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universidade federal do rio grande do sul faculdade de ciências ...

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14Portanto, rent-seeking e os custos sociais <strong>de</strong>le advin<strong>do</strong>s – em termos <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> bemestarpela população e alocação ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> recursos na economia – estão intimamenterelaciona<strong>do</strong>s ao ambiente institucional, em especial ao comportamento <strong>do</strong> governo e àsexpectativas <strong>do</strong>s vá<strong>rio</strong>s grupos <strong>de</strong> interesse envolvi<strong>do</strong>s na competição por tais recursos. Diversosautores relacionam que as imperfeições <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> são <strong>de</strong>vidas à atuação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> – através<strong>do</strong> favorecimento ao surgimento <strong>de</strong> monopólios ou regulan<strong>do</strong> os preços <strong>de</strong> diversos setores daeconomia – mas, não obstante este direcionamento, visto que a busca <strong>de</strong> renda é uma ativida<strong>de</strong>comum no sistema <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> e não somente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à intervenção estatal 4 , a Teoria <strong>do</strong> Rent-Seeking tem apresenta<strong>do</strong> um importante avanço no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> explicar as distorções queocorrem na alocação <strong>de</strong> recursos na economia.Pincus (1975) já <strong>de</strong>monstrou que os grupos <strong>de</strong> pressão tem papel importante na criação<strong>de</strong> rendas e o Esta<strong>do</strong> não está imune a este tipo <strong>de</strong> comportamento, ao passo que Posner (1975)sugere que os custos sociais são maiores nos merca<strong>do</strong>s regula<strong>do</strong>s. No Brasil, a intervenção <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> na <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s interesses econômicos <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> grupo remete à época <strong>do</strong>Descobrimento, com as práticas comerciais impostas pela Metrópole – como por exemploatravés da exploração <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> açúcar controlada pela Coroa Portuguesa 5 – e continua naRepública, como <strong>de</strong>monstra a chamada política <strong>do</strong> café com leite.A este respeito, Baer (1980, p. 388) assim se pronuncia:“a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na economia tem raízes históricasprofundas no Brasil, assim como na maioria das socieda<strong>de</strong>s latinoamericanas.Des<strong>de</strong> os tempos coloniais até os nossos dias, oGoverno nunca foi afasta<strong>do</strong> da esfera econômica como ocorreu naEuropa pós-mercantilista (especialmente na Inglaterra) e nosEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Nos tempos coloniais, a Coroa funcionava como ainstância suprema da economia e todas as ativida<strong>de</strong>s comerciais e4 Certamente o Esta<strong>do</strong> só intervém <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à pressão que recebe <strong>de</strong> grupos organiza<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus interesses,em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> restante da economia.5 Castro (1995) cita, entre outros, a Provisão, <strong>de</strong> 1º/11/1681, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> providências para a montagem <strong>de</strong>engenhos <strong>de</strong> açúcar e proibin<strong>do</strong> a instalação <strong>de</strong> congêneres em distâncias infe<strong>rio</strong>res a 1.500 braças uns <strong>do</strong>s outros; aCarta Regia <strong>de</strong> 17/01/1697, dispon<strong>do</strong> sobre os preços <strong>do</strong> açúcar e o Alvará <strong>de</strong> 13/05/1802, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> que nãofossem construí<strong>do</strong>s novos engenhos sem licença prévia <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r da Capitania.

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