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Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

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eles deem conta de máximos abrang<strong>en</strong>tes e minuciosos? Qual seria uma pauta<br />

mínima e ampla o bastante que pudesse agregar atores e sujeitos que falam de<br />

lugares tão difer<strong>en</strong>tes?<br />

No que diz respeito às apres<strong>en</strong>tações do painel, Vianna interrogou uma certa<br />

t<strong>en</strong>dência a privilegiar o “estado” como foco c<strong>en</strong>tral das análises. Lembrou que, de<br />

maneira geral, o conceito de estado suscita, tanto <strong>en</strong>tre ativistas quanto <strong>en</strong>tre pessoas<br />

ligadas ao mundo acadêmico, o imaginário de uma <strong>en</strong>tidade moral fabulosa<br />

que, ora se apres<strong>en</strong>ta em contraposição com a política sexual, ora significa a esfera<br />

de resolução de nossos problemas e direitos.<br />

A partir da fala de Gallego sobre os difer<strong>en</strong>tes atores pres<strong>en</strong>tes no processo de<br />

regulação da sexualidade na Colômbia, ela chamou at<strong>en</strong>ção para um aspecto ou<br />

dim<strong>en</strong>são de que pouco se fala: o estado como experiência na vida concreta dos<br />

sujeitos, ou seja, as instituições estatais que intervêm no cotidiano das pessoas, que<br />

marcam as experiências individuais no plano da micropolítica, uma marca que,<br />

quase sempre, se materializa através dos corpos.<br />

Rosa Posa também retomou as concepções de intersecionalidade, não do<br />

ponto de vista do estado ou das políticas públicas, mas sim do ponto de vista dos<br />

movim<strong>en</strong>tos pela diversidade sexual. Segundo ela, é interessante p<strong>en</strong>sar que, ao<br />

contrário da imagem dos conjuntos em interseção que se apr<strong>en</strong>de nas aulas de<br />

matemática, nas quais os c<strong>en</strong>tros se intersecionam, no caso da política sexual, em<br />

geral, são as partes periféricas dos difer<strong>en</strong>tes movim<strong>en</strong>tos que se sobrepõem. Na<br />

sua avaliação, essa iniciativas de aproximação <strong>en</strong>tre “causas” através das conexões<br />

pelas marg<strong>en</strong>s têm tido resultados interessantes na <strong>América</strong> <strong>Latina</strong> e no Caribe,<br />

pois permitem colaboração, cons<strong>en</strong>so e solidariedade em relação a temas e situações<br />

concretas. Essa é uma perspectiva distinta das grandes “unidades e cons<strong>en</strong>sos” do<br />

passado.<br />

Especificam<strong>en</strong>te em relação ao texto de Gabriel Gallego, a com<strong>en</strong>tarista elogiou<br />

o esforço realizado no s<strong>en</strong>tido de dar visibilidade a outras formas de disciplinam<strong>en</strong>to<br />

sexual que vão além da regulação estatal no s<strong>en</strong>tido clássico, e reiterou o<br />

com<strong>en</strong>tário acerca dos efeitos danosos da cooperação internacional, ressaltando que<br />

não ap<strong>en</strong>as no campo LGBT ou dos direitos das mulheres, mas de uma forma mais<br />

ampla, a interv<strong>en</strong>ção da cooperação em anos rec<strong>en</strong>tes tem levado a uma “ditadura<br />

dos projetos”.<br />

Rosa Posa também ressaltou, a partir da análise des<strong>en</strong>volvida nos três trabalhos,<br />

que a relação dos movim<strong>en</strong>tos com os estados – partindo do conceito de que estado<br />

é aquilo que administra a esfera pública – é uma contradição per<strong>en</strong>e. Isso pode ser<br />

ilustrado pelos debates em curso no interior do movim<strong>en</strong>to LGBT paraguaio que,<br />

ao mesmo tempo em que reivindica o reconhecim<strong>en</strong>to da união civil de casais homossexuais,<br />

questiona se, de fato, o estado deve regular essas relações.<br />

122 Sessão 1 – <strong>Sexualidad</strong>e, estado e processos políticos

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