Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional
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que nos fazem apontar nessas peças o trabalho de um litógrafo pouco treinado e mesmo<br />
principiante: o próprio Frederico Guilherme Briggs. 6<br />
Mulher de mantilha (CEHB 17.848, n. 3); Negro fujão (CEHB 17.848, n. 5); (que<br />
traz assinado Briggs bastante apagado); Negro tocando marimba (CEHB 17.848, n. 7);<br />
Negros que vão levar açoutes (CEHB 17.848, n. 8); (que traz assinado Briggs del. Litho R.<br />
B., isto é, desenho de Briggs, Litografia de Rivière e Briggs); Quitandeira (CEHB 17.848,<br />
n. 9); (que traz assinado Briggs, bastante apagado, no exemplar <strong>da</strong> BN e à tinta, no exemplar<br />
<strong>da</strong> Coleção Paulo Geyer); Marinheiro (CEHB 17.849, n. 5); Huma Simplicia (CEHB<br />
17.849, n. 16); Imperador do Espírito Santo (CEHB 17.887): To<strong>da</strong>s estas litografias aquarela<strong>da</strong>s<br />
trazem o mesmo endereço: "Litho. Rua d’ Ouvidor, nº 218" e dentre elas, algumas<br />
especificam o artista Briggs assinando as pranchas e pertencem ao acervo <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong><br />
<strong>Nacional</strong>. Também fazendo parte <strong>da</strong> mesma série, porém conhecidos apenas os exemplares<br />
<strong>da</strong> Coleção Paulo Geyer, são as seguintes: Negro comprador (traz assinado "Briggs<br />
del."); Negro no tronco (traz assinado "Briggs del."); Mineiro; Bonecras Nhá Nhá; Mineiros;<br />
Porqueiro. Em to<strong>da</strong>s estas litografias, exceto nas duas últimas, ocorre o nome <strong>da</strong><br />
firma Litho. Rivière & Briggs bem como o endereço Rua d’ Ouvidor, nº 218.<br />
Deixamos ao artista Lopes, certamente o companheiro de estudos artísticos e<br />
concorrente ao lugar de substituto <strong>da</strong> cadeira de Paisagem no concurso realizado em<br />
1833, conforme tratamos anteriormente, as demais litografias que apresentam um tratamento<br />
diverso: em algumas traços mais finos, utiliza<strong>da</strong> a ponta <strong>da</strong> pena sobre a pedra,<br />
sombras pouco marca<strong>da</strong>s, características fisionômicas mais apura<strong>da</strong>s nas figuras<br />
de brancos e colorido sombrio nos vestuários; em outras, assina<strong>da</strong>s, modifica o uso do<br />
instrumento, lápis litográfico, e consegue efeitos mais avelu<strong>da</strong>dos nas sombras enquanto<br />
que as figuras são rígi<strong>da</strong>s. São elas: Não há de cazar (figura do Brigadeiro Montenegro,<br />
um tipo popular, CEHB 17.848, n. 2); Negro vendedor de ballas (CEHB 17.848, n.<br />
4 – traz assinado "Lopes del." e é idêntica à peça também litografa<strong>da</strong> por E. Rivière); O<br />
Profeta Boaventura (CEHB 17.848, n. 13 – traz assinado "Lopes del."); Quitandeira do<br />
Largo <strong>da</strong> Sé (CEHB 17.848, n. 10 – traz assinado "Lopes del."); Quitandeira de verduras<br />
(CEHB 17.848, n. 11 – traz assinado "Lopes del."). Também nestas peças o nome <strong>da</strong><br />
oficina litográfica e o endereço aparecem em destaque.<br />
Excluímos a possibili<strong>da</strong>de de identificação do litógrafo em apenas duas peças <strong>da</strong><br />
série: Cadeirinha (CEHB 17.883) e Carro d’Alfandega (CEHB 17.884), cujas características<br />
de desenho litográfico fogem inteiramente aos artistas mencionados.<br />
Na Coleção Paulo Geyer registra-se ain<strong>da</strong> uma peça assina<strong>da</strong> por Lopes, não<br />
constando outro exemplar na coleção <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>: Negras quitandeiras (traz<br />
assinado "Lopes del. Rio de Jan°" ).<br />
Desse período, 1832-1836, são as aquarelas de tipos populares do Rio de Janeiro<br />
desenha<strong>da</strong>s por Frederico Guilherme Briggs e que serviram à mesma finali<strong>da</strong>de, isto é,<br />
reprodução litográfica e consequente divulgação de um gênero em franca aceitação pelo<br />
público. Algumas <strong>da</strong>s aquarelas foram litografa<strong>da</strong>s e estão relaciona<strong>da</strong>s acima, sendo<br />
conhecidos os originais e as reproduções. De outras conhecem-se apenas os originais e<br />
de outras ain<strong>da</strong>, só se conhecem as litografias.<br />
6. Ver LIMA, Herman. "A caricatura no Brasil". In: História <strong>da</strong> caricatura no Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio,<br />
1963, v. 1 cap. III; Idem. "Os caricaturistas – os precursores". In: História <strong>da</strong> caricatura no Brasil. Rio de Janeiro,<br />
José Olympio, 1963, v. 2 cap. XX.