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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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Conforme fosse a intenção de mostrá-los, o panorama poderia ser geral, isto é,<br />

circular, abrangendo todo o horizonte cujos 360º eram subdivididos em várias seções,<br />

às vezes de 30º graus ca<strong>da</strong> uma, e monta<strong>da</strong>s lado a lado; os panoramas planos ocupavam<br />

grande extensão de parede onde o painel deveria estar montado. Arranjados em salas<br />

especialmente prepara<strong>da</strong>s, combinando efeitos decorativos no primeiro plano, visando<br />

<strong>da</strong>r ao espectador a impressão de que se achava no local, apreciando uma lin<strong>da</strong> vista.<br />

Imagens estáticas, os panoramas tiveram grande voga na Europa a partir dos<br />

fins do século XVII e chegaram ao Brasil, no começo do século XIX, como empresa<br />

comercial. Estrangeiros que passaram pelo Rio de Janeiro se dedicaram a este gênero<br />

de pintura a que também não ficaram imunes os nossos artistas, fixando em panoramas<br />

circulares ou não, a vista geral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, sempre tira<strong>da</strong> de uma elevação.<br />

Digno de menção é o Panorama do Rio de Janeiro, pintado por Hippolyte Taunay,<br />

no Rio, ampliado em Paris por G. P. Ronmy, que o expôs no Boulevard Montmartre no<br />

ano de 1824, acompanhado de um folheto descritivo dos principais pontos pitorescos;<br />

folheto este editado por Nepveu, editor de estampas na famosa Passage des Panoramas.<br />

Representava a vista geral do Rio de Janeiro, abrangendo a ci<strong>da</strong>de, parte <strong>da</strong> baía<br />

ao fundo circun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelas montanhas <strong>da</strong> serra dos Órgãos, Corcovado, Pão de Açúcar e<br />

Tijuca. Em primeiro plano uma varan<strong>da</strong> enfeita<strong>da</strong> com plantas e frutos exóticos, colunas<br />

com fustes e capitéis, decorados com arcos e flechas, sustentavam os lambrequins<br />

no teto, no qual macacos, tucanos, papagaios e plantas contribuíam para recriar um<br />

ambiente tropical que excitava a imaginação dos visitantes europeus. Nepveu editou<br />

estampas a água-tinta, copia<strong>da</strong>s e reduzi<strong>da</strong>s do panorama, trabalho de gravura sobre<br />

o cobre feito por Friedrich Salathé. Os exemplares <strong>da</strong>s provas, guar<strong>da</strong>dos na Seção de<br />

Iconografia <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, são raríssimos, sobretudo por se completarem com<br />

a varan<strong>da</strong> acima descrita.<br />

Do Rio de Janeiro, conhecem-se vários panoramas, na sua maioria planos, feitos<br />

para decorar ambientes e levar o conhecimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de a outros interessados. Citamse<br />

entre muitos o chamado de Bobadela – século XVIII e o de 1775 (ambos a aquarela); o<br />

de Burford, desenhado em 1823 e exposto em Londres, em 1828, com folheto explicativo;<br />

o de F. G. Briggs, litografado em Londres em 1837; o de Alfred Martinet – litografado<br />

em seis partes, em 1845, o primeiro no gênero impresso no Rio de Janeiro; o de Victor<br />

Frond, fotografia tira<strong>da</strong> no Rio e transferi<strong>da</strong> para a pedra litográfica em Paris, por Ciceri<br />

e Benoist, figurando no Atlas do Brazil pittoresco de Ribeyrolles; o famoso panorama<br />

de Vitor Meireles, pintado em tela, que foi exposto na Europa e posteriormente no Rio,<br />

<strong>da</strong>ta de 1898. O último panorama <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, que fica relacionado, é já uma fotografia<br />

amplia<strong>da</strong>, impresso o folheto explicativo com a reprodução e exibido no Rio de Janeiro<br />

em 1917. Foi publica<strong>da</strong> pela Empresa de Propagan<strong>da</strong> Brasileira.<br />

O esquema adiante, ilustra a técnica de apresentação e montagem de um panorama<br />

circular, tal como era visitado.<br />

Cosmorama<br />

Segundo a definição <strong>da</strong> Enciclopédia portuguesa e brasileira, é uma coleção<br />

de quadros representando lugares e monumentos, os mais famosos do universo. Tem a<br />

palavra origem grega: cosmos (universo); orama (vista).<br />

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