25.04.2013 Views

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Com<strong>en</strong>tários para o texto panorâmico<br />

e o painel da sessão 3<br />

Gabriela Leite 1 , que coord<strong>en</strong>ou os debates sobre o texto panorâmico, deflagrou<br />

as discussões destacando com muita ênfase que, ao p<strong>en</strong>sar a economia na prostituição,<br />

é preciso não restringir a análise ao campo da lógica pecuniária. Segundo<br />

ela, os aspectos monetários são ap<strong>en</strong>as uma das dim<strong>en</strong>sões da realidade e experiência<br />

da prostituição, que não pode ser compre<strong>en</strong>dida sem referência à “economia<br />

do desejo”. Adicionalm<strong>en</strong>te, Gabriela lembrou que há muito que apr<strong>en</strong>der com as<br />

prostitutas, mas, para isso, é preciso tomar distância das visões estereotipadas sobre<br />

prostituição.<br />

Corina Rodríguez 2 des<strong>en</strong>volveu com<strong>en</strong>tários ao texto panorâmico do lugar de<br />

uma economista que p<strong>en</strong>sa questões de economia a partir da perspectiva feminista.<br />

Observou, contudo, que suas reflexões acerca das vinculações <strong>en</strong>tre sexualidade e<br />

economia são ainda exploratórias e preliminares. Suas reflexões foram de duas ord<strong>en</strong>s.<br />

Num primeiro bloco, ela examinou questões suscitadas pela leitura do texto<br />

panorâmico e, em seguida, elaborou algumas reflexões sobre aspectos que, ao seu<br />

ver, precisariam ser incluídos na análise.<br />

Rodríguez reiterou a importância de considerar a prostituição uma atividade<br />

econômica, situada no contexto mais amplo da inserção das mulheres no mercado<br />

de trabalho brasileiro, que é, como em outros contextos, caracterizada por uma segregação<br />

ocupacional baseada no sexo, da qual resulta que as mulheres estejam em<br />

setores de maior informalidade e precariedade e que haja uma persist<strong>en</strong>te disparidade<br />

salarial <strong>en</strong>tre hom<strong>en</strong>s e mulheres. Contudo, a com<strong>en</strong>tarista também interrogou a<br />

noção de opção racional pela atividade – <strong>en</strong>fatizada por Silva e Blanchette – a partir<br />

da crítica des<strong>en</strong>volvida por economistas feministas, que consideram necessário e<br />

produtivo questionar os pressupostos de escolha racional que informam a economia<br />

clássica. Segundo essas autoras, essas escolhas – ditas racionais – estão sempre contaminadas<br />

por posições individuais e contextos determinados pela lógica mais geral<br />

do capitalismo e da dominância masculina.<br />

Além disso, segundo Rodríguez, ao equalizar o trabalho na prostituição e outras<br />

inserções no mundo laboral, a análise t<strong>en</strong>de a inviabilizar as peculiaridades da<br />

1 Diretora da ONG Davida – Prostituição, Direitos Civis, Saúde.<br />

2 Economista, pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Ci<strong>en</strong>tíficas e Técnicas (Coincet) e do C<strong>en</strong>tro Interdisciplinar<br />

para Estudo de <strong>Política</strong>s Públicas (Ciepp) e professora em universidades federais na Arg<strong>en</strong>tina.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!