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121finalmente, c) o mecanismo daexecução da pena ou das medidas desegurança.Como reflexo dessa ânsiapunitiva, denominada de populismopenal, reproduz-se uma lógica racionaltotalitária. Nesse sentido, adiscriminação não é simplesmente depessoas envolvidas com o crime e quepertenc<strong>em</strong> às classes menosfavorecidas, mas também das vítimas– por sua raça, etnia, situaçãogeracional e estrato social –, como é ocaso dos jovens que têm de andarcom a nota fiscal e são postos à provasobre a “honestidade”, vivendosituações de discriminação, racismo epreconceito. O curioso é que muitosagentes da agência punitiva vêm deum meio social dessas vítimas. Essascontradições colaboram para areprodução de antagonismo entrepessoas da mesma classe social.Para Castro (1981), o sist<strong>em</strong>ade classes influi nos processos decriminalização. Três são as viashabituais para fazê-lo:1. Criminalizam-se condutas quepertenc<strong>em</strong>, preferent<strong>em</strong>ente, àmaneira e às condutas de vida dossetores marginais; 2. Criminalizam-seindivíduos, preferent<strong>em</strong>ente,pertencentes a estes setores, assimcomo os que pertenc<strong>em</strong> a grupossubculturais desprovidos de poderquando a polícia dirige sua atenção eseus recursos, precisamente, paraesses indivíduos; 3. Outra forma decriminalização ocorre através do tipode tratamento ou de sançãoselecionada. (CASTRO, 1981, p. 12).Pela afirmação de Castro(1981), conclui-se que a criminalizaçãode determinadas condutas éd<strong>em</strong>asiadamenteestigmatizante,porque a probabilidade de ser<strong>em</strong>praticadas pelas pessoas pertencentesàs camadas mais baixas da sociedadeé muito maior. São as que vão para ascadeias e, assim, permanec<strong>em</strong>excluídas. No processo de“criminalização da pobreza”, queaponta os ricos como cidadãos de b<strong>em</strong>e os pobres como criminosospotenciais, “áreas de guerra”.Háinvisibilidade e inviabilização dessessujeitos sociais.O sist<strong>em</strong>a criminal é eficiente(na apuração) quando está <strong>em</strong> jogo aclasse média, mas é muito maiseficiente quando é necessário“etiquetar” e “estigmatizar” certaspessoas consideradas de “classeperigosa”, enquanto a maior parte doestrato social médio e altoregularmente fica imune ou impune aqualquer delito. Wacquant (1999) dizque é mais fácil fazer a assepsia doscrimes cometidos pelos pobres do quepunir os crimes praticados pelospoderosos.

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