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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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impresso pelo padre José Joaquim Viegas de Menezes, e o estudo sobre o livro do russo<br />

A. Vyseslavcov, em que há um capítulo sobre o Rio de Janeiro e um desenho <strong>da</strong> ensea<strong>da</strong><br />

de Botafogo. No estudo sobre O canto, <strong>Lygia</strong> vai além <strong>da</strong> descrição e história <strong>da</strong> publicação<br />

– de cuja edição original só se conhecem quatro exemplares, dois dos quais estão<br />

na <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> –, ao versar com maestria sobre a arte <strong>da</strong> gravura em metal no<br />

século XVIII e a influência, na época, de artistas renomados como o tipógrafo francês<br />

Didot e o incisor francês Abraham Bosse – este último autor dos importantíssimos Traité<br />

dês manières de graver em taille douce sur l´airin. Par le moyen dês eaux fortes, e<br />

dês vernix durs & molsl...e Traité des manières de dessiner les ordres l’architecture<br />

antique em toutes leurs parties ...".<br />

Ao ser procurado, em 2008, por <strong>Lygia</strong> Cunha e Renata Santos, para conhecer a<br />

proposta de reedição dos escritos, sobretudo os dispersos, dessa admirável servidora<br />

pública, de imediato me entusiasmei, como não poderia deixar de ser. Não supus na<br />

ocasião que meu envolvimento começaria logo em segui<strong>da</strong>, participando intensamente<br />

<strong>da</strong> própria e exigente organização deste volume. O que fiz honrado por esse privilégio<br />

e com a aju<strong>da</strong> inestimável de meus colegas <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, em especial Mônica<br />

Carneiro, Leia Pereira <strong>da</strong> Cruz, Claudio de Carvalho Xavier, Eliane Pszczol e Rosanne<br />

Pousa<strong>da</strong>, além dos estagiários Lara Spíndola e Rogério Amorim. (E com a dedicação e<br />

paciência <strong>da</strong>s designers Ana Cosenza e Priscilla Tavares). Todos guiados pela mesma<br />

missão e os mesmos valores que nortearam o ideal de <strong>Lygia</strong> e sustentam as máximas<br />

ativi<strong>da</strong>des desta instituição de memória.<br />

* * *<br />

Ain<strong>da</strong> sobre o acervo iconográfico <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>Lygia</strong> Cunha deixou<br />

dois importantíssimos títulos: O Rio de Janeiro através <strong>da</strong>s estampas antigas. Séculos<br />

XVI a XIX (1970), que integra a Coleção Rodolfo Garcia, e, em três volumes, A coleção<br />

de estampas Le Grand Théatre de l’Univers, em que apresenta o inventário de 7.318<br />

estampas dos séculos XVI a XVIII , organiza<strong>da</strong>s originalmente em 125 volumes.<br />

O primeiro, preparado com a colaboração de Cecília Duprat de Britto Pereira,<br />

contém talvez o mais completo levantamento já feito de estampas sobre o Rio de Janeiro.<br />

Traz a referência a cerca de 800 estampas sobre a antiga capital imperial, distribuí<strong>da</strong>s<br />

em quatros grandes grupos – aspectos urbanísticos, sociais, arquitetônicos e históricos<br />

–, os dois primeiros, bem maiores, subdivididos em vários subgrupos de acordo<br />

com o tema <strong>da</strong> gravura. Sua reedição, com bem mais ilustrações, deverá constituir o<br />

segundo volume desta série.<br />

A coleção de estampas Le Grand Théâtre de l’Univers, por sua vez, é, segundo<br />

informa a própria <strong>Lygia</strong> Cunha, uma típica "coleção de Gabinete": "tesouros" formados<br />

por grande varie<strong>da</strong>de de peças de interesse científico e cultural – desde espécies animais<br />

e amostras geológicas a objetos e imagens diversas – provenientes <strong>da</strong>s mais diferentes<br />

partes do mundo e coleciona<strong>da</strong>s por nobres e burgueses para a "apreciação de amigos<br />

e estudiosos". Foi forma<strong>da</strong> pelo holandês Goswinius Uilenbroeck e adquiri<strong>da</strong> em 1781,<br />

depois de sua morte e de passar por outras mãos, por Antônio de Araújo Azevedo, conde

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