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Lygia da Fonseca Fernandes - Fundação Biblioteca Nacional

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Um dos trabalhos desta sua primeira fase é publicado em 1832, trazendo o endereço:<br />

Rua do Ouvidor, 218, e a firma dos associados Rivière e Briggs. Trata-se <strong>da</strong> peça:<br />

"O Heróe <strong>da</strong> Independençia (sic) / Jozé Bonifacio de Andra<strong>da</strong> e Silva / Dedica<strong>da</strong> a seus<br />

Amigos" (Lith. rua d’ Ouvidor, 218 de Rivière e Briggs). 5<br />

No Jornal do Commercio de 21 de julho de 1832, ocorre o anúncio:<br />

Sahio á luz hum lindo Desenho Litographiado representando o<br />

naufrágio do Caramurú ou o homem do fogo, desenhado por hum<br />

Jovem Fluminense. Vende-se na Litographia <strong>da</strong> rua d’Ouvidor,<br />

218. Preço 320 rs.<br />

Fica, portanto, assinala<strong>da</strong> a <strong>da</strong>ta para o estabelecimento <strong>da</strong> oficina de Briggs à<br />

Rua do Ouvidor n º 218, onde também são impressas, provavelmente até o princípio<br />

do ano de 1836, várias estampas cita<strong>da</strong>s no Catálogo de Exposição de História do<br />

Brasil (CEHB), estampas <strong>da</strong> série que, se não leva um título característico, trazem algumas<br />

o cabeçalho "Rio de Janeiro" e constituem, a nosso ver, a primeira tentativa de<br />

organizar um álbum de costumes brasileiros em tiragem multiplica<strong>da</strong> pela impressão<br />

litográfica.<br />

Constituiu, até há pouco, uma incógnita a identificação de seus litógrafos, porém,<br />

graças aos elementos constantes <strong>da</strong>s raríssimas peças <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong> e<br />

outras recentemente encontra<strong>da</strong>s em Londres, trazi<strong>da</strong>s pela direção <strong>da</strong> Livraria Kosmos<br />

Editora e atualmente na Coleção Paulo Geyer, podemos considerar seus autores como<br />

sendo Eduardo Rivière e Frederico Guilherme Briggs, sócios na firma litográfica, e ain<strong>da</strong><br />

Joaquim Lopes de Barros, seu antigo colega na Academia Imperial de Belas Artes e<br />

candi<strong>da</strong>to no concurso em que ambos se inscreveram.<br />

Eduardo Rivière, o professor de desenho e pintor de retratos como se anunciava<br />

em 1829 e 1832, é o autor <strong>da</strong>s seguintes peças: Negro de ballas; Mineiro; Negra <strong>da</strong> roça;<br />

Créolo tocando marimba; Negra d’agoa. São características de suas pranchas: maior segurança<br />

no tratamento do lápis litográfico, acentuando os sombreados ora em esfumado,<br />

ora em traços; cui<strong>da</strong>dosa acentuação dos traços fisionômicos. Acreditamos ain<strong>da</strong> que Rivière,<br />

a partir de um certo momento, não mais tenha participado dos trabalhos litográficos,<br />

pois somente nas suas litografias aparece o cabeçalho "Rio de Janeiro" e ain<strong>da</strong> mais, a<br />

peça Negro de ballas, <strong>da</strong> coleção <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>, foi litografa<strong>da</strong> por Lopes, copia<strong>da</strong><br />

com alteração do segundo plano e legen<strong>da</strong> com letra diferente <strong>da</strong> cita<strong>da</strong> pertencente ao<br />

dr. Paulo Geyer, e desconheci<strong>da</strong> até recentemente, não figurando no CEHB.<br />

Parte dos trabalhos na oficina litográfica Rivière & Briggs, neste período, apresenta<br />

as mesmas características de tratamento: linhas rígi<strong>da</strong>s nos contornos, figuras<br />

pouco cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s com sombreado apenas marcado por linhas duras, alguns arabescos<br />

nos fundos e nos chãos, figuras expressivas dos negros escravos, tratamento grosseiro<br />

<strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>des dos membros, manchas de colorido uniforme em cores desmaia<strong>da</strong>s,<br />

5. A figura do herói <strong>da</strong> Independência, desenha<strong>da</strong> por Manuel de Araújo Porto-alegre, foi litografa<strong>da</strong> por E. R. (Eduardo<br />

Rivière) e <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 1832, posteriormente aquarela<strong>da</strong> (exemplar existente na Seção de Iconografia <strong>da</strong> <strong>Biblioteca</strong> <strong>Nacional</strong>,<br />

e constante do Catálogo de Exposição de História do Brasil, sob o nº 18.850).<br />

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