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202Pobreza” como um debate importanteno processo da mediação de conflitosà luz dos direitos humanos, uma vezque, somado ao fator étnico/racial,encontramos cotidianamente mulherescom baixa escolaridade, s<strong>em</strong>frequentar a escola, trabalhando s<strong>em</strong>as condições mínimas, s<strong>em</strong> garantiados direitos trabalhistas, tendo comoprincipal atividade, o serviçodoméstico, que funciona como umaextensão do lar.Nossa construção históricaagregou diversas formas de opressãoà mulher, sendo a elas colocadas as“obrigações” de casar, garantir aestabilidade moral familiar, amar osfilhos e o marido a qualquer custo,abdicar da vida social para garantir ob<strong>em</strong>-estar da família. Nesse sentido,acrescenta Lima (2002, p. 38): “[...] osconflitos de vizinhança, a preocupaçãocom os filhos entrar<strong>em</strong> no caminhos<strong>em</strong> volta da marginalidade, acarência alimentar, o alcoolismo domarido, a traição do marido queconstitui uma segunda residência.”Essas e outras obrigaçõessubmeteram as mulheres a um espaçode “importância” se pensar nas novasconfigurações familiares, porém,invisibilizado socialmente. Beauvoir jáchamara a atenção <strong>em</strong> relação ànaturalização do “ser f<strong>em</strong>inino”,ressaltando que, longe de ser natural,ser mulher é uma questão socialmenteconstruída.A passividade que caracterizaráessencialmente a mulher ‘f<strong>em</strong>inina’ éum traço que se desenvolve neladesde os primeiros anos. Mas é umerro pretender que se trata de umdado biológico: na verdade, é umdestino que lhe é imposto por seuseducadores e pela sociedade. Aimensa possibilidade do menino está<strong>em</strong> que sua maneira de existir paraoutr<strong>em</strong> encoraja-o a pôr-se para si.(BEAUVOIR, 1980, p. 21).Contudo, cabe ressaltar que,nesse prisma, o papel de “chefe dafamília” muda de acordo com ogênero; <strong>em</strong> sendo um hom<strong>em</strong> o chefeda família, a ele é cobrado o sustentoe as representações externas ao lar.No caso das mulheres, essassituações mudam, sendo elasrechaçadas da vida pública (queenvolvesocialização,<strong>em</strong>pregabilidade, escolaridade), sendopermitidas as obrigações do lar. Nessesentido, as mulheres estão maispróximas das situações devulnerabilidade social e têm apermanente obrigação de lidar com ainsalubridade, fome e violênciacotidianamente.Essa relação patriarcal vai dizermuito sobre a existência f<strong>em</strong>inina, umavez que as mulheres são “preparadas”desde cedo para a vida no lar,

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