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Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

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Com<strong>en</strong>tários para o texto panorâmico<br />

e o painel da sessão 1<br />

Gloria Careaga 1 foi a com<strong>en</strong>tarista do texto panorâmico. Suas observações,<br />

inicialm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>fatizaram aspectos relacionados à trajetória do feminismo e do<br />

movim<strong>en</strong>to de lésbicas que, ao seu ver, mereceriam ganhar maior visibilidade nos<br />

percursos analisados por Pech<strong>en</strong>y e De la Dehesa. Ela lembrou, por exemplo, que<br />

a sexualidade foi um tema importante do feminismo latino-americano nos anos<br />

1970–1980, mesmo quando mais tarde essa linha de atuação t<strong>en</strong>ha, de algum<br />

modo, perdido d<strong>en</strong>sidade. Segundo ela, nos dias de hoje, de modo geral, assume-se<br />

a postura de que a luta pela saúde sexual, os direitos reprodutivos e o aborto possam<br />

dar conta das questões de sexualidade. Entretanto, quando se examinam as<br />

discussões e ações feministas mais de perto, verifica-se que discussões elas são, de<br />

fato, débeis e escassas. Além disso, em anos mais rec<strong>en</strong>tes, setores importantes do<br />

feminismo regional fizeram uma inflexão no s<strong>en</strong>tido de discutir temas macropolíticos<br />

e macroeconômicos, o que a com<strong>en</strong>tarista considera positivo. Mas de algum<br />

modo esse deslocam<strong>en</strong>to se fez em detrim<strong>en</strong>to das questões da intimidade, da vida<br />

privada e mesmo das lutas por legalização do aborto.<br />

Para Careaga, isso tem reflexos negativos sobre a política sexual como um todo.<br />

Hoje, em ap<strong>en</strong>as três países da região, é possível id<strong>en</strong>tificar conexões orgânicas <strong>en</strong>tre<br />

política feminista, lutas por direitos LGBT e ações des<strong>en</strong>volvidas por trabalhadoras<br />

sexuais. Da mesma forma, muito embora em anos rec<strong>en</strong>tes os grupos e iniciativas<br />

lésbicas t<strong>en</strong>ham se multiplicado – e mesmo quando a sigla LGBT comece hoje com<br />

o L –, na maioria dos países a visibilidade é garantida por lideranças individuais e<br />

carece de uma base ativista mais organizada e vocal.<br />

A com<strong>en</strong>tarista também chamou at<strong>en</strong>ção para a urgência de <strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tar o desafio<br />

da interseccionalidade não ap<strong>en</strong>as no interior da política sexual, mas para além<br />

dela. Isso porque, na sua percepção, tanto o movim<strong>en</strong>to feminista quanto o ativismo<br />

LGBT padecem de um viés de classe média educada que dificulta, sistematicam<strong>en</strong>te,<br />

a aproximação com outros grupos sociais. E sublinhou os traços complexos<br />

e contraditórios do tabuleiro político regional em 2009:<br />

O binarismo de esquerda/direita já não nos dá elem<strong>en</strong>tos sufici<strong>en</strong>tes para analisar<br />

o que acontece ao nosso redor. Um governo de “revolucionários”, como o da<br />

1 Integrante do Comitê diretivo do SPW, co-secretária da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e<br />

Intersex (ILGA) e professora no Departam<strong>en</strong>to de Psicologia da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

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