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universidade federal do rio grande do sul faculdade de ciências ...

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70Nor<strong>de</strong>ste. Para os <strong>de</strong>mais esta<strong>do</strong>s, os preços <strong>do</strong> açúcar ao consumi<strong>do</strong>r incorporavam os custos <strong>de</strong>transporte <strong>do</strong> produto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Nor<strong>de</strong>ste.Desta forma, os produtores da região Centro-Sul eram beneficia<strong>do</strong>s, à medida que oaçúcar nor<strong>de</strong>stino chegava aos seus esta<strong>do</strong>s com um preço que incorporava além <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong>produção, também os <strong>de</strong> transporte. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da fixação <strong>de</strong> preços, tal fato representavauma proteção natural para estes produtores e constituiu o ponto <strong>de</strong> partida da <strong>gran<strong>de</strong></strong> expansãoda agroindústria açucareira paulista 25 . Com isto, c<strong>rio</strong>u-se uma situação para<strong>do</strong>xal: a intervençãoem favor <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste – ao tomar como base os custos naquela região – tornou-se um fator <strong>de</strong>expansão nas regiões competi<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> próp<strong>rio</strong> Nor<strong>de</strong>ste. Assim, ao fixar-se um preço menorpara o Nor<strong>de</strong>ste – para reduzir a margem para os produtores <strong>do</strong> Centro-Sul e, em conseqüência,<strong>de</strong>sestimulá-los – fazia-se-o para o seu próp<strong>rio</strong> bem!Para Ramos (1991, p. 10),“a <strong>gran<strong>de</strong></strong> expansão daquela produção em São Paulo fez-se sob osmarcos da ação estatal que, para<strong>do</strong>xalmente, queria contê-la, ouseja, queria impedir que ela competisse com a produção <strong>do</strong>Nor<strong>de</strong>ste. Ao não permitir que as regiões concorressem na base <strong>do</strong>preço, a ação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, administran<strong>do</strong> preços, acaboupossibilitan<strong>do</strong> que esses se tornassem “preços máximos” para aprodução paulista, que po<strong>de</strong> expandir-se nos mesmos mol<strong>de</strong>sdaquela que o próp<strong>rio</strong> Esta<strong>do</strong> queria proteger”.Além disto, em função da Segunda Guerra Mundial, a navegação <strong>de</strong> cabotagem estavaparalisada, dificultan<strong>do</strong> o transporte <strong>do</strong> açúcar nor<strong>de</strong>stino para o centro <strong>do</strong> país, o que levou oIAA a relaxar o controle sobre a instalação <strong>de</strong> novas usinas na região Centro-Sul, antes proibidae incentivou o incremento da produção <strong>de</strong> açúcar em São Paulo. Enquanto o perío<strong>do</strong> da IIGuerra Mundial favoreceu os produtores paulistas, então na forma <strong>de</strong> pequenos engenhos, a setransformarem em usinas <strong>de</strong> açúcar, o IAA continuou no esforço <strong>de</strong> proteger a economia25 O número <strong>de</strong> usinas em São Paulo passou <strong>de</strong> 20 na safra 1929/30 para 34 na safra 1940/41, 42 (1946/47) e 71(1947/48) (Szmrecsányi, 1979, p. 100).

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