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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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pintura e do desenho. Por esta razão, encontramos no século XVIII, durante o apogeu<br />

<strong>da</strong> gravura em cobre, até o século XIX, quando substituí<strong>da</strong> pela técnica litográfica (mais<br />

econômica comercialmente), os nomes de uma mesma origem ligados aos trabalhos<br />

especializados de ilustração.<br />

Figura entre os nomes de gravadores do século XVIII o de Martinet, repetido<br />

durante século e meio nas diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des <strong>da</strong> arte de gravar.<br />

Dentre os mais renomados, destaca-se o de François Nicolas Martinet, engenheiro,<br />

desenhista e gravador, com ativi<strong>da</strong>de em Paris por volta de 1760; conhecem-se de<br />

sua autoria as pranchas para uma Histoire et description de Paris, 1779-81, em três volumes<br />

e também as pranchas para uma Histoire des oiseaux (1787). Ain<strong>da</strong> contemporâneas<br />

são Angelique Martinet, nasci<strong>da</strong> por volta de 1731 e faleci<strong>da</strong> em 1780, cita<strong>da</strong> como<br />

gravadora a buril, e Marie-Therése Martinet, desenhista e gravadora a buril, nasci<strong>da</strong> em<br />

1781 e conheci<strong>da</strong> pelos assuntos mitológicos e de gênero, vinhetas e capítulos de livros<br />

que deixou gravados.<br />

Sendo um elo entre dois séculos, mencionam os dicionários biográficos o nome<br />

de Pierre Martinet, nascido em 1781 e expondo no Salon entre os anos 1808 e 1812,<br />

também ele já exercendo ativi<strong>da</strong>des litográficas de recente descoberta.<br />

O reinado <strong>da</strong> gravura a traço e colori<strong>da</strong> declina no século XVIII, enquanto a gravura<br />

litográfica toma rapi<strong>da</strong>mente grande impulso. Ain<strong>da</strong> assim o nome Martinet figura<br />

como editor de estampas em Paris e está ligado à publicação de um famoso conjunto,<br />

Galerie dramatique, publicação inicia<strong>da</strong> em 1796 que se prolongou nos diversos conjuntos<br />

de retratos, costumes de artistas de teatro, bailes mascarados etc. até 1843. As<br />

séries completas, raríssimas, têm títulos sugestivos: Cris de Paris, Galerie des enfants<br />

de Mars, Caricatures et moeurs, Caricatures politiques etc., fixando o pouco que restava<br />

de pitoresco nos costumes locais e <strong>da</strong>ndo grande impulso à sátira ilustra<strong>da</strong>.<br />

Aperfeiçoando suas aptidões e se projetando em outras ativi<strong>da</strong>des sempre liga<strong>da</strong>s<br />

às artes plásticas, continua a sucessão de artistas <strong>da</strong> mesma família, já no século XIX.<br />

Achille Louis Martinet (1806-1877), aluno <strong>da</strong> École des Beaux-Arts, era desenhista e<br />

gravador; participou dos vários Salões entre 1835 e 1876, obtendo o Prix de Rome em<br />

duas etapas e ain<strong>da</strong> me<strong>da</strong>lhas na Exposition Universelle – foi um dos mais famosos<br />

burilistas de sua época. Alphonse Martinet (1821-1861), gravador a buril e a água-tinta,<br />

participou dos Salões entre 1843 e 1859; é considerado gravador de reprodução e pintor<br />

sobre porcelana. Louis Martinet (1810-1894), pintor de flores, retratos e paisagens, foi<br />

também inspetor <strong>da</strong>s Belas-Artes.<br />

Nos primórdios do século XIX, definitivamente superado o metal pela litografia,<br />

chegam ao Brasil vários artistas, muitos deles franceses que se estabelecem como<br />

professores de pintura e desenho e retratistas; alguns instalam oficinas litográficas,<br />

imbuídos <strong>da</strong>quele espírito romântico, em busca do pitoresco e do exótico em terras<br />

distantes <strong>da</strong> civilização europeia, onde encontrariam inspiração e possibili<strong>da</strong>de de sucesso<br />

comercial.<br />

Certamente oriundo <strong>da</strong>quela família de gravadores, já consagra<strong>da</strong> desde o século<br />

XVIII, surge no Rio de Janeiro, a partir de 1841, o nome de Joseph Alfred Martinet.<br />

É nos documentos guar<strong>da</strong>dos no Arquivo <strong>Nacional</strong> que se encontra registra<strong>da</strong> a<br />

sua chega<strong>da</strong> ao Rio de Janeiro.

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