Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional
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Edward Nicolle, autores de um dos maiores panoramas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de produzido na época;<br />
sir William Gore Ouseley, desenhista de diversas pranchas sobre o Rio de Janeiro,<br />
Bahia e Rio <strong>da</strong> Prata; o francês Louis-Auguste Moreau e o suíço Louis Abraham Buvelot,<br />
criadores, segundo <strong>Lygia</strong>, de um dos mais apreciados conjuntos de vistas e costumes do<br />
Rio de Janeiro, pelos "efeitos de luz e sombra obtidos graças à perfeição do uso do lápis<br />
sobre a pedra"; o "enigmático" Frederico Pustkow, autor, por volta de 1844, de uma<br />
série de vistas do Rio de Janeiro litografa<strong>da</strong>s a traço; Jan F. Schütz, que copiou para os<br />
irmãos Laemmert vários panoramas e vistas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de; Iluchar Desmons, autor de 13<br />
vistas parciais do Rio de Janeiro, toma<strong>da</strong>s dos morros de Santo Antônio e do Senado e<br />
litografa<strong>da</strong>s em Paris, algumas delas comenta<strong>da</strong>s com proficiência por <strong>Lygia</strong> Cunha; o<br />
capitão de artilharia <strong>da</strong> Marinha francesa Adolphe d´Hastrel de Rivedoux, que publicou<br />
em Paris o álbum Rio-de-Janeiro ou Souvenirs du Brésil; o pintor, retratista e litógrafo<br />
Pieter Bertichen, autor dos álbuns O Rio de Janeiro e seus arrabaldes e Brasil pittoresco<br />
e monumental, ambos de 1956, nos quais o Rio moderno é representado por seus<br />
prédios neoclássicos; Sébastien Auguste Sisson, "um dos litógrafos mais conceituados<br />
do século passado [XIX]", autor de Álbum de vistas, com 12 estampas; as 79 litogravuras<br />
publica<strong>da</strong>s em Paris por Charles Ribeyrolles a partir de fotografias feitas em 1858<br />
por Victor Frond, hoje bastante conheci<strong>da</strong>s pelos pesquisadores; e, por último, mas não<br />
menos importante, uma série considerável de gravadores, como Friederich Salathé,<br />
George Heaton, Eduard Rensburg ou europeus que nunca estiveram no Brasil, como<br />
Charles Fichot, Philippe Benoist, Louis Aubrun e Eugène Cicéri.<br />
Três estudos são temáticos. "A indumentária no Rio de Janeiro. Séculos XVI a<br />
XIX", rica descrição dos trajes, pinturas e ornatos dos indígenas e <strong>da</strong>s vestimentas, segundo<br />
a estratificação social, de brancos e mestiços ao longo dos séculos; "Fisionotipo e<br />
fisionotraço", sobre os "métodos práticos", antes <strong>da</strong> invenção <strong>da</strong> fotografia, para desenhar<br />
retratos "de perfeição matemática", usando-se os curiosos instrumentos nomeados<br />
no título, e "Panoramas e cosmoramas", breve e pioneira comunicação sobre distrações<br />
populares no Segundo Reinado, como o hábito de se montar, primeiro com estampas,<br />
depois com fotografia, mas antes <strong>da</strong> eletrici<strong>da</strong>de, vistas circulares e coleções de imagens<br />
de ci<strong>da</strong>des e países, mostra<strong>da</strong>s em engenhocas conheci<strong>da</strong>s pelos nomes acima.<br />
Outro grupo de textos é formado pelos referentes a grandes coleções e a instituições<br />
produtoras ou depositárias de imagens. A maior "coleção" é, evidentemente, a<br />
constituí<strong>da</strong> pelo acervo <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>. Na reali<strong>da</strong>de, um imenso agregado de<br />
coleções, peças avulsas e livros, do qual ela oferece uma amostra em "A Seção de Iconografia<br />
<strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>". "O Rio de Janeiro, séculos XVI a XIX. Notas à margem<br />
<strong>da</strong> Exposição" e "Notas à margem <strong>da</strong> Coleção Barbosa Machado" são bem fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s<br />
apresentações dos documentos que figuraram em exposições realiza<strong>da</strong>s<br />
pela <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>. Uma em 1965, durante as comemorações do IV centenário<br />
<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro, outra em 1967 sobre a exposição de 141 <strong>da</strong>s 4.301 obras<br />
que formam a Coleção Diogo Barbosa Machado, abade <strong>da</strong> Igreja de Santo Adrião de<br />
Sever, no bispado do Porto. Doa<strong>da</strong> ao rei d. José I para compensar a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> antiga<br />
biblioteca real causa<strong>da</strong> pelo terremoto de 1755 em Lisboa, é a "mais preciosa livraria<br />
de assuntos portugueses relacionados com a história e a literatura". Destaque para<br />
uma Bíblia de 1508, com 24 xilogravuras, e para o cimélio Liber chronicarum, em<br />
que se noticiam descobrimentos portugueses na África e figuram desenhos do jovem