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Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

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Outro problema pot<strong>en</strong>cial com esse tipo de ponto é o fato de que o número de<br />

cli<strong>en</strong>tes pot<strong>en</strong>ciais por prostituta é muito diluído. Como uma das nossas informantes,<br />

mulher de 26 anos que trabalha num privé na Av. Rio Branco, afirma:<br />

Não gosto de frequ<strong>en</strong>tar os bares da Copa, pois você pode gastar à noite inteira lá<br />

e não conseguir nada. Pior ainda, você pode acabar gastando horas na mesa de<br />

algum safado 25 que, no final da noite, quer que você dê de graça. Aqui [no privé]<br />

é mais simples: você já sabe que o homem que vem pra cá está à procura de um<br />

programa. Nos bares, você está competindo com mulheres que dão de graça por<br />

hom<strong>en</strong>s que não querem pagar um programa.<br />

Uma difer<strong>en</strong>ça <strong>en</strong>tre bares, restaurantes e praias é que os primeiros dois tipos<br />

de ponto t<strong>en</strong>dem a funcionar som<strong>en</strong>te no final da tarde e à noite, <strong>en</strong>quanto as<br />

praias, obviam<strong>en</strong>te, funcionam som<strong>en</strong>te durante o dia. Muitas mulheres, <strong>en</strong>tão,<br />

começam seu dia de trabalho na praia, migrando para os bares no final da tarde.<br />

Como esse tipo de prostituição é livre e não precisa de dedicação exclusiva, é muito<br />

comum também ver mulheres que são empregadas em outros pontos da cidade<br />

trabalhando nesses lugares em seus dias de folga.<br />

Segue abaixo uma lista dos preços cobrados em alguns dos bares, restaurantes<br />

e praias do Rio de Janeiro. Esses preços não incluem os custos de ev<strong>en</strong>tuais estadias<br />

nos hotéis ou motéis, que são tipicam<strong>en</strong>te pagos pelo cli<strong>en</strong>te.<br />

Praia das putas, set./2007: R$ 10 por hora, R$ 200 por noite.<br />

Veranda Bar, out./2007: R$ 110 por hora.<br />

Meia Tostão Restaurante, dez./2007: R$ 100 por 2 horas; R$ 200 por noite.<br />

Nogales’ Bar, jan./2006: R$ 80 por noite.<br />

Praia da Barra da Tijuca, ago./2006: R$ 70 por hora.<br />

Encontramos 31 bares e restaurantes e quatro praias utilizados como pontos<br />

de prostituição no Rio de Janeiro.<br />

Pontos de rua<br />

Os pontos de rua são regiões morais específicas e não mistas de prostituição.<br />

São considerados por nós como pontos abertos, porém, porque são extremam<strong>en</strong>te<br />

visíveis ao público em geral. É justam<strong>en</strong>te essa visibilidade, <strong>en</strong>quanto combinada<br />

com o estigma da prostituição, que expõe as mulheres que trabalham nesses lugares<br />

a uma carga de perigo ainda maior que o normal.<br />

25 Note que, no linguajar das prostitutas, safado, quando usado como insulto, se refere ao homem que <strong>en</strong>gaja em jogos<br />

de sedução, mas não quer pagar um programa. Do ponto de vista da prostituta, este tipo de comportam<strong>en</strong>to gasta<br />

seu tempo e esforços à toa. Termo semelhante usado para o mesmo tipo de homem é fariseu – referência bíblica que<br />

indica hom<strong>en</strong>s que se acham como moralm<strong>en</strong>te superior às prostitutas.<br />

224 Sessão 3 – <strong>Sexualidad</strong>e e economia: visibilidades e vícios

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