25.04.2013 Views

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

das novas tecnologias biomédicas em prev<strong>en</strong>ção está, perigosam<strong>en</strong>te, aberto. Isso<br />

implica, <strong>en</strong>tre outros desafios, em um esforço para “ressexualizar” os debates em<br />

curso sobre as respostas à epidemia.<br />

O trabalho de Jane Russo – O campo da sexologia e seus efeitos sobre a política<br />

sexual – faz uma revisão histórica do surgim<strong>en</strong>to e evolução da sexologia e, sobretudo,<br />

mapeia as t<strong>en</strong>dências dominantes observadas na sexologia contemporânea. Russo<br />

examina, em cada etapa desse percurso, as vinculações mais ou m<strong>en</strong>os contraditórias<br />

com a política sexual. A autora observa que, mesmo nos mom<strong>en</strong>tos seminais da<br />

sexologia, no século XIX, podem ser id<strong>en</strong>tificadas afinidades virtuosas <strong>en</strong>tre sexologia<br />

e política sexual. Se, por um lado, os estudos de Kraft-Ebing que estavam<br />

focados nas “perversões” se situam, marcadam<strong>en</strong>te, no terr<strong>en</strong>o da biomedicina, em<br />

especial na psiquiatria, os esforços de Karl Ulrich e Magnus Hirshfeld, o inv<strong>en</strong>tor<br />

da homossexualidade, se des<strong>en</strong>volveram no marco de uma ag<strong>en</strong>da de “reforma<br />

sexual”, pois tinham como objetivo deslocar a questão do campo criminal para o<br />

terr<strong>en</strong>o da ciência médica para contestar a punição legal da sodomia na Alemanha.<br />

Russo também relembra que a primeira sexologia foi europeia, sobretudo<br />

alemã, t<strong>en</strong>do sido varrida da c<strong>en</strong>a política e ci<strong>en</strong>tífica após a asc<strong>en</strong>são do nazifascismo,<br />

em contraste com a segunda onda sexológica que teve como palco os<br />

Estados Unidos no período pós II Guerra Mundial. Esse deslocam<strong>en</strong>to geográfico<br />

também implicou inflexões significativas em termos dos métodos, <strong>en</strong>foques e objetos<br />

de investigação. A primeira sexologia se dividia <strong>en</strong>tre a “clínica” e a política<br />

de reforma sexual, focalizando sobretudo a variabilidade da conduta sexual. Já a<br />

sexologia norte-americana se voltou c<strong>en</strong>tralm<strong>en</strong>te para a pesquisa da sexualidade<br />

do “homem normal” e privilegiou os métodos quantitativos de investigação do<br />

comportam<strong>en</strong>to sexual, que fizeram de Alfred Kinsey um ícone da pesquisa em<br />

sexualidade no século XX.<br />

Seus/as sucessores/as seriam o casal Master e Johnson, que “normalizariam” ainda<br />

mais o <strong>en</strong>foque da pesquisa sexológica, privilegiando os estudos, em laboratório, da<br />

resposta sexual dos casais heterossexuais. T<strong>en</strong>do a primeira sexologia como referência,<br />

a fase norte-americana da pesquisa sexológica corresponde, segundo a autora, a<br />

um movim<strong>en</strong>to de mainstreaming e despolitização. Contudo, nos anos 1960-1970,<br />

a nova onda de politização da sexualidade abriria, inevitavelm<strong>en</strong>te, novas fr<strong>en</strong>tes<br />

de contestação ao discurso biomédico, em particular no que se refere à patologização<br />

da homossexualidade. Não só os movim<strong>en</strong>tos gay e lésbico faziam protestos<br />

nos congressos de sexologia, como o campo seria definitivam<strong>en</strong>te impactado pela<br />

chamada “revolução sexual”.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, o texto examina as difer<strong>en</strong>ciações e os desdobram<strong>en</strong>tos que caracterizam<br />

o c<strong>en</strong>ário da sexologia contemporânea. Analisa o surgim<strong>en</strong>to e a rápida<br />

expansão da “medicina sexual”, a partir dos anos 1980, que a autora caracteriza<br />

como s<strong>en</strong>do uma terceira onda sexológica que nasceu como um ramo da urologia,<br />

Apres<strong>en</strong>tação<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!