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Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

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cratização, lembrando que, em muitos contextos, essas lutas estiveram relacionadas<br />

às demandas e respostas suscitadas pela epidemia do HIV/AIDS. Enfatizam que as<br />

feministas foram pioneiras na demanda por reformas legais pós-democráticas, ós-democráticas,t<strong>en</strong>do sido bastante bem sucedidas, exceto em relação ao aborto (na maioria dos países)<br />

e sublinham as formas como, nos anos 1990 e 2000, as demandas por direitos à diversidade<br />

sexual passaram a ocupar o c<strong>en</strong>tro do palco político, contestando a heteronormatividade<br />

das leis e políticas que até <strong>en</strong>tão não haviam sido desestabilizadas.<br />

O texto também analisa como outros atores sociais, políticos e institucionais<br />

têm reagido às demandas das políticas sexuais latino-americanas e dá grande at<strong>en</strong>ção<br />

ao novo c<strong>en</strong>ário religioso, seja no que diz respeito a novos modos de operação da<br />

Igreja Católica, seja no que diz respeito à expansão das igrejas evangélicas, especialm<strong>en</strong>te<br />

em alguns países. Embora reconheça a relevância do dogmatismo religioso<br />

e sua influência sobre o estado como obstáculo para realização dos direitos sexuais<br />

e reprodutivos, a análise também pontua que as forças de esquerda hoje no poder<br />

em vários países – embora t<strong>en</strong>ham absorvido teoricam<strong>en</strong>te esses temas – ao chegar<br />

ao poder, na prática, têm se movido de maneira muito contraditória. Os autores<br />

chamam especial at<strong>en</strong>ção para a resistência dos partidos políticos de esquerda em<br />

relação à pauta da legalização do aborto, que se explica pelo temor ao dogmatismo<br />

religioso e aos efeitos eleitorais que essas forças poderiam mobilizar.<br />

Ao mapear o campo da política sexual contemporânea, o artigo sublinha e valoriza<br />

sua <strong>en</strong>orme diversidade como contribuição para consolidação da pluralidade<br />

democrática. Recupera tanto a trajetória de mobilização e advocacy em níveis nacionais<br />

e locais, como as iniciativas transnacionais em que as redes feministas e LGBT<br />

latino-americanas têm estado cresc<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te <strong>en</strong>volvidas, em termos de construção<br />

de alianças através das fronteiras, mas também mobilizando incidência política sobre<br />

os sistemas Organização das Nações Unidas (ONU) e Interamericano.<br />

Ao reconstituir esses percursos contemporâneos, chamam at<strong>en</strong>ção tanto para a<br />

adoção da linguagem dos direitos humanos como língua franca por feministas e grupos<br />

LGBT, quanto para estratégias de visibilidade e protesto que têm sido implem<strong>en</strong>tadas<br />

pela via dos mercados da diversidade sexual. Ao fazer essa cartografia, os autores<br />

se perguntam se a eclosão da luta política em torno dos direitos sexuais e reprodutivos,<br />

a partir dos anos 1990, não deveria ser analisada mais em relação à hegemonia<br />

do liberalismo econômico que prevaleceu no período e que também implicou um<br />

refluxo de movim<strong>en</strong>tos sociais clássicos. Finalm<strong>en</strong>te, os autores sugerem que – no<br />

contexto político dos anos 2000, marcado pela chegada ao poder de governos de<br />

esquerda – as pautas da política sexual estão desafiadas a articular de maneira mais<br />

consist<strong>en</strong>te questões de desigualdade e pobreza que ganharam primazia nas ag<strong>en</strong>das<br />

de política pública. Finalm<strong>en</strong>te, De la Dehesa e Pech<strong>en</strong>y lembram, com razão, que,<br />

embora feministas e LGBT t<strong>en</strong>ham inimigos comuns muito poderosos, não tem<br />

sido automática ou simples a construção de alianças <strong>en</strong>tre essas comunidades.<br />

8 <strong>Sexualidad</strong>e e política na <strong>América</strong> <strong>Latina</strong>

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