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universidade federal do rio grande do sul faculdade de ciências ...

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83A eliminação progressiva implicava a concessão <strong>de</strong> um prazo <strong>de</strong> tolerância e estavavinculada diretamente com aumentos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. Pela primeira vez o Governo tentava, viapolítica <strong>de</strong> preços, quebrar o padrão paternalista tradicional. Entretanto, Gomes (1979, p. 136) jáalertava “que a idéia não pegou, entretanto, também é bem sabi<strong>do</strong>” e, mais adiante, que:“seria muito ingênuo supor que a simples imposição <strong>de</strong> umaameaça (a progressiva eliminação <strong>do</strong>s subsídios) pu<strong>de</strong>sse corrigiruma situação <strong>de</strong> ineficiência cujas razões vinham se acumulan<strong>do</strong>por anos a fio” (Gomes, 1979, p. 137).Isto ocorreu em função <strong>de</strong> que a ameaça <strong>de</strong> redução gradativa <strong>do</strong>s subsídios não chegounem mesmo a ser levada muita a sé<strong>rio</strong>. De acor<strong>do</strong> com a percepção <strong>do</strong>s usineiros, quan<strong>do</strong> fossenecessá<strong>rio</strong>, sabiam que o Governo não <strong>de</strong>ixaria a agroindústria açucareira nor<strong>de</strong>stina sucumbir(Gomes, 1979).Um <strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong>ste sistema <strong>de</strong> intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> foi que,“enquanto garantia a fatia <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste no merca<strong>do</strong> agiu tambémcomo agente repressor <strong>do</strong>s estímulos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> aos aumentos <strong>de</strong>produtivida<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo, cristalizou uma mentalida<strong>de</strong>empresarial prepon<strong>de</strong>rantemente avessa a mudanças e que passou adirigir suas maiores energias no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> pressionar os órgãoscontrola<strong>do</strong>res <strong>de</strong> preços a garantir, via preços, margens <strong>de</strong> lucroque asseguravam a sobrevivência mesmo <strong>do</strong>s produtores comcustos mais eleva<strong>do</strong>s. Paralelamente, em meio a esse ambienteleniente e permeável a pressões diversas, foram sen<strong>do</strong> acumula<strong>do</strong>sdébitos re<strong>sul</strong>tantes <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> crédito junto a bancos oficiaissucessivamente não honradas, que hoje assumem elevadasproporções e constituem um <strong>do</strong>s maiores gargalos <strong>do</strong> setor” (Lima& Silva, 1995, p. 183).Além disto, a manutenção <strong>do</strong> subsídio <strong>de</strong> equalização tornou-se a nova ban<strong>de</strong>ira para asreivindicações <strong>do</strong>s produtores nor<strong>de</strong>stinos. Cid Sampaio, já ante<strong>rio</strong>rmente cita<strong>do</strong>, reclamava anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “preservar o subsídio <strong>de</strong> equalização e manter atualiza<strong>do</strong> o seu valor” (Gomes,1979, p. 146). Não bastava a sua manutenção – <strong>de</strong> resto que havia si<strong>do</strong> introduzi<strong>do</strong> para somentesete safras e com valor <strong>de</strong>clinante ao longo das mesmas – <strong>de</strong>veria ser permanente e atualiza<strong>do</strong> !Lima (1988, p. 440), cita o ex-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> IAA, Confúcio Pamplona, que afirma que:

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