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universidade federal do rio grande do sul faculdade de ciências ...

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78eram suficientes. Quan<strong>do</strong> não alcançavam o re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, outros personagens ingressaramno ritual, como os governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s, por exemplo, engrossan<strong>do</strong> o coro <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s.(Gomes, 1979).Em épocas mais recentes o ritual continuou o mesmo. Ometto 35 (1991), afirma que“não se po<strong>de</strong> exigir que uma ativida<strong>de</strong> agrícola ou agroindustrial,como a canavieira, recorra ao sistema financeiro a juros reais <strong>de</strong>merca<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> os preços <strong>de</strong> seus produtos são estabeleci<strong>do</strong>sartificialmente pelo governo através <strong>de</strong> crité<strong>rio</strong>s que não guardamrelação com os custos <strong>de</strong> produção” 36 .Este comportamento parece ter si<strong>do</strong> um componente essencial nas relações entre oGoverno e os produtores. Porém, a concessão <strong>de</strong> empréstimos em condições assistencialistasagravava ainda mais o problema. As empresas mais necessitadas <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> apoio,evi<strong>de</strong>ntemente, só po<strong>de</strong>riam ser as menos eficientes. Com a certeza <strong>do</strong> apoio estatal em caso <strong>de</strong>dificulda<strong>de</strong>s, certamente esta política não apresentava nenhum estímulo à melhoria da eficiência.Como reflexo <strong>de</strong>sta política, Gomes (1979) aponta a <strong>de</strong>te<strong>rio</strong>ração <strong>do</strong> espíritoempresarial 37no setor, ten<strong>do</strong> em vista que, se não há o risco da falência, gera-se uma<strong>de</strong>spreocupação com custos, com eficiência, com competitivida<strong>de</strong> e com progressotecnológico 38 , pois a legislação <strong>do</strong> setor sucroalcooleiro preocupou-se basicamente em manter oequilíb<strong>rio</strong> estatístico no setor, procuran<strong>do</strong> sempre criar dispositivos que tornassem efetiva a35 Presi<strong>de</strong>nte da Copersucar e da Associação das Indústrias <strong>de</strong> Açúcar e Álcool <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.36 Destaque <strong>de</strong>ste autor.37 Lima & Silva (1995) falam em níveis insatisfató<strong>rio</strong>s <strong>de</strong> gestão administrativa e “cultura secular <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência eapego à política <strong>de</strong> preços oficiais e <strong>de</strong> pouca ênfase em esforços no senti<strong>do</strong> da redução <strong>de</strong> custos” (p. 188),basea<strong>do</strong>s no <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um empresá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> setor, para quem o intervencionismo c<strong>rio</strong>u acomodação na áreaempresarial. Ramos (1991, p. 3) comenta que “sua eficiência econômica tem <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> bastante a <strong>de</strong>sejar, tornan<strong>do</strong>indispensável o constante apoio estatal a essas ativida<strong>de</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> uma situação que <strong>de</strong>riva em última análise, <strong>do</strong>fato <strong>de</strong> os usineiros pautarem sua atuação, não pela reprodução ampliada <strong>do</strong>s capitais industriais que <strong>de</strong>tém, maspela acumulação fundiária e monetária – ou seja, pela preservação e expansão <strong>de</strong> suas terras e <strong>de</strong> seus recursosfinanceiros (que po<strong>de</strong>m eventualmente ser aplica<strong>do</strong>s em outras ativida<strong>de</strong>s, inclusive produtivas)” e, mais adiante,que “pre<strong>do</strong>mina no setor uma impressão <strong>de</strong> que se precisa ser muito <strong>de</strong>scuida<strong>do</strong> para “quebrar” ” (p. 328).38 Ramos (1991, p. 143) indaga: “para que procurar ser mais eficiente <strong>do</strong> que o concorrente, se o preço que se vaipagar pela matéria-prima é o mesmo? Ou, <strong>de</strong> outra forma, por que melhorar a matéria-prima, se se vai receber o

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