo inglês, definir as etapas para o conhecimento <strong>da</strong> natureza,<br />

organizando a coleta e a análise necessárias ao resultado final de seus estudos que<br />

preconizavam três meios para se chegar a resultados para uma nova interpretação do<br />

universo: observação <strong>da</strong> natureza, reflexão, experiência.<br />

A sucessão de opiniões e estudos e sua divulgação vão desembocar, no século<br />

XVIII, no Iluminismo. As viagens passam a fazer parte <strong>da</strong> formação dos homens de<br />

cultura – literatos, cientistas, artistas e até políticos –, proporcionando-lhes melhores<br />

condições para se inteirarem de um mundo mais distante <strong>da</strong>quele que o rodeava.<br />

É nessa ocasião que os naturalistas iniciam com racionali<strong>da</strong>de as explorações<br />

volta<strong>da</strong>s sobretudo para o interesse em conhecer os fenômenos do mundo natural com<br />

base nas ciências <strong>da</strong> natureza. A atração exerci<strong>da</strong> pelas experiências de viajantes anteriores,<br />

bem como a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s grandes potências de explorarem devi<strong>da</strong>mente suas<br />

colônias e outras terras situa<strong>da</strong>s em regiões distantes, levou os governos no século XIX<br />

a organizar expedições exploradoras.<br />

Findo o período <strong>da</strong>s guerras napoleônicas, uma era de tranquili<strong>da</strong>de e progresso<br />

reensejou a organização, pelos governos europeus, de grandes viagens de exploração<br />

científica. Entre 1750 e 1850, período áureo destas viagens, os grandes museus europeus<br />

se enriqueceram com inúmeros exemplares trazidos pelos viajantes-cientistas, entre os<br />

quais se destacavam filósofos-naturalistas, desenhistas e taxidermistas, aos quais cabia

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