Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional
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o acervo a ser divulgado por meio de exposições temporárias. Assim, em julho-agosto de<br />
1941 realizou-se a mostra Albrecht Dürer e a Gravura Alemã no Museu <strong>Nacional</strong> de Belas<br />
Artes, figurando a <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> com a mais importante coleção apresenta<strong>da</strong>. Em<br />
1954, elabora<strong>da</strong> pela Seção de Iconografia, a mostra seleciona<strong>da</strong> – Estampas Antigas –,<br />
trouxe novamente ao conhecimento dos interessados parte <strong>da</strong> obra gráfica do artista alemão,<br />
correspondendo no catálogo publicado às peças de números 45 a 76.<br />
A completa divulgação, num só conjunto, <strong>da</strong>s estampas originais de Dürer vinha<br />
sendo programa<strong>da</strong> pela Seção de Iconografia há alguns anos. Motivos os mais diversos,<br />
no entanto, nos levaram a prorrogá-la; entre estes, a honrosa oportuni<strong>da</strong>de que tivemos<br />
de estu<strong>da</strong>r recentemente a obra dos gravadores alemães dos séculos XV e XVI, nos<br />
principais gabinetes de estampas <strong>da</strong> República Federal <strong>da</strong> Alemanha. Graças ao conhecimento<br />
mais profundo que adquirimos de obra gráfica de tal importância, acreditamos<br />
poder apresentar um trabalho completo sobre o grande artista alemão em relação à<br />
coleção de estampas <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>.<br />
Os trabalhos de catalogação e identificação <strong>da</strong>s peças, também estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelas<br />
anteriores direções <strong>da</strong> Seção, foram revistos, atualizados e confrontados com os mais<br />
modernos manuais de referência. Para este levantamento contamos com a preciosa colaboração<br />
de Eunice de Manso Cabral, documentarista especializa<strong>da</strong> em Artes Plásticas;<br />
foi possível recuperar exemplares que se achavam deslocados <strong>da</strong> obra do mestre gravador,<br />
bem como retificar algumas atribuições <strong>da</strong><strong>da</strong>s até então como originais. A origem<br />
<strong>da</strong>s preciosas estampas, fundo dos mais importantes <strong>da</strong> instituição, constituindo<br />
patrimônio inalienável, divide-se entre a Real <strong>Biblioteca</strong> e a Coleção Oliveira Barbosa,<br />
adquiri<strong>da</strong> esta última de seu proprietário no século passado.<br />
Ao prepararmos este resumo sobre a vi<strong>da</strong> e obra de Dürer, baseado em estudos de<br />
renomados especialistas, tivemos por objetivo fixar apenas a parte gráfica de sua obra e<br />
reportarmos os interessados às bibliografias em apêndice.<br />
A realização desta exposição não ficaria registra<strong>da</strong> se não restasse o importante<br />
documento que é o catálogo impresso. Para este empreendimento contamos com a colaboração<br />
e patrocínio do Instituto Cultural Brasil Alemanha, à cuja direção tornamos<br />
público nosso agradecimento.<br />
[Segue o "resumo" mencionado pela autora]<br />
A aparição de Albrecht Dürer no cenário cultural e artístico <strong>da</strong> Alemanha, apenas<br />
despontando para o renascimento <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong>de clássica, fixa um grande marco nos<br />
domínios <strong>da</strong> arte. No fim do século XV, era através <strong>da</strong> gravura em madeira e metal, <strong>da</strong>s<br />
impressões tabelares e <strong>da</strong> recente invenção <strong>da</strong> imprensa que se fazia a disseminação <strong>da</strong><br />
cultura. O famoso artista, dedicando-se também à arte de gravar, estabeleceu um novo<br />
índice de perfeição gráfica e teve sua obra difundi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> Europa, <strong>da</strong>ndo-lhe ain<strong>da</strong><br />
em vi<strong>da</strong> renome internacional.<br />
Nascido em Nuremberg a 21 de maio de 1471, filho de um ourives com quem,<br />
nos primeiros anos de juventude, fez seu aprendizado, adquirindo a habili<strong>da</strong>de necessária<br />
no manuseio do buril (cujo uso na gravura em metal não diferia do emprego<br />
para fins de ourivesaria e cinselura), em 1486 entrou como aprendiz para o atelier<br />
de Michael Wolgemut, famoso pintor de Nuremberg com quem esteve por mais de<br />
três anos.